A Comissão Municipal da Verdade colheu o depoimento de Ricardo Cintra, professor aposentado, morou em Juiz de Fora quando era jovem. A sua maior atuação política se deu quando, ainda, estava na Universidade, nos diretórios acadêmicos, na União Nacional dos Estudantes (UNE) e participava das reuniões da Ação popular (AP), movimento estudantil de vertente cristã.
Ricardo Cintra foi preso pela primeira vez durante o Congresso da UNE em outubro de 1968, na cidade de Ibiúna (SP), onde permaneceu por uma semana juntamente com outros estudantes que participavam do movimento estudantil.
Preso novamente em 1971, desta vez em Juiz de Fora, o ex-militante foi interrogado no Quartel General (QG), local onde funciona agora o Comando da 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, no bairro Mariano Procópio e depois transferido para Belo Horizonte. “Deram a volta e entraram por trás do QG, naquela entrada por trás do Museu. Eu não sabia que estava ali, porque eles rodaram bastante comigo. Acho que foi para me assustar mesmo.”, disse. Segundo Ricardo Cintra, na capital sofreu torturas dentro do DOPS. “Quando eu cheguei perguntaram meu nome, quando eu falei parecia que eu tinha falado um palavrão, porque me deram tanta pancada e chute.”, contou.
Logo após veio novamente para Juiz de Fora onde ficou na penitenciária de Linhares, no QG. Quando foi solto morou no Rio de Janeiro onde lecionava como professor de História em colégios, nesse período foi julgado e absolvido em Juiz de Fora por falta de provas. No entanto, passou em um concurso, mas não pôde tomar posse, pois era necessário um atestado de Ideologia, emitido na época somente pelo DOPS.
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