Lauro Furtado de Mendonça é funcionário aposentado do Banco do Brasil e foi punido na Revolução de 1964 com transferências, atrasos de promoção e impedimento de executar comissionamentos. Em 1964, quando foi instaurado o golpe civil-militar, Lauro era diretor do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora. O governo militar era contra o movimento sindical brasileiro e, por causa disso, Lauro foi procurado em sua casa para responder inquéritos policiais militares.
Ainda respondendo aos inquéritos policiais militares, o funcionário recebeu ordem de transferência pelo Banco do Brasil S/A de Juiz de Fora, MG, para Jaraguá do Sul, SC. “Foi uma transferência que retirou-me do ambiente familiar sem direito de defesa”, conta. Além disso, a saúde de Lauro foi prejudicada por sofrer de bronquite crônica. O funcionário aposentado também relata que a adaptação à cidade se tornou ainda mais difícil pois em Jaraguá do Sul era olhado com restrições pela sociedade local, que o via como elemento subversivo. Somente depois de um ano retirado de seu convívio na cidade de Juiz de Fora, Lauro obteve do Banco do Brasil o direito de voltar, “depois de muito sofrimento e prejuízos financeiros, tendo demonstrado nos IPMs a minha lisura e bom comportamento, não merecendo a violência com que fui tratado pelo Banco a mando dos comandos da Revolução de 1964”.
Para Lauro Mendonça, muitas coisas ficaram sem esclarecimento e justificativa quando o Brasil esteve sob a ditadura militar, e a Comissão da Verdade vem para trazer essas informações “que nossa história precisa”.
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