O fotógrafo Luiz Antônio Sansão foi preso quando era estudante de Ciências Sociais da UFJF na década de 70, no governo do General Médici. Foi acusado pelo Ministério Público Militar por ser militante em organização clandestina, a Ação Popular Marxista Leninista do Brasil (APML do B). A APML era uma organização política de esquerda extraparlamentar, formada em sua grande maioria por universitários, intelectuais e artistas católicos. O agrupamento foi considerado perigoso à segurança nacional. Em 1973, o fotógrafo foi absolvido.
Luiz Antônio conta que quando foi interrogado em Belo Horizonte sofreu coações físicas e morais para fazer declarações, tais como choques elétricos e espancamentos. Em Juiz de Fora, afirma que foi coagido a fazer declarações idênticas, sob ameaça de ser removido de volta para Belo Horizonte, onde lhe infringiriam novas torturas.
Para Luiz Antônio, a abertura dos arquivos e a divulgação dos nomes daqueles que cometeram crimes como prisão, tortura e assassinato de militantes sob a custódia do Estado, ainda que não ocasione a necessária punição dos responsáveis por esses crimes, demonstra um reconhecimento, pelo Estado democrático atual, “da barbárie que dominou esse período da história brasileira”.
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