Cleber de Carvalho Troiano é irmão de Rodolfo de Carvalho Troiano. Estudante, Rodolfo foi da União Juiz-forana de Estudantes Secundaristas (Ujes) e a partir de 1967 passou a militar na organização política Corrente. Em 1968, foi indiciado e preso com base no Inquérito Policial-Militar (IPM) que fora instaurado para apurar atividades subversivas em Juiz de Fora. “Eu lembro que queimaram ele todo com cigarro”, relembra Cleber de Carvalho Troiano.
Após seis meses preso, Troiano foi libertado e foi aprovado em concurso para a companhia de energia Light em São Paulo. Transferiu-se para a capital paulista e foi novamente preso em julho de 1969. Cleber Troiano dá detalhes das torturas praticadas contra Rodolfo. Diz ele: “Foram lá, prenderam ele de novo, levaram para Belo Horizonte, bateram muito na boca do estômago”.
Transferido para a Penitenciária de Linhares, Rodolfo Troiano ficou detido por seis meses. Em 1970, Rodolfo Troiano foi preso novamente na cidade de Rubim, no Vale do Jequitinhonha, Norte de Minas Gerais, tendo sido libertado em dezembro desse mesmo ano.
Segundo Cleber Troiano, em 1970, foi a última vez que viu o irmão. Para a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, após cumprir sua pena, Rodolfo Troiano, em razão da perseguição que lhe moviam os órgãos de repressão, já militando no Partido Comunista do Brasil (PCdoB), optou por viver no interior do Pará. Lá adotou os codinomes de Manoel, Carlos ou Mané, e foi morto.
Rodolfo Troiano foi homenageado post-mortem pela Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte. Na capital mineira e em Campinas (SP), Rodolfo de Carvalho Troiano dá nome a ruas.
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