Em 1973, Marília Medeiros estava em sua casa no Rio de Janeiro quando agentes da repressão a prenderam. Ela e o marido Rogério foram levados para o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do Rio de Janeiro e posteriormente para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Marília depois ainda foi encaminhada para o Hospital Central do Exército (HCE) e para a Vila Militar.
Formada em Ciências Sociais, na época, Marília trabalhava na Sociedade Civil Bem-estar Familiar no Brasil (BEMFAM). A ONG tinha o objetivo de proporcionar uma educação familiar nas mulheres pobres brasileiras para ter uma paternidade consciente. Após um jornal denunciar que a organização participava de uma pesquisa internacional e por trás de tudo estavam os laboratórios, Marília começou a passar as informações da BEMFAM para serem divulgadas na revista Prisma, publicação da RAN.
No DOI-CODI, Marília se lembra de quando foi colocada em frente ao líder da RAN, Amadeu de Almeida Rocha. “Eu fiquei horrorizada de ver o Amadeu. Ele estava um trapo, a boca do Amadeu estava toda quebrada, ele estava implorando água”, recorda.
Marília ficou cerca de sessenta dias presa, contando o tempo no DOI-CODI, no DOPS, no HCE e na Vila Militar. Ela e o marido foram a julgamento em 1977 e foram absolvidos.
Tem interesse neste depoimento? Acesse a transcrição na íntegra.