A figura central da trama é o Açougueiro, saído do curta-metragem Carne também do diretor Gaspar Noé. Interpretado pelo excelente ator Philippe Nahon, essa criatura violenta, petrificada, fica vagando por labirintos obsessivos repletos de recalques, ódios contra estrangeiros e homossexuais, com a sempre onipresente figura da filha que ele deseja de maneira doentia. O filme cria uma atmosfera hermética onde a loucura crescente da personagem central está sempre aparente, seja nos tons amarelados da fotografia ou na narração em off. A obsessão é narrada como um diário absurdo. Um clássico do cinema moderno, cheio de poesia e fúria.