Em assembleia realizada nesta sexta-feira, 18, o Fórum Permanente de Diversidade  da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) elegeu novos representantes, que irão contribuir para a elaboração das ações afirmativas no âmbito da instituição. O mandato dos eleitos tem início imediato e duração de um ano. Confira a lista de novos integrantes, e saiba quem representa estudantes, professores, técnico-administrativos em educação (Taes) e terceirizados da UFJF, além dos movimentos sociais externos à instituição.

“Foi muito positivo o encontro. Os participantes trouxeram várias propostas para que o Fórum de Diversidade em 2020 possa caminhar para elaboração das políticas e ações afirmativas na UFJF, além disso tivemos a importante contribuição da professora Jaqueline de Jesus, sobre o histórico das ações afirmativas. Entraremos em contato com os eleitos, para aprovarmos, em conjunto, um calendário de reuniões para 2020, Faremos isso, possivelmente, nas reuniões ordinárias deste ano. É muito importante a participação de todas e todos neste processo”, afirmou o diretor de Ações Afirmativas da UFJF, Julvan Moreira de Oliveira.

Administração Superior, DCE e Sintufejuf

Participaram da mesa de abertura da atividade a vice-reitora da UFJF, Girlene Silva; o diretor de Ações Afirmativas, Julvan Moreira de Oliveira; a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), Maria Ângela Costa; e a coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Débora Paulino. A ouvidora especializada em Ações Afirmativas, Cristina Simões Bezerra, também esteve presente.

A vice-reitora enfatiza o compromisso com as ações afirmativas. Foto: Alexandre Dornelas

A vice-reitora recordou que as ações afirmativas estavam presentes no programa de gestão da atual Administração Superior, apresentado à comunidade acadêmica há cinco anos.  Girlene destacou, também, o pioneirismo da UFJF na utilização do sistema de cotas como estratégica para diminuir as iniquidades no campo da educação. 

“Pensar uma política de ações afirmativas para aquele grupo, composto por mim, Marcus David e um conjunto de professores, estudantes e técnico-administrativos em educação (Taes), era fundamental. Tem três registros muito importantes na trajetória desta gestão, que finaliza o mandato em abril: a criação da Ouvidoria Especializada em Ações Afirmativas,  a criação do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) e a aprovação do Regimento deste Fórum Permanente da Diversidade. É um Regimento que mobilizou o Conselho Superior da UFJF para apreciá-lo, debatê-lo e para compreender que a Universidade precisa discutir a questão das ações afirmativas de forma mais ampliada, com lugares destacados. Isso não é pouco no cenário político que nós vivemos”, enfatizou.   

Para a  coordenadora do DCE, Débora Paulino, o Fórum Permanente de Diversidade é um espaço de defesa ativa da Universidade e  da educação pública. “Diante dos ataques às Universidades, dos ataques às diversidades, esta discussão se torna ainda mais importante neste momento. O Diretório Central dos Estudantes defende as ações afirmativas.”     

A avaliação é compartilhada pela coordenadora Geral do Sintufejuf, Maria Ângela Costa. “Cursei Filosofia pelas cotas.  Foi e continua sendo muito difícil para o povo negro estar incluído na educação, assim como para a população LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais e travestis,  transsexuais, transgêneros), e para as mulheres. As ações afirmativas são fundamentais. Este Fórum é muito importante.”

Desafios e perspectivas da diversidade na atual conjuntura 

Após a eleição dos novos integrantes do Fórum Permanente de Diversidade, o público presente ao evento assistiu à conferência “Desafios e perspectivas da diversidade na atual conjuntura política e educacional brasileira”, ministrada pela professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Jaqueline Gomes de Jesus.

“Ações afirmativas transformam a Universidade e a Sociedade”, afirma pesquisadora. Foto: Rodrigo Milani.

Jaqueline é  doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília e pós-doutora pela Escola Superior de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas. É líder do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade (Odara), atuando especialmente nos seguintes áreas: saúde do trabalhador, gestão da diversidade, trabalho, identidade social e movimentos sociais, com ênfase em gênero e feminismo, orientação sexual e cor/raça.

“É fundamental que todos discutam as ações afirmativas. É uma questão de vida na sociedade, de valorização da vida humana. Mais do que valorizar um determinado grupo, é reconhecer que a nossa sociedade tem de trabalhar essas questões para chegar a ser uma democracia de fato, para que haja cidadania efetiva”, ressaltou Jaqueline de Jesus.

Para a pesquisadora, é prioridade que as instituições tornem-se também mais criativas.  “É importante que consigamos criar instituições mais criativas. Quando temos grupos mais diversos, temos, é claro, mais complexidade nas discussões. Porém, temos, também, mais diversidade de opiniões, podendo criar mais. Para além da justiça social, é uma questão de valorização das vidas humanas, de reconhecer a criatividade como um elemento fundamental, para uma sociedade melhor para todas, todos e todes.”

Jaqueline reiterou a importância de parcerias entre as Universidades Públicas e os movimentos sociais, para fomento à inclusão e ao respeito às diversidades . “Quando o Governo Federal se exime deste trabalho, vai depender da ação autônoma das instituições. Então, precisamos que a comunidade acadêmica, que a comunidade em geral, que todos se unam para construir esta alternativa, independentemente dos governos. Qualquer iniciativa de valorização da diversidade aqui, na Universidade, que é uma instituição com uma imagem social muito importante, vai transformar também outros lugares. Mesmo que não mudem estruturalmente, vai haver uma mudança de mentalidade. As iniciativas da UFJF para valorização da diversidade são fundamentais para que a sociedade na qual está inserida também mude.”   

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