Marcelo Campos é um dos sete cientistas brasileiros que participarão do Fórum Jovem Cientista do Brics (Foto: Carolina de Paula)

O professor Marcelo Campos, do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFJF, foi selecionado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para participar do 8º Brics Young Scientist Forum (Fórum Jovem Cientista, em tradução livre).

Campos é um dos sete cientistas brasileiros indicados para compor a plenária Future of Society (Futuro da Sociedade, em tradução livre), juntamente com pesquisadores da Rússia, Índia, China e África do Sul. “Sei que é uma seleção muito difícil, pois envolve cientistas de todas as áreas. Então, fiquei muito feliz pelo reconhecimento, diria que é um prêmio”, ressalta o docente.

A edição, que antecede a Cúpula do Brics 2023, acontecerá na África do Sul, entre os dias 31 de julho e 3 de agosto de 2023, com o tema relacionado à parceria entre os países dos Brics e da África para crescimento acelerado mútuo, desenvolvimento sustentável e multilateralismo inclusivo.

“Esse é o primeiro evento presencial desde a pandemia da Covid-19 e penso que do ponto de vista, tanto do Estado brasileiro, como da ciência, essa aproximação com os países que tiveram as raízes da colonização é fundamental pra gente pensar as diferenças e muitas vezes as semelhanças que tem entre Índia, Brasil, África do Sul e China.”

Para o pesquisador, um dos objetivos centrais da viagem é “mostrar a nossa universidade e a capacidade que nós temos, enquanto UFJF, de fazer parcerias, acordos, pesquisas, programas e cooperação em conjunto com os demais países e demais universidades”.

A plenária Future of Society contará com apresentações de projetos que possuem implicações no futuro da sociedade, e Campos vê essa oportunidade como um dos primeiros frutos de sua pesquisa de pós-doutorado. Desenvolvida na UFJF, a sua pesquisa busca refletir sobre o que é feito pelo Congresso Nacional como política de segurança pública nacional e como isso afeta a população.

“A minha hipótese, há muito tempo, é que isso funciona de maneira bastante diferente: na maioria das vezes, essas políticas operam lá na ponta, não com os critérios da lei, mas com os critérios de desigualdade de raça, de idade, de gênero, de bairro, de escolaridade, com as chamadas variáveis de desigualdade ou com a origem social das pessoas ou seja, de uma maneira desigual”, conta. 

O tema também compõe seu artigo publicado na Revista Rede de Estudos Empíricos em Direito e a apresentação no 21º Congresso Brasileiro de Sociologia, promovido pela SBS, selecionada para a plenária do Brics.  

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