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Convite – Defesa de Tese – Malvina Maria de Oliveira – 29/09/2025 às 14h

Título da Tese “Me chamou de nazista logo eu que sou judeu”: radialidade e (inter)subjetividade das construções com “logo” no português
Resumo da Tese Este trabalho tem por objetivo o mapeamento e a análise de construções adverbiais, conectoras e focalizadoras formadas pelo termo “logo” na língua portuguesa, a saber: “P logoadv.temp.”; “P logocon.temp. que Q”; “P logocon.concl. Q”; “P logofoc.esp. ”; “P logofoc.temp. ”; “P logofoc.eve”; “P logofoc.desc.SN (Q)”; “P logofoc.disj. SN que Q”. Defendemos que essas construções atendem a propósitos discursivo-pragmáticos distintos obedecendo, assim, ao Princípio da Não-Sinonímia (GOLDBERG, 1995, p. 67). Neste sentido, a proposta se enquadra nas discussões teórico-metodológicas da Linguística Cognitiva, tendo a centralidade da significação, a construção, como norteadora da pesquisa (FILLMORE; KAY, 1999; GOLDBERG, 1995, 2006; LANGACKER, 1987, 1990, 1991, 2008). Nossa hipótese é a de que as construções formadas pelo termo “logo” na língua portuguesa possuem, em sua gênese um sentido espacial que evoluiu para o sentido temporal e daí para o sentido conclusivo (GONÇALVES; LIMA-HERNANDES; CASSEB-GALVÃO, 2007), a partir de inferências sugeridas (TRAUGOTT & DASHER, 2005). Assim, defendemos que tais construções exibem um pareamento específico de forma-função com um significado central que irradia propriedades para outras construções, cujos sentidos são mais periféricos, visto que são adicionados discursiva e intersubjetivamente (BRUGMAN & LAKOFF, 1988) sinalizando, assim, uma gradiência em termos de (inter)subjetividade, por meio de processos de perspectivação conceptual (construal) (LANGACKER, 1987, 1990, 1991, 2008; VERHAGEN, 2005, 2008, 2013), visto que ocorrem em contextos interacionais em que falante e interlocutor, assumindo sentidos cada vez mais subjetificados, evidenciam perspectivas distintas sobre um dado evento de fala, contribuindo para um não-alinhamento de pontos de vista (ALMEIDA, 2010; ALMEIDA; FERRARI, 2012; ALMEIDA, 2019). A metodologia empregada no presente trabalho é de caráter quantitativo-qualitativo (COOK & REICHARDT, 1979; RICHARDSON, 1985; CRESWELL, 2010) e se baseia na Linguística de Corpus (BERBER-SARDINHA, 2000; TAGNIN, 2002; McNERY & HARDIE, 2012) e o corpus utilizado é o Corpus do Português (Mark Davies, 2018). Resultados apontam para processos metonímicos e metafóricos, essencialmente intersubjetivos, que licenciam a interpretação das construções em uma relação de gradiência em que sentidos mais deiticamente ancorados dão lugar a sentidos mais ancorados na díade falante/interlocutor (TRAUGOTT ; DASHER, 2005).
Palavras-chave: Linguística Cognitiva, (inter)subjetividade; construal, conector logo
Data e Horário Dia 29/09/2025 às 14 horas, via webconferência.

Composição da Banca
Nome do(a) professor(a) Vínculo institucional Título e Instituição Função na Banca
Sandra Aparecida Faria de Almeida UFJF Doutora – UFRJ Orientador(a) e presidente da banca.
Lauriê Ferreira Martins Dell” Orto UFJF Doutora – UFJF Membro titular interno
Luiz Fernando Matos Rocha UFJF Doutor – UFRJ Membro titular interno
Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira UFMG Doutora – UFMG Membro titular externo
Ivo da Costa do Rosário UFF Doutor – UFF / Doutor – UFRJ Membro titular externo