| Título da tese: | Como a multimodalidade constrói sentidos no álbum Roteiro pra Aïnouz, vol. 2: Da capo al fine |
| Resumo da tese: | A presente tese tem como foco a observação de como a multimodalidade constrói sentidos em um álbum de rap. O álbum escolhido para análise foi Roteiro para Aïnouz, vol. 2, do rapper Don L. Lançado em 2021, o álbum é composto por dezessete faixas. Há também um videoclipe para cada faixa do álbum, o que considerei em minha análise. A proposta do álbum é recontar a história do Brasil em um disco que mescla guerrilha e poesia, resgatando o passado do país e mesclando-o ao seu presente, afim de evitar a repetição de estruturas históricas de opressão. Para guiar a análise, a fundamentação teórica parte dos pressupostos da Semiótica Social como proposta por Halliday (1978, 2004), Kress (2010) Kress e van Leeuwen (2006) e van Leeuwen (2005). Essa escolha se dá porque o rap, além de ser expressão musical, também é uma prática social enraizada em questões sociais, políticas e comunitárias. Considerando que a Semiótica Social entende os significados como prática social, todos os elementos foram considerados: letra, batidas, efeitos sonoros, samples e imagens (como a capa do disco), pois tudo é constitutivo da identidade e dos significados encontrados no álbum. A multimodalidade, portanto, é um aspecto central da análise proposta, já que, segundo Kress (2010) ela é o estado normal da comunicação humana. Para a análise dos aspectos linguísticos foram observadas as metafunções da linguagem, como proposto por Halliday (1978). Foi observada especificamente a metafunção ideacional e seus processos materiais, mentais e relacionais, bem como elementos de coesão referencial e coesão lexical – já que tais usos e escolhas podem revelar posicionamentos do autor (Gonçalves, 2000). Foram analisados elementos do ritmo, da melodia, dos efeitos sonoros e da performance (Frith, 1996; DeNora, 2004) e sua contribuição para a construção de sentidos. Afim de analisar visualmente o álbum escolhido, trago imagens retiradas dos videoclipes de cada uma das músicas do álbum, para que se faça os paralelos interpretativos e multimodais entre letra, melodia e imagem. Por fim, faço uma análise sistemática da capa do álbum com base na Gramática do Design Visual, de acordo com Gunther Kress e Theo van Leeuwen (2006). A análise revela um álbum profundamente enraizado em um processo de ressignificação histórica, evidenciando tanto ações concretas de resistência quanto reflexões introspectivas. Isso é feito tanto linguisticamente, como observado através dos processos materiais, mentais e relacionais, quanto melodicamente e visualmente. A construção de sentido em Roteiro pra Aïnouz, vol. 2, portanto, transcende a música, posicionando o rap como um potente agente cultural e social.
Palavras-chave: multimodalidade; rap; Roteiro pra Aïnouz, vol. 2. |
| Data e horário | Dia 31 de março de 2025, às 14:00 horas via web conferência |
COMPOSIÇÃO DA BANCA:
| Nome do(a) Prof.(a) | Título e instituição | Vínculo institucional | Função na banca | |
| 01 | Denise Barros Weiss | Doutora/UFF | UFJF | Orientadora e Presidente |
| 02 | Pedro Bustamante Teixeira | Doutor/ UFJF | UFJF | Membro Titular Interno |
| 03 | Edmon Neto de Oliveira | Doutor/ UFJF | UFPA | Membro Titular Externo |
| 04 | Yomarley Lopes Holanda | Doutor/UFAM | UEA | Membro Titular Externo |
| 05 | Phelipe de Lima Cerdeira | Doutor/UFPR | UERJ | Membro Titular Externo |
| 06 | Amitza Torres Vieira | Doutora/PUC-Rio | UFJF | Suplente Interno |
| 07 | Jefferson Evaristo do Nascimento Silva Alves | Doutor/UERJ | UERJ | Suplente Externo |
