Convite Defesa de Dissertação: Bianca Agrelli Rodrigues – 22/02/2024, às 14:00h

Este trabalho investiga a estrutura interna de construções adverbais no padrão X-mente do português brasileiro (PB). Para tal, iremos nos ancorar no modelo teórico da Morfologia Distribuída (HALLE & MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997) como forma de defender que a categoria não é um componente lexical definido previamente, sendo resultando das operações de merge que ocorrem no componente gerativo sintático. Os advérbios são alvo de constante debate na literatura e, portanto, os autores se diferem em sua visão categorial dessa classe de palavras, assim os advérbios são apontados como subclasse de preposições (LEMLE, 1984; EMONDS, 1976; LEE, 1999), pronomes (BOMFIM, 1988) ou adjetivos (BAKER, 2003; BASÍLIO, 2007; LOBATO, 2008). Contudo, outros autores assumem que advérbios fazem parte de uma classe categorial única e independente (JACKENDOFF, 1977; PAYNE ET. AL, 2010) assim como defendemos neste trabalho. Todavia, no português brasileiro, os advérbios em -mente possuem na sua estrutura interna um adjetivo na forma feminina e tem uma semântica referente a “de modo X”. Considerando as características morfossintáticas da estrutura X-mente propomos que essa formação sofreu um processo de gramaticalização ao longo do tempo, assumindo propriedades de um categorizador sintático adverbial, que será chamado de ‘adv’. Portanto, esse categorizador adverbial carrega resquícios de traços lexicais de gênero (feminino) e número (singular) advindos e compartilhados com o adjetivo feminino com o qual irá se concatenar. Palavras- chave: Advérbios. Categorizador. Morfologia Distribuída. X-mente.