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2006

Mestrando(a)

Rodrigo Paes Baptista de Oliveira

Título

“OBSCENIDADES PÓS-MODERNAS: RESÍDUOS E VESTÍGIOS EM A CAVERNA DE JOSÉ SARAMAGO”

Orientador(a)

Profª. Drª. Enilce do Carmo Albergaria Rocha

Data da defesa

20/01/2006

Resumo

O presente trabalho, que se quer um ensaio, vem propor uma leitura sócio-cultural do romance A Caverna do escritor português José Saramago. Para tanto, buscamos orientação em algumas referências teóricas da – pós-modernidade -, que será esquadrinhada sob o pressuposto da obscenidade. A Caverna denuncia um quadro paradoxal de degenerescência que se agrava na medida em que a tecnologia é consagrada como fórmula de progresso. Por isso buscamos na imagem da família Algor, sobre a qual superpõem-se diversas leituras e olhares (a amortização dos sentidos e do afeto, o achatamento da história e da tradição, por exemplo), uma forma de compreender o processo de – residualização -. Por fim, esse trabalho buscou investigar, através do romance, as novas reordenações dos eixos espaço-temporais e as reações e retrações do sujeito frente a essa nova condição, batizada – pós-moderna -.

 

Mestrando(a)

Gabriel da Cunha Pereira

Título

“VIAJANDO PARA A CASA DO OUTRO: DESLOCAMENTOS E REPRESENTAÇÕES EM MURILO MENDES E GIORGIO DE CHIRICO”

Orientador(a)

Profª. Drª. Maria Luíza Scher Pereira

Data da defesa

16/03/2006

Resumo

A dissertação aborda os deslocamentos praticados por Murilo Mendes e Giorgio De Chirico como uma estratégia de leitura e tradução do Outro. Tanto o escritor quanto o artista plástico escreveram e falaram em língua estrangeira: o primeiro, ao produzir o livro de poemas escrito em italiano – Ipotesi – e lecionar na Universidade de Roma; o segundo, ao escrever seu romance Ebdomero em francês, traduzi-lo em seguida para o italiano e expor suas telas em mostras internacionais. Ambos viram no surrealismo uma forma de composição concernente com seus métodos criativos, já que ele possibilita o recorte de um elemento de seu contexto original para em seguida inseri-lo noutro local, produzindo nele novas significações. Foi possível pensar a obra desses intelectuais como uma ágora, que é também um signo, deslocado de seu tempo e espaço e revitalizado pela sua inserção de forma anacrônica. Quer-se entender como ágora a rede de relações observadas na obra de ambos, o espaço aberto e continuamente deslocado no qual seus elementos se encontram em paridade de forças. Finalmente, a leitura do Outro na obra desses dois intelectuais é processada alegoricamente, fazendo com que na representação o real revele suas parcelas invisíveis e suas ruínas. Essa alegoria pode, então, representar o processo criativo de Murilo Mendes e De Chirico.

 

Mestrando(a)

Darlan Roberto dos Santos

Título

“AUTOBIOGRAFIA E JULGAMENTO EM FELIZ ANO VELHO,DE MARCELO RUBENS PAIVA”

Orientador(a)

Profª. Drª. Jovita Maria Gerheim Noronha

Data da defesa

25/04/2006

Resumo

A dissertação tem como objeto de análise o livro Feliz Ano Velho (1982), do escritor Marcelo Rubens Paiva. Partindo de considerações acerca da escrita memorialística, o intuito é apontar possíveis leituras da obra em questão. A principal delas refere-se à cena judiciária na autobiografia, na qual o autor empreende dupla empresa: a inquisição de si mesmo e do regime militar. Nesse tribunal metafórico, as motivações de Marcelo seriam a culpa pelo próprio infortúnio – a paralisia corporal, após o mergulho em uma lagoa, e a revolta diante do desaparecimento do pai, ocorrido durante o período ditatorial brasileiro, nos anos 1970. Também faz parte da pesquisa, a investigação das estratégias empreendidas pelo autobiógrafo, em sua busca por um veredicto satisfatório de seus “leitores∕juízes”. O questionamento do paradigma da verdade e o desvendamento de uma retórica da sinceridade servem de embasamento neste segundo objetivo. A análise da recepção de Feliz Ano Velho reforça a idéia de que o autor é bem-sucedido em seu estratagema retórico. No entanto, ressaltar-se-á que se trata, primordialmente, de uma sinceridade forjada, o que seria responsável pela disparidade entre as múltiplas leituras que a obra possibilita aos leitores e a análise por nós efetivada.

 

Mestrando(a)

Alex Sandro Martoni

Título

“MACUNAÍMA E A EXPERIÊNCIA DE VANGUARDA NO MODERNISMO LITERÁRIO E NO CINEMA NOVO”

Orientador(a)

Prof. Dr. Evando Batista Nascimento

Data da defesa

26/06/2006

Resumo

A partir da leitura do livro Macunaíma, de Mário de Andrade, publicado em 1928, e do filme homônimo, de Joaquim Pedro de Andrade, lançado em 1969, intenta-se compreender como a estética dos movimentos de vanguarda do início do século XX exerce influência sobre a obra do escritor paulista, assim como a adaptação realizada pelo diretor carioca se relaciona com o discurso vanguardista dos anos sessenta. Além da abordagem da obra literária e de sua reelaboração no plano cinematográfico, procura-se igualmente analisar o modo como seus respectivos processos de construção envolvem uma relação complexa entre a tradição cultural popular e o discurso de ruptura modernista. A leitura destas obras contribui para a abertura de um horizonte crítico sobre a linguagem de vanguarda na literatura e no cinema brasileiro no século XX.

 

 

Mestrando(a)

Adriana de Freitas Gomes

 

Título

“A VOZ DA MULHER NO CONTEXTO TRADUTÓRIO: ANÁLISE DA TRADUÇÃO DE “BLISS”, DE KATHERINE MANSFIELD, PARA O PORTUGUÊS, POR ANA CRISTINA CESAR”

Orientador(a)

Profª. Drª. Maria Clara Castellões de Oliveira

Data da defesa

18/08/2006

Resumo

Esta dissertação tem como objetivo entrelaçar as vozes de Ana Cristina Cesar e Katherine Mansfield através de “Bliss”, conto escrito por Mansfield, em 1918, e traduzido por Ana Cristina para a língua portuguesa, entre 1979 e 1981. Ressaltamos ambas as autoras como figuras de transição, por se encontrarem em uma posição liminar em relação aos momentos sócio-histórico-culturais em que viveram. Buscamos apresentar a importância da prática tradutória para a ascensão das mulheres ao mundo das letras e para a formação da identidade autoral feminina de Ana Cristina. Destacamos também a existência de afinidades entre as duas escritoras determinadas por questionamentos em relação aos papéis por ela desempenhados enquanto mulheres. Com o intuito de analisar a prática tradutória de Ana Cristina, utilizamos, entre outros, conceitos extraídos do pensamento de estudiosos(as) da tradução e de intelectuais que se dedicaram à crítica literária em geral. Abordamos como os estudos emergentes no final da década de 70 e início dos anos 80 influenciaram Ana Cristina em sua tradução de “Bliss” e verificamos de que forma ela antecipa posicionamentos caros ao momento atual dos Estudos da Tradução.

 

Mestrando(a)

Marcelo Pereira Machado

Título

“AS PISCADELAS POÉTICAS E O CORPO FEMININO COMO VISLUMBRAMENTO DE UM ESPAÇO SELVAGEM EM PAULA TAVARES”

Orientador(a)

Profª. Drª. Márcia de Almeida

Data da defesa

25/08/2006

Resumo

Esta dissertação apresenta uma abordagem envolvendo os Estudos de Gênero e a Crítica Pós-colonial, a partir da análise da poesia contemporânea da angolana Ana Paula Tavares. O estudo abrange o livro de poemas O lago da lua, de 1999. A pesquisa desenvolve-se em torno da temática do feminino, orientando-se para uma nova prática textual, chamada, segundo a autora brasileira Lúcia Castelo Branco, “escrita feminina”. Além disso, há também o aporte no que diz respeito aos Estudos de Gênero, de teóricas como Simone Beauvoir e Elaine Showalter. No que se refere à crítica pós-colonial, a análise dos poemas teve como referencial, autores que discutem questões pertinentes à questão da identidade e da alteridade no espaço atual. A dissertação assim discute a poesia de Paula Tavares como uma tentativa de reelaboração identitária angolana e o vislumbramento de novos papéis para o feminino e o masculino.

 

Mestrando(a)

José Geraldo Batista

Título

“CASA DOS BRAGA, DE RUBEM BRAGA: RETRATOS DE UMA MORTE FELIZ”

Orientador(a)

Prof. Dr. Fernando Fábio Fiorese Furtado

Data da defesa

29/09/2006

Resumo

A partir da leitura do livro Casa dos Braga: memória de infância, de Rubem Braga (1913-1990), publicado em 1997, intenta-se evidenciar nessa obra o caráter fragmentário, o recorte de personagens e paisagens, as dimensões reduzidas dos textos coligidos e o pendor documentário dessa recolha de crônicas da infância que conduzem o leitor a surpreender a tangência e a contaminação das operações da escrita memorialística pelos processos do dispositivo fotográfico, aqui considerado tanto como metáfora da permanência dos resíduos mnemônicos no aparelho psíquico, quanto como sintoma que reúne a fotografia e as écritures de soi na mesma tensão “indecidível” entre o registro testemunhal do passado e as muitas irrupções do imaginário e da ficção. Procura-se, também, demonstrar, na leitura da Casa dos Braga, a impressão sedutora e enigmática de encontrar-se diante de um álbum de fotografias. Da mesma forma que uma coleção de retratos de família nos prende e nos interroga silenciosamente, a substância textual das crônicas de Rubem Braga, enquanto modo de fixação e acumulação de instantes fugidios, aciona no leitor práticas similares àquelas do “amador” de fotos, pois ali também fragmentos e recortes estão a exigir do olhar e da imaginação movimentos e digressões que permitam complementar o espaço e unir as muitas estações do tempo. Ali mudada em tipos imóveis, a memória textualizada nos mobiliza para vivificar o que está morto, como no paradoxo em que a fotografia se diz: “eternização do instante”. Enfim, pretende-se discutir a pertinência da analogia entre o “álbum de retrato” e a obra referida, correlacionando a literatura com a prática semiótica da fotografia.

 

Mestrando(a)

Ivana Teixeira Figueiredo Gund

Título

“POR ESSA TERRA…, DESTINOS ITINERANTES: OS CAMINHOS DO SUJEITO MIGRANTE”

Orientador(a)

Profª. Drª. Miriam Lídia Volpe

Data da defesa

31/10/2006

Resumo

O presente trabalho objetiva analisar, através da literatura, a condição do sertanejo, em suas migrações, e também daqueles que permanecem em sua terra. Situa o tema dentro da tradição literária brasileira, iniciada por José de Alencar, passando por Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Guimarães Rosa, para deter-se nos romances Essa terra (1973) e O cachorro e o lobo (1999), do escritor baiano contemporâneo, Antônio Torres. Os pressupostos teóricos para tal reflexão iniciam-se com uma pesquisa histórica sobre o tema, e, baseando-se nos conceitos de Julia Kristeva, em Estrangeiros para nós mesmos, considera-se que os sertanejos poderiam ser entendidos a partir de uma “natureza exílica”, vivendo como estrangeiros, mesmo quando em seu próprio país, historicamente excluídos pelas contingências – a seca, a miséria, o analfabetismo, a invisibilidade social, o descaso político. Parte-se, então, para uma revisão dos conceitos de exílio, diáspora e migração, para incluir, entre suas possíveis variações, os conceitos teóricos de insílio e desexílio. Encontra-se, na obra de Antônio Torres, aguçada sensibilidade no desenvolvimento ficcional da problemática em questão, o que lhe permite fundar, na literatura nacional, a possibilidade de retorno do sertanejo migrante a seu lugar de origem – o desexílio –, e criar um lugar – o Junco – que, nesses romances, deixa de ser o pequeno povoado baiano no qual nasceu e passa a representar um espaço mítico onde se discute a universal condição humana. Nesse sentido, intenta-se inserir esse escritor brasileiro numa tradição de escritores latino-americanos que abarca, entre outros, Garcia Márquez, Juan Rulfo e Juan Carlos Onetti.

 

Mestrando(a)

Maria Andréia de Paula Silva

Título

“PELA FRESTA POR ONDE OLHA O INTELECTUAL LATINO-AMERICANO:OS OLHARES DE RICARDO PIGLIA E SILVIANO SANTIAGO”

Orientador(a)

Profª. Drª. Terezinha Maria Scher Pereira

Data da defesa

20/11/2006

Resumo

A presente dissertação empreende uma releitura da Tese de Rocha sobre expressões lingüísticas de discurso reportado, usados em uma situação comunicativa de interação em tempo real. A dissertação conclui pela postulação de construções identificáveis sintático-prosodicamente, em funções comunicativas de marcação epistêmica e gerenciamento de interação.

 

Mestrando(a)

Carolina Alves Magaldi

Título

“KALEVALA: LITERATURA, HISTÓRIA E FORMAÇÃO NACIONAL”

Orientador(a)

Prof. Dr. Rogério Souza Sérgio Ferreira

Data da defesa

01/12/2006

Resumo

A dissertação aborda as inter-conexões entre literatura, história, memória e formação nacional a partir da análise do épico finlandês Kalevala. O estudo abrange os aspectos românticos do registro dos poemas orais que hoje formam a epopéia, seu processo de publicação, suas conexões com a história factual da Finlândia, sua difusão pelo mundo na forma de traduções, bem como sua onipresença no universo de cultura de massa de seu país. Abordamos, ainda, os paralelos que podem ser traçados entre as obras que influenciaram a Kalevala e aquelas que o épico influenciou, de forma a constituir uma rede discursiva e aproximar o texto dos leitores brasileiros. Como aporte teórico no tocante ao Romantismo se fazem presentes as análises de Victor Hugo e J. Guinsberg, na reflexão entre literatura, história e memória temos como referência as obras de Eric Hobsbawn, Benedict Anderson e Maurice Halbwachs, além de diversos historiadores finlandeses.

 

Mestrando(a)

Luciana Varga Rodrigues

Título

“A LITERATURA DO FATO”

Orientador(a)

Profª. Drª. Maria Lúcia Campanha da Rocha Ribeiro

Data da defesa

13/12/2006

Resumo

Esta dissertação tem como proposta analisar as obras literárias que trazem como proposta a representação do real. Como mimesis, torna presente um real ausente, mas que se quer alcançar. Denominamos de literatura do fato estas obras que trazem os recursos literários do romance tradicional com temas e personagens reais, o que gera discussão real, e a inserção do leitor nas questões da sociedade. Estabelecendo uma distinção entre literatura e escritura, procuramos mostrar que a literatura do fato, como obra de arte, cumpre a sua função questionadora e possibilita ao leitor uma maior contextualização das questões da contemporaneidade, uma vez que trabalhamos com a idéia de que fatos marcantes (principalmente negativos) do passado devem ser lembrados para que não se repitam no presente..

 

Mestrando(a)

Márcia Peters Sabino

Título

“AUGUSTO DOS ANJOS E A POESIA CIENTÍFICA”

Orientador(a)

Profª. Drª. Teresinha Vânia Zimbrão da Silva

Data da defesa

13/12/2006

Resumo

Esta dissertação pretende demonstrar a influência da poética científica na obra de Augusto dos Anjos. Para tanto, será recuperado o contexto de surgimento dessa proposta estética, a qual tentaremos caracterizar a partir das obras de Rocha Lima, Sílvio Romero e Martins Júnior. A poesia de Augusto dos Anjos será comparada à produção poética de alguns poetas científicos, tendo em vista quatro linhas mestras escolhidas a partir da proposta da poética científica: as relações da poesia com as idéias científicas e filosóficas do positivismo; a adoção de uma estética do prosaico e do feio; a expressão dos sentimentos do eu-lírico; e a abertura para o contexto social.

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