Projetos de pesquisa por docente:
Prof. Dr. Alexandre Graça Faria
Continuação do projeto construções-ruínas, a presente pesquisa visa abordar as estratégias de representações da identidade cultural no momento em que as tendências globalizadoras começaram a entrar em tensão com as produções locais.
A pesquisa volta-se para produções literárias e culturais contemporâneas articuladas no eixo espacial, e têm a cidade como seu principal pólo de representação, não obstante comporte deslocamentos ideológicos ou imaginários. Nesse sentido prioriza deslocamentos temporais e ou espaciais que fomentam representações “heterogênicas” através do duplo leitura/escritura (com ou sem tradução, inter ou intrasemiótica), num desdobramento assumido não só pela literatura, mas também entre diferentes tipos de criação, como o cinema ou a canção popular.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
O projeto pretende articular leituras de produções literárias e culturais contemporâneas para
mapear um levantamento das estratégias de representações da identidade cultural no Brasil
no momento em que as tendências globalizadoras começaram a entrar em tensão com as
produções locais. São os seguintes os pressupostos: – que tais estratégias se produzem nas
tensões entre diferença cultural e identidade nacional, entre o local, o regional e o global; que
estas tensões fundam-se principalmente no eixo espacial, e têm a cidade como seu principal
pólo de representação, não obstante comporte deslocamentos ideológicos ou imaginários; –
que estes deslocamentos fomentam representações heterogênicas através do duplo
leitura/escritura, num desdobramento intertextual assumido não só pela literatura, mas
também entre diferentes tipos de criação, como o cinema ou a canção popular, que têm na
tradição literária inesgotável fonte de inspiração. Enfim, questão central deriva do fato de que,
com o boom dos meios de comunicação audiovisuais, o movimento de representação/construção da identidade nacional, tradicionalmente caro à expressão literária, passa a ser objeto de outros media como o cinema, a canção popular, ou os diversos gêneros da produção televisiva. Por outro lado, a literatura dessa época apresenta fortes traços de subtração das marcas ideológicas, coletivistas, ou mesmo utópicas que possam sustentar representações de identidades.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
O projeto volta-se para a prática de criação literária e a reflexão sobre essa prática na formação de escritores. Desdobra-se de projeto anterior, “Ficção e reesistência”. Começamos por reconhecer como um déficit curricular a ausência de formação específica para escritores nas Faculdades de Letras do Brasil. Em geral, os estudos de literatura desenvolvem-se por meio da pesquisa acadêmica ou científica nas esferas da teoria, da história e da crítica. Diferentemente dos programas de Artes, em que a prática e a pesquisa estética colocam-se no conjunto das atividades acadêmicas, a escrita literária ocupa um lugar mais próximo do eletivo que do obrigatório nos currículos de graduação pós-graduação, e aparece com mais frequência no de extensão ou de pós-graduação lato sensu. Há mesmo certa flutuação nos mecanismos disciplinares e disciplinadores dos Estudos Literários nas estruturas organizacionais das universidades. Ora o curso de Letras aproxima-se dos Centros de Artes, ora integra-se aos de Humanidades.
A hipótese que norteia a pesquisa é a de que, menos que o desenvolvimento de técnicas de criação literária (embora essas não estejam descartadas), a formação do autor demanda a construção de uma sensibilidade no cruzamento de dois eixos, o primeiro é o da contemporaneidade, entendida num largo espectro de sentidos que buscam enfrentar teórica e criticamente a vertiginosidade da vida e da cultura contemporâneas e o segundo é o da materialidade, que investiga as possibilidades de operação com os elementos que constituem e podem vir a constituir o objeto literário. Em ambas parece haver inequívoca priorização de uma determinada compreensão da vida pública a partir de processos sociais e políticos que tomam de forma unívoca a realidade instituída pelos dispositivos contemporâneos. Na mesma medida, tais leituras acentuam a vocação, se não hermenêutica, com certeza metafísica dos Estudos Literários, o que resulta num conjunto de trabalhos, como artigos, dissertações e teses, que reafirmam a hegemonia de certa perspectiva científica e renegam o que há de mais específico em seus objetos de estudo, a ficção.
Linha de pesquisa: Criação Literária
O projeto parte da leitura de escritas, vozes e movimentos poéticos na produção literária e cultural, da tradição e da contemporaneidade, em que se percebam a tensão entre espaço, tempo e identidades; o local e o global; expressões locais e/ou periféricas e dinâmicas do cosmopolitismo como forma de estabelecimento de múltiplos lugares de afirmação da literatura (pensada de maneira expandida),
através da produção de presença, da heterogênese e da heterotopia. Tais análises buscam desdobrar-se numa práxis literária, ensaística e/ou ficcional, em prosa e/ou poesia, que resulte em produtos capazes de relativizar o resultado da pesquisa literária tradicional. Para além da tese e do artigo clássicos, o projeto pretende viabilizar, afirmar e incluir a criação literária como lugar potente de produção de conhecimento.
Linha de pesquisa: Criação Literária
Profa. Dra. Ana Beatriz Rodrigues Gonçalves
A proposta do projeto é estudar, com base na Crítica Feminista e nos estudos de
gênero o modo como é explorada a condição feminina na contemporaneidade.
Investiga a tensão entre o político e o estético, com vistas a compreender como a
literatura se torna espaço de reflexão teórica. Investiga como as autoras exploram a
condição discursiva e as estratégias de negociação a fim de ressaltar sua contribuição
no universo das letras.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Prof. Dr. Anderson Bastos Martins
Este projeto investiga novas possibilidades teóricas e críticas dos estudos literários anglófonos pós-coloniais a partir de um estudo comparativo entre suas premissas e as pesquisas recentes sobre os conceitos de globalização e cosmopolitismo e sobre as práticas literárias e culturais derivadas dos mesmos. Com base em narrativas de autoria de quatro ficcionistas contemporâneos, a saber, Nadine Gordimer (1923-2014) , Salman Rushdie (1947), Mohsin Hamid (1971) e Chimamanda Ngozi Adichie
(1977), o enfoque é comparar e contrastar a ficção pós-colonial em seu momento nacional (Nadine Gordimer e Salman Rushdie) com a ficção pós-colonial em tempos de globalização (Nadine Gordimer, Salman Rushdie, Mohsin Hamid e Chimamanda Ngozi Adichie), com o objetivo de atualizar a teoria e crítica pós-coloniais anglófonas diante dos desafios da contemporaneidade global e cosmopolita. Textos narrativos de autoria de outros autores anglófonos ou de diferentes tradições poderão ser agregados ao
projeto no decorrer da pesquisa.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Prof. Dr. Anderson Pires da Silva
O projeto de pesquisa tem como objetivo geral, no campo da produção literária, o mapeamento das linhas estilisticas que se desenvolvem a partir de década de 1960, abrangendo como objetivos específicos: a análise das novas linguagens narrativas (as Histórias em Quadrinhos e seus subgêneros), as formas de intertextualidades culturais, as manifestações de ruptura com o cânone de “formação da literatura brasileira”, as configurações da literatura contemporânea sob a perspectiva da
historiografia literária.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
O presente projeto de pesquisa de Iniciação Científica propõe uma análise do texto ficcional produzido pelas Histórias em Quadrinhos. A partir de pressupostos teóricos elaborados pelos estudos das relações intertextuais entre Literatura e Cultura de massa, pretende-se localizar as interações entre linguagens artisticas como uma marca de nossa contemporaneidade, que tem exigido uma reflexão teórica sobre as redes intertextuais e intermidiáticas nas quais o texto literário se insere ou é inserido. Segundo o quadrinista e teórico Will Eisner (1999), as histórias em quadrinhos combinam as regências da arte
(simetria, perspectiva, pincelada) e da literatura (enredo, personagem, diálogo e narração). O quadrinista deve saber conjugar as duas regências ao compor uma história em quadrinhos. O pesquisador francês Jean-Bruno Renard (1978, p. 11) aprofunda a comparação, as H.Qs. estão mais próximas da literatura do que do cinema (“la bande dessinée est, en effet, bien plus proche de la littérature que du cinéma”), porque ativam os mesmos macanismos cognitivos que o texto literário (“il lit les textes, lorsqu’il y en a; il peut également, s’il le désire, revenir en arrière comme à lecture de n’importe quel livre?). O conceito de ?romance gráfico? apresenta duas características básicas: a) o
caráter independente, experimental, fora das convenções dos quadrinhos grandes estúdios, como a Marvel, baseados no modo de produção da indústria cultural; b) o enredo realista que problematiza o indíviduo na sociedade. Nesse sentido, o projeto de pesquisa pretende investigar os critérios estéticos e literários que sustentam a ideia sobre o caráter literário da narrativa gráfica.
Linha de pesquisa: Literatura e Transdisciplinaridade
Prof. Dr. André Monteiro Guimarães Dias Pires
A principal motivação do presente projeto é, em consonância com a minha recente trajetória de pesquisa, aprofundar as problematizações que venho desdobrando nos últimos anos em torno das possíveis relações entre a literatura e a filosofia, ou seja, entre o campo poético-literário-ficcional e o campo teórico-conceitual-ensaístico. O objetivo geral do projeto, a partir de tal motivação, é pensar de que modo as próprias formas e forças do campo literário, quando potencializadas em suas intensidades conceituais, podem agenciar metodologias acadêmicas cotidianas: práticas de pesquisa, docência e escritas de pesquisa. Minha principal hipótese é a de que a miscigenação entre o campo literário e o campo filosófico-conceitual (bem como entre o teórico e o poético, o ensaístico e o ficcional) pode contaminar o campo pedagógico, abrindo possibilidades transdisciplinares de se pensar e produzir “novas estéticas dos saberes”.
Linha de pesquisa: Literatura e Transdisciplinaridade
Profa. Dra. Bárbara Inês Ribeiro Simões Daibert
Este projeto pretende estudar a obra de Maria Firmina dos Reis a partir de alguns periódicos maranhenses do século XIX disponíveis no acervo da Biblioteca Nacional (Seminário Maranhense, Echo da Juventude, A imprensa, O domingo e A pacotilha), com os quais a autora contribuía. Além dessas fontes, dois romances e um conto da autora, respectivamente Úrsula, Gupeva e A escrava serão estudados. Nesse sentido, tentaremos compreender, a partir dos posicionamentos de Firmina
e de seu abolicionismo, de que forma a escrita de uma mulher afrodescendente até então à margem do cânone literário brasileiro, desperta outras possíveis narrativas da nação, através de uma explícita vontade de rememorar traumas como a escravidão, a diáspora negra no Brasil e a violência da sociedade patriarcal.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Este projeto propõe a produção de textos literários em prosa que renegociam o passado e refletem
sobre o papel da História. Considerando a crise da História como forma de representação e a ficção de
memória, que, a partir das últimas décadas do século XX, afirma-se mais expressivamente como forma
de renegociação das grandes narrativas históricas cristalizadas, este projeto suscita questionamentos
e propõe a produção de textos literários que reflitam sobre a renegociação da história através da literatura. Desta forma, em que medida a ficção histórica contemporânea pode reinterpretar ou ressignificar outras narrativas históricas canônicas? Com base em uma reflexão sobre a escrita histórica contemporânea produzida por minorias no Brasil e nos Estados Unidos, a partir de seleção de textos em prosa de autores periféricos brasileiros e estadunidenses, pretende se então a produção de contos que discutam em seu tecido literário os limites da ficção histórica e, ao mesmo tempo, da literatura de memória e da narrativa como forma de reescrita da história.
Linha de pesquisa: Criação Literária
Profa. Dra. Carolina Alves Magaldi
O projeto versa sobre as traduções interlinguais, intralinguais ou interssemióticas envolvendo as línguas inglesa e portuguesa, bem como suas interfaces com contextos linguísticos, culturais e políticos. Busca compreender as relações entre culturas-fonte e culturas-alvo, bem como os processos de reescrita. Discute textos teóricos acerca dos Estudos da Tradução, em contraponto com três estudos históricos e etnográficos. Almeja, ainda, problematizar reescritas, reinterpretações e ressignificações histórico-literárias.
Linha de pesquisa: Criação Literária
Profa. Dra. Charlene Martins Miotti
Este projeto de pesquisa dedica-se ao estudo e tradução inédita em língua portuguesa de parte do corpus declamatório do período imperial romano, com ênfase nas Declamationes Maiores (c. séc. I-IV da era comum, atribuídas a Quintiliano) e suas relações intergenéricas. Tal escolha se justifica porque esta coleção de exercícios oratórios constitui um testemunho historicamente negligenciado da chamada “prosa literária imperial” – cujas simetrias com Sêneca e Petrônio vão muito além da língua e do estilo – além de oferecer rara oportunidade para análise de textos oriundos da prática performática oratória. As Declamationes Maiores são compostas por dezenove declamações relativamente curtas (variando entre 11 e 28 parágrafos, cada uma), cujos textos foram preservados integralmente, e nos quais se encontra um uso amplo e diversificado do color poeticus: por trás de muitas escolhas expressivas é perceptível a influência de Virgílio, mas se entrevê também uma significativa presença de Ovídio e Sêneca trágico (STRAMAGLIA, 2002, p. 26). Assim, compreende-se o processo de tradução, particularmente neste caso, como atividade de criação literária, voltada para reconstituição de efeitos e imagens poéticas na língua-alvo, tendo em conta o seguinte critério temático, que orienta a seleção dos textos: das dezenove declamações reunidas sob esse título, ao menos doze tratam de questões que podem ser consideradas nefandas – assassinatos em família ou em resposta a uma tentativa de estupro (1, 2, 3), o suicídio motivado por uma profecia sinistra (4), a mãe que deve escolher qual dos filhos sacrificar (8), a magia sobre o sepulcro de uma criança[1] (10), o canibalismo entre cidadãos de uma cidade inteira (12), a “poção do ódio” administrada por uma prostituta para mitigar a obsessão amorosa de um cliente (14-15), a tentativa de parricídio com veneno (17) e o incesto entre mãe e filho (18-19). As declamações 14-15 e 18-19 são especialmente valiosas porque trazem o “caso completo”, isto é, os discursos de acusação e defesa sobre a mesma causa. Como se sabe, ainda que fosse prática comum trazer para os exercícios oratórios temas mitológicos (domínio onde o macabro encontra palco e plateia), as particularidades dos discursos de acusação na referida obra levantam questões que se voltam para o clima de opinião[2] que possa tê-la fomentado. Pode-se levantar a hipótese de que a predominância de temas desta natureza, para além das questões implícitas ao gênero declamatório, espelhasse certa tensão social oriunda do período pós-Nero. Ana Alexandra Sousa (2011, p. 20), por exemplo, descreve aspectos das práticas discursivas em contexto de domínio imperial, sublinhando certa prevalência de temas voltados para o “sobrenatural” na produção artística do período. Ao longo do desenvolvimento deste projeto buscar-se-á evidências que respaldem ou retifiquem tal hipótese.
[1] A única declamação latina que apresenta um mago é precisamente a décima declamatio maior (cf. STRAMAGLIA, Antonio. Quintiliano: La città che si cibò dei suoi cadaveri (Declamazioni maggiori, 12). Cassino: Edizioni dell’Univesità Degli Studi di Cassino, 2002, p. 20).
[2] “Climate of opinion” é uma expressão cunhada por Ernst Frideryk Konrad Koerner, a propósito do que ele chamou de “princípio de contextualização” das teorias linguísticas. Acreditamos que sua premissa é inteiramente válida para o campo literário: “The first principle for the presentation of linguistic theories propounded in earlier (pre-twentieth-century) periods concerns the establishment of the general ‘climate of opinion’ of the period in question. Linguistic ideas have never developed independently of other intelectual currents of the time; what Goethe called the ‘Geist der Zeiten’ has always left its imprint on linguistic thinking. At times, the influence of the socio-economic and even political situation must be taken into account as well” (KOERNER, Ernst Friderik Konrad & ASHER, Ronald E. (Eds.). Concise history of the language sciences: From the sumerians to the cognitivists. Oxford and New York: Pergamon, 1995, p. 13).
Linha de pesquisa: Criação Literária
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Prof. Dr. Edimilsom de Almeida Pereira
O Projeto “Ethos e epistemologias da poesia brasileira contemporânea tem como objeto de estudo as obras no gênero poesia escritas e publicadas no Brasil e/ou no exterior, entre a década de 1990 e a presente data. O presente Projeto possui uma base teórica multidisciplinar que, uma vez colocada em prática, buscará a articulação de um viés próprio para a abordagem dos temas propostos. Em seu livro O saber local (Petrópolis, Vozes, 1977, p. 11) o antropólogo Clifford Geertz afirma que “as formas do saber são sempre e inevitavelmente locais, inseparáveis de seus instrumentos e de seus invólucros.” Por sua vez, o teórico da Literatura Ernest Fischer, em sua obra A necessidade da obra de arte (Rio de Janeiro, Zahar, 1983, p. 14) observa que “a arte não só precisa derivar de uma intensa experiência da realidade como precisa ser construída, precisa tomar formar através da objetividade.” Considerando a Literatura como uma forma de saber (GEERTZ), gerada a partir de certos contextos históricos e sociais e reconfiguradas no âmbito estético (FISCHER), julgamos ser relevante analisar o quanto da vida política, econômica e social transparece, sob uma perspectiva estética, nos discursos poéticos em curso no Brasil.”
Profa. Dra. Elena Santi
O projeto de pesquisa visa investigar a relação entre poesia e reflexão sobre a língua poética, possibilitando uma análise crítico-literária seguindo os rastros deixados pelas falas dos mortos na poesia do século XX e XXI. Ponto de partida são algumas reflexões presentes na produção poética e crítica de autores contemporâneos (Giovanni Pascoli (1855-1912), e as releituras de Giorgio Agamben) alcançando algumas das experiências mais significativas da literatura contemporânea em língua italiana (Giovanni Raboni (1932-2004), Enrico Testa (1956), Mariangela Gualtieri (1951) entre outros). Esses poetas e críticos literários, contudo, representam, mais do que um horizonte, um mosaico de vozes, parcial e fragmentário, que, poderá ser ampliado por meio de outras experiências poéticas, se detendo tanto nos estudos de literatura comparada, quanto de tradução. Destacamos, também, que, ao longo da pesquisa, entenderemos a poesia, não apenas como um dos possíveis gêneros da produção literária, mas, na esteira de Jean-Luc Nancy, como um acesso ao sentido cada vez ausente, sempre a se fazer. Dessa forma, poderão ser objeto da pesquisa, tanto obras em versos quanto em prosa e de diferentes tradições literárias, assim como obras artísticas expressas por meio de linguagens outras, mas que mantenham essas características de acesso a um sentido sempre por vir, nunca dado, e nunca fechado.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Profa. Dra. Enilce do Carmo Albergaria Rocha
Este projeto insere-se na área dos Estudos da Literatura Comparada. O projeto aceita propostas vinculadas aos seguintes temas: as negociações identitárias nas literaturas africanas de língua portuguesa, nas literaturas francófonas do Caribe de língua francesa, nas diásporas do Brasil e no âmbito de outras manifestações artísticas; a tradução para o português de prosa e poesia em língua francesa.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
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Profa. Dra. Fernanda Murad Machado
Na África subsaariana, as produções literárias anglófonas, francófonas e lusófonas são fenômenos recentes que tiveram início em territórios ocupados e remapeados no âmbito dos impérios europeus. Suas origens e seu desenvolvimento são intrinsecamente relacionados aos processos de colonização e descolonização do continente. Publicadas principalmente a partir das primeiras décadas do século XX, as obras escritas por autores africanos nesses idiomas expressam as transformações aceleradas ocorridas na história e na geografia locais. A expressão literária dessas transformações e, em particular, o constante processo de reimaginação e ressignificação do território na prosa francófona constituem o mote deste projeto de pesquisa.
Para tanto, propõe-se investigar a sobreposição e o entrelaçamento de diferentes representações de um mesmo território, não só ao longo do tempo, como também simultaneamente, a partir dos seguintes questionamentos:
1-) Dinâmicas históricas. Como as transformações territoriais ocorridas desde o período colonial se expressam em diferentes momentos dessa produção literária de um ponto de vista temático e formal?
2-) Dinâmicas identitárias. Como as fronteiras entre territórios reais, simbólicos ou imaginários são representadas nas obras? Que transações, diálogos e confrontos ocorrem entre os personagens nessas zonas limítrofes?
3-) Dinâmicas memoriais. Como os deslocamentos internacionais e extracontinentais dos escritores e dos personagens interferem em sua forma de conceber e narrar seu território de origem?
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Prof. Dr. Humberto Fois Braga
Se a Terra já foi percorrida, e na impossibilidade de nos direcionarmos para outros planetas, percebemos que determinados escritores-viajantes estão construindo a originalidade e o encantamento do mundo a partir da sobreposição de camadas temporais nestes espaços previamente escrutinados: nossa hipótese é a de que determinadas obras estão buscando (re)construir a retórica do ineditismo a partir de
uma “viagem ao passado alheio”, justapondo espaços, personagens e escritores de ontem com os de hoje. Em outros termos: os escritores-viajantes estão buscando a alteridade não somente nas terras que percorrem, mas também no corpo-texto dos escritores-viajantes de antanho, colocando estes como mediadores e interlocutores em suas experiências de percorrer o mundo. E nesta sobreposição textual, os narradores de hoje travam diálogos com os de ontem, promovendo uma dialogia entre as obras.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Este projeto busca compreender como o ato de ultrapassar fronteiras, promovido pela jornada do herói, estrutura o ritual da hostipitalidade (hospitalidade/hostilidade) na obra O retorno do rei que compõe o último livro da trilogia O senhor dos anéis e no romance de aventura O Hobbit, ambas de J. R. R. Tolkien. Desta maneira, perceber como as múltiplas alteridades e sociabilidades que permeiam tais obras constituem um circuito de (des)afetos entre os diferentes grupos sociais habitantes do reino da Terra Média.
Linha de pesquisa: Literatura e Transdisciplinaridade
Profa. Dra. Júlia Simone Ferreira
O Projeto tem como objetivo estudar a especificidade da escrita feminina ou escrita de mulher. Desvendar os segredos e os não-ditos que circundam a vida das personagens femininas. Os silêncios e os não-ditos traduzem algo de natureza íntima, secreta. A escrita feminina pretende ir além das discussões de alteridade entre o eu e o outro: o íntimo, a vida cotidiana, a memória/desmemória, a morte, a ausência, a dor, o corpo, o desejo, a opressão patriarcal, a maternidade, a loucura simbólica dentre
outras temáticas que caracterizam a escrita feminina intimista. Estudos de obras que discutem as temáticas do feminino, nas escrituras de Marguerite Duras e Gisèle Pineau. Entre os textos críticos que abordam a temática da escrita feminina destacamos: Michel Mercier (1976), Béatrice Didier (1981), Lúcia Castelo Branco e Ruth Silviano Brandão (2004) e Luíza Lobo (2007).
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
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Prof. Dr. Luiz Fernando Matos Rocha
Esta proposta envolve práticas efetivas de fomento à escrita criativa dramatúrgica, tendo como base dados reais de fala espontânea do Português Brasileiro, de corpora já coletados, ou mesmo de outras bases literárias para fins de adaptação. Tem como pano de fundo a investigação teórica e empírica em torno do fenômeno linguístico-cognitivo da Interação Fictiva (conversa não genuína) como recurso propulsor de criação dramático-literária. Ancorada na praxe coletiva ou individual, a metodologia de trabalho parte do uso cotidiano da modalidade falada, seja conversação, diálogo ou monólogo, para impulsionar o tratamento artístico, dramatúrgico e literário das estratégias comunicativas e interacionais cotidianas emergentes nos dados linguísticos, culminando no trabalho criativo de escrita de ficção. Assim, o fazer dramatúrgico-literário, respaldado pela complexidade e performatividade sociointeracionais em dimensões linguísticas do uso, pode ser considerado potencialmente capaz de ampliar as possibilidades de atravessamento simbólico e inventivo dos sujeitos-autores por meio de provocações dos textos orais de outrem, ou mesmo de outros textos literários. Na guarida da metáfora VIDA É ESPETÁCULO TEATRAL, inevitavelmente, o arcabouço teórico remete a articulações entre Literatura e Linguística, tendo em vista hipóteses sociocognitivas de que a mente engajada na partilha de sentidos opera literária e projetivamente com base em Interações Fictivas, como narrativas imaginárias as quais demonstram que o condão cognitivo da criatividade também se relaciona a conceber as coisas do mundo que não são conversa como conversa, inclusive pensamentos e sensações. Os objetivos estão (re)formulados logo a seguir:
1) Investigar como a Interação Fictiva, categoria de análise linguístico-cognitiva observada em dados de modalidade oral e escrita, pode se configurar como um elemento propulsor para a criação ficcional de monólogos, diálogos e conversações, em dramaturgia, bem como em diferentes gêneros literários;
2) Exercitar, em caráter experimental, a produção, coletiva (ou individual), de textos dramatúrgicos com base em dados de fala espontânea contidos em corpora linguísticos já disponíveis, com o propósito de se reconhecerem e se validarem as potências cênicas de situações cotidianas para posterior tratamento artístico;
3) E adaptar, para a dramaturgia, textos literários de ficção, tendo em vista o aperfeiçoamento da verossimilhança na produção ficcional de monólogos, diálogos e conversações, fomentado pelo recurso aos dados de fala espontânea contidos em corpora linguísticos.
Linha de pesquisa: Criação Literária
Profa. Dra. Nícea Helena de Almeida Nogueira
Esta pesquisa investiga obras literárias de autoria feminina, escritas em língua inglesa, preferencialmente, à luz da crítica contemporânea feminista anglo-americana, francesa, hispânica e brasileira, dando ênfase ao estudo analítico e recepção desses textos, sendo desenvolvida no âmbito do PPG Letras: Estudos Literários da UFJF. A partir dos pressupostos críticos da escritora Virginia Woolf, em seus ensaios pioneiros sobre a escrita de mulheres nas primeiras décadas do século XX, observa-se que o gênero é construído cultural e socialmente e não está ligado nem ao sexo e nem à identidade, o que reverbera nas discussões da crítica feminista atual. O projeto privilegia o estudo de autoras que questionam, em suas obras, contextos de opressão do feminino e destacam a valorização do fazer poético. Entre os tópicos de interesse para os estudos da literatura de autoria feminina estão: memória, autobiografia, correspondência, análise de tradução, tradição literária, poesia, conto, romance, ensaio, teatro, teoria literária, cinema, história, filosofia, sociologia, mitologia e jornalismo.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Esta pesquisa se propõe a investigar obras literárias de autoria feminina à luz da crítica contemporânea em língua inglesa a partir de 1970, ano de publicação da obra Política sexual, de Kate Millet, considerado como o primeiro livro de crítica literária feminista. Essa escrita da mulher, seguida de outras formas de discurso provenientes de setores também ditos marginais, como a literatura de determinados grupos minoritários, vem se desenvolvendo com um considerável grau de complexidade, passando a exigir da crítica formas de leitura da produção literária criada pelas denominadas minorias cognitivas que sejam diferentes daqueles baseados exclusivamente nos padrões canônicos. A crítica feminista se ocupa de estudos da representação da mulher por meio de personagens femininas para denunciar a extensão e penetração do patriarcado em nossa sociedade, assim como questões de gênero, raça e sexualidade. Passando pela ginocrítica, que propõe a criação de uma teoria e um modelo de interpretação literária voltados exclusivamente para a análise de textos de autoria feminina, dedica-se à recuperação e valorização de textos escritos por mulheres de diferentes perspectivas culturais. Entre os textos críticos que abordam os aspectos acadêmicos, culturais e políticos dessa produção, destacam-se as obras de Elaine Showalter (1977), Sandra Gilbert & Susan Gubar (1979), Germaine Greer (1984), Toril Moi (1985), Judith Butler (1990), Deborah E. McDowell (1994), Hortense Spillers (2003) e bell hooks (2013).
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Prof. Dr. Pedro Bustamante Teixeira
Desde a crise da Indústria Fonográfica e o encerramento de um ciclo para a Música Popular Brasileira, já chamado de “Século da Canção”, as canções e o próprio ato de se escrever canções perderam o prestígio da crítica e da academia, mais ocupadas em discutir “o fim da canção” ou o “ocaso da MPB”. A presente pesquisa intitulada “Nada é de ninguém”: o recado da Nova MPB pretende, na contracorrente dessa crítica acadêmica, ler os discos e as canções de uma série de artistas que, apesar das dificuldades decorrentes do esfacelamento da indústria fonográfica e da narrativa da morte da canção, reinventam
a canção no Brasil no século XXI e já respondem pelo nome de Nova MPB.
Linha de pesquisa: Literatura e Transdisciplinaridade
Profa. Dra. Prisca Agustoni de Almeida Pereira
Com esse projeto, pretende-se abordar produções literárias de autores que vivenciaram experiências traumáticas originadas por diferentes conflitos sociais, religiosos ou culturais quais sejam a guerra ou a ditadura política, o exílio ou o campo de trabalho forçado, as catástrofes naturais que obrigam o ser humano a viver em “tempos de exceção” com relação aquilo que seria um cotidiano isento
dessas tensões. A abordagem das produções literárias se dará sob o prisma analítico de determinados textos teóricos de filosofia, sociologia, história e teoria literária, específicos a cada caso abordado. O foco principal se volta para a produção de autores que produziram a partir da experiência do exílio, em
particular autores latino-americanos, assim como para a produção de autores que escreveram durante e depois as duas guerras mundiais (Montale, Ungaretti, Celan, Trakl) até autores que expressam sua consternação diante dos conflitos armados mais recentes, quais os do leste europeu (Szymborska, Milosezc).
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Após ter pesquisado, durante quatro anos período relativo ao curso de doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa na PUC Minas os elementos diaspóricos encontrados na produção poética de autores africanos e brasileiros contemporâneos, pretendo pesquisar, dando seqüência à mesma linha de investigação, a absorção desses elementos decorrentes da diáspora africana no interior da construção do discurso poético produzido nos diferentes contextos culturais do continente americano, quais sejam: o Caribe, os Estados Unidos, América Latina. Dentro dessas áreas culturais, existem recortes específicos que precisam ser estudados com particular atenção, como o fenômeno migratório, representado, por exemplo, pela poesia de Dionne Brand, autora nascida em Trinidad y Tobago e residente no Canadá. O enfoque que norteia a pesquisa é dado à problemática da produção poética de autores decorrentes de contexto cultural resultante de um passado colonial que provocou, entre outros fenômenos culturais, o da dispersão da memória do passado (individual e coletivo). Ou seja, uma das conseqüências diretas da diáspora no continente americano é a formação de uma identidade fragmentada e, ao mesmo tempo, em constante processo de negociação. Nesse sentido, interessa pesquisar, nas poéticas selecionadas, quais são as estratégias literárias empregadas pelos autores para afirmar-se como lugar de enunciação e reterritorializar-se como sujeitos diaspóricos.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
O projeto de pesquisa “poéticas da contemporaneidade” pretende investigar as modalidades de produção de poéticas contemporâneas à luz das mudanças teóricas e semióticas que alteram a concepção daquilo que se define como sendo, desde o Aristóteles, a poética. São elaboradas categorias teóricas à luz do aporte de teóricos como Alfonso Berardinelli, Michael Hamburger, Marcos Siscar, Agamben e teóricos da performance da voz, como por exemplo Paul Zumthor, em paralelo à leitura de textos de poesia moderna e contemporânea em perspectiva comparada. Além disso, o projeto abrange a prática da escrita criativa, com suas peculiaridades mais voltadas para aspectos compositivos e intrínsecos à criação literária, como modalidade de reflexão sobre a poética da contemporaneidade.
Linha de pesquisa: Criação Literária
Prof. Dr. Rogério de Souza Sérgio Ferreira
Entende-se por Humanidades Digitais o campo acadêmico ou conjunto de práticas que atua na interseção entre as Ciências Humanas e Sociais, as Artes, as Letras e a Computação. Assim, o presente projeto caracteriza-se por ser interdisciplinar e se valer da investigação, análise, síntese e apresentação de informações na forma eletrônica. O objeto de estudo pode ser textos literários em língua inglesa ou portuguesa, vistos sob perspectiva comparada, oriundos do meio impresso ou virtual.
Linha de pesquisa: Literatura e Transdisciplinaridade
Profa. Dra. Silvina Liliana Carrizo
O projeto parte do pressuposto de que ocorreu ao longo das últimas décadas uma mudança quantitativa e qualitativa nas relações entre a literatura e suas linguagens. Tendo como base a literatura produzida em portunhol são analisadas as representações e os valores que os autores promovem ao territorializar o conceito de língua. Serão utilizados como fonte de análise textos públicos variados.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Esta pesquisa quer testar o diálogo entre diferentes linguagens literárias de mescla com determinadas estruturas de sentimento do nosso século, revisitando formações culturais residuais e até latentes.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Esta pesquisa tem por objetivo relacionar as problemáticas de mestiçagem e do indigenismo/ indígena com mentalidades e habitus dos escritores na América Latina.
Linha de pesquisa: Literatura, Crítica e Cultura
Profa. Dra. Teresinha Vânia Zimbrão da Silva
Estudo do texto literário a partir de uma perspectiva psicológico-espiritual.
Linha de pesquisa: Literatura e Transdisciplinaridade
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Prof. Dr. Thiago Mattos de Oliveira
Fenômeno “antigo, frequente e polimorfo”1, a retradução sempre foi uma prática corrente, mas é apenas com o artigo “La retraduction comme espace de la traduction”2, publicado por Antoine Berman no número 4 da revista Palimpsestes, em 1990, que percebemos uma teorização sistemática do fenômeno.
Bastante resumidamente, poderíamos dizer que três grandes teses passam a dominar os trabalhos sobre retradução contemporaneamente: a) a ideia de que “[r]etraduzir não é substituir, mas acrescentar”3, isto é, a retradução acentua o caráter não absoluto de todo gesto tradutório, levando-nos a um “verdadeiro luto da tradução absoluta”4; b) a ideia de que não retraduzimos apenas porque as traduções envelhecem, mas por razões que passam por interesses mercadológicos, divergências crítico-teóricas, viabilidades editoriais, dinâmicas históricas etc.; c) a ideia de que, conforme já se percebe tanto no artigo fundador de Berman quanto nas suas produções posteriores5, a retradução é uma forma de conceber o próprio fenômeno tradutório: não apenas na lógica binária e bilíngue de uma obra e sua tradução, mas na lógica da relação, das poéticas do criar e do traduzir, o que nos leva a pensar a retradução como um espaço relacional de modos de ler, reler, reescrever e recriar6.
Este projeto busca, portanto, revisitar e reformular as reflexões teóricas que têm sido desenvolvidas sobre o conceito de retradução desde o trabalho fundador de Berman, a fim de elaborar aportes e estratégias metodológicas tanto para a crítica de retradução literária quanto para a concepção e execução de projetos de prática de (re)tradução propriamente dita. Interessamo-nos, entre outras possibilidades, por propostas de pesquisa que buscam: a) atualizar, ampliar e problematizar as discussões sobre o conceito de retradução; b) analisar criticamente retraduções literárias; c) propor projetos (re)tradutórios de diferentes autores e gêneros literários.
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1 BRISSET, Annie. “Retraduire ou le corps changeant de la connaissance: sur l’historicité de la traduction”. Palimpsestes, 15. Paris, Presses Universitaires de la Sorbonne Nouvelle, 2004, p. 41.
2 BERMAN, Antoine. “La retraduction comme espace de la traduction”. Palimpsestes, 4. Paris, Presses Universitaires de la Sorbonne Nouvelle, out. 1990, pp. 1-9.
3 SAMOYAULT, Thiphaine. “Retraduire Joyce”. In: KAHN, Robert; SETH, Catriona. La retraduction. Rouen: Publications des Universités de Rouen et du Havre, 2010, p. 231.
4 RICOEUR, Paul. Sobre a tradução. Trad. Patrícia Lavelle. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, p. 29.
5 BERMAN, Antoie. Pour une critique des traductions : John Donne. Paris: Gallimard, 1995.
6 FALEIROS, Álvaro; MATTOS, Thiago. A retradução de poetas franceses no Brasil: de Lamartine a Prévert. São Paulo: Copetti Editor, 2017.
Linha de pesquisa: Criação Literária