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Sobre o plágio e autoplágio

O plágio e o autoplágio

 

Consideremos o tema muito importante, e não podemos admitir tais práticas em nosso programa. Infelizmente o que nos moveu a redigir este texto foi o fato de, ao sermos advertidos por uma ocorrência de plágio em uma obra publicada por um egresso deste programa, nos deparamos com uma lista de outras publicações, pelo mesmo autor, onde praticamente todas são oriundas de uma mesma pesquisa, sendo que algumas delas também continham dados plagiados.

O autoplágio é uma prática que deve ser evitada. Sua prática pode ser relacionada com aspectos negativos como Má conduta em Publicação, Publicação redundante e até mesmo como sendo Plágio.

Mas por que um pesquisador faria isso?

Existem vários fatores, desde uma pressão para que haja alguma publicação (publish or perish), ou uma busca por um índice de publicações e citações, a competição por fundos de pesquisa e até mesmo de origem de má conduta, caráter.

O autoplágio se configura como sendo a publicação de uma pesquisa já publicada como algo novo e original. Do ponto de vista dos direitos do autor, não parece ser um crime, mas do ponto de vista da integridade acadêmica é considerado antiético ou má conduta.

O CNPq coloca em seu site 21 diretrizes que consideramos relevantes sobre o assunto. Veja em  cnpq.br/diretrizes .

Iremos reproduzi-las na íntegra e comentar ao final.

Confira abaixo as diretrizes básicas para a integridade na atividade científica:

  1. O autor deve sempre dar crédito a todas as fontes que fundamentam diretamente seu trabalho.
  2. Toda citação in verbis de outro autor deve ser colocada entre aspas.
  3. Quando se resume um texto alheio, o autor deve procurar reproduzir o significado exato das ideias ou fatos apresentados pelo autor original, que deve ser citado.
  4. Quando em dúvida se um conceito ou fato é de conhecimento comum, não se deve deixar de fazer as citações adequadas.
  5. Quando se submete um manuscrito para publicação contendo informações, conclusões ou dados que já foram disseminados de forma significativa (p.ex. apresentado em conferência, divulgado na internet), o autor deve indicar claramente aos editores e leitores a existência da divulgação prévia da informação.
  6. Se os resultados de um estudo único complexo podem ser apresentados como um todo coesivo, não é considerado ético que eles sejam fragmentados em manuscritos individuais.
  7. Para evitar qualquer caracterização de autoplágio, o uso de textos e trabalhos anteriores do próprio autor deve ser assinalado, com as devidas referências e citações.
  8. O autor deve assegurar-se da correção de cada citação e que cada citação na bibliografia corresponda a uma citação no texto do manuscrito. O autor deve dar crédito também aos autores que primeiro relataram a observação ou ideia que está sendo apresentada.
  9. Quando estiver descrevendo o trabalho de outros, o autor não deve confiar em resumo secundário desse trabalho, o que pode levar a uma descrição falha do trabalho citado. Sempre que possível consultar a literatura original.
  10. Se um autor tiver necessidade de citar uma fonte secundária (p.ex. uma revisão) para descrever o conteúdo de uma fonte primária (p. ex. um artigo empírico de um periódico), ele deve certificar-se da sua correção e sempre indicar a fonte original da informação que está sendo relatada.
  11. A inclusão intencional de referências de relevância questionável com a finalidade de manipular fatores de impacto ou aumentar a probabilidade de aceitação do manuscrito é prática eticamente inaceitável.
  12. Quando for necessário utilizar informações de outra fonte, o autor deve escrever de tal modo que fique claro aos leitores quais ideias são suas e quais são oriundas das fontes consultadas.
  13. O autor tem a responsabilidade ética de relatar evidências que contrariem seu ponto de vista, sempre que existirem. Ademais, as evidências usadas em apoio a suas posições devem ser metodologicamente sólidas. Quando for necessário recorrer a estudos que apresentem deficiências metodológicas, estatísticas ou outras, tais defeitos devem ser claramente apontados aos leitores.
  14. O autor tem a obrigação ética de relatar todos os aspectos do estudo que possam ser importantes para a reprodutibilidade independente de sua pesquisa.
  15. Qualquer alteração dos resultados iniciais obtidos, como a eliminação de discrepâncias ou o uso de métodos estatísticos alternativos, deve ser claramente descrita junto com uma justificativa racional para o emprego de tais procedimentos.
  16. A inclusão de autores no manuscrito deve ser discutida antes de começar a colaboração e deve se fundamentar em orientações já estabelecidas, tais como as do International Committee of Medical Journal Editors.
  17. Somente as pessoas que emprestaram contribuição significativa ao trabalho merecem autoria em um manuscrito. Por contribuição significativa entende-se realização de experimentos, participação na elaboração do planejamento experimental, análise de resultados ou elaboração do corpo do manuscrito. Empréstimo de equipamentos, obtenção de financiamento ou supervisão geral, por si só não justificam a inclusão de novos autores, que devem ser objeto de agradecimento.
  18. A colaboração entre docentes e estudantes deve seguir os mesmos critérios. Os supervisores devem cuidar para que não se incluam na autoria estudantes com pequena ou nenhuma contribuição nem excluir aqueles que efetivamente participaram do trabalho.  Autoria fantasma em Ciência é eticamente inaceitável.
  19. Todos os autores de um trabalho são responsáveis pela veracidade e idoneidade do trabalho, cabendo ao primeiro autor e ao autor correspondente responsabilidade integral, e aos demais autores responsabilidade pelas suas contribuições individuais.
  20. Os autores devem ser capazes de descrever, quando solicitados, a sua contribuição pessoal ao trabalho.
  21. Todo trabalho de pesquisa deve ser conduzido dentro de padrões éticos na sua execução, seja com animais ou com seres humanos.

 

Detectores de plágio

Baseado no texto e em orientações do Colegiado do PPGEM, não recomendamos a nenhum membro do PPGEM (aluno ou professor) que permita que em seus textos a prática do plágio ou autoplágio seja identificada. Mas sabemos que às vezes, com o tempo, podemos esquecer que determinado trecho foi incorporado ao texto para uma elaboração posterior. Sendo assim, recomendamos que todos submetam seus textos a softwares detectores de plágio. Embora não tenham 100% de confiança, nos ajudam a esclarecer alguns equívocos antes da publicação de algum artigo ou texto.

Sendo assim, listamos alguns:

CopySpider – software bastante utilizado para detecção de plágio (download).

Online:

Plagium é um meio rápido e fácil de detectar, identificar e localizar um plágio ou a origem de um texto.

NoPlag é um ótimo verificador de plágio que compara a sua redação a artigos publicados online para detectar possíveis casos de plágio.

Grammarly ganha pontos pela sua interface limpa e fácil de usar e sua eficácia como verificador de plágio, que compara palavras a mais de 8 bilhões de páginas da web.

Copyleaks é um verificador de plágio baseado em nuvem projetado para rastrear , monitorar e rastrear a distribuição de conteúdo online.

 

Esses softwares, após realizarem uma leitura no texto, comparam com outras publicações que estejam on-line, identificam o grau (%) de semelhança marcando o valor em cores diferentes, geralmente o vermelho para alguma porcentagem que mereça atenção.

Porém, ao se deparar com alguma porcentagem avermelhada, é necessário averiguar qual a procedência e se há a citação em seu texto. O programa pode detectar a igualdade de textos, mas se este estiver citado (referenciado) pode não se configurar um problema. Ou ainda pode ser um texto do próprio autor, apresentado em um congresso, mas que, mesmo assim, há a necessidade de citação para não configurar o autoplágio, e que o próprio pode decidir em mantê-lo ou não.

A coordenação do curso se coloca à disposição.