Mesmo com um aumento no número de usuários cadastrados na plataforma de automonitoramento da UFJF, houve uma redução no quantitativo de casos suspeitos monitorados e de casos confirmados. É o que aponta a quarta edição do boletim informativo do Busco Saúde, plataforma desenvolvida por pesquisadores da Universidade com o intuito de realizar o registro e acompanhamento de sintomas relacionados à Covid-19 na comunidade acadêmica. O documento foi publicado na última quinta-feira, 06 de outubro. 

Discentes, docentes, técnico-administrativos em educação (TAEs) e terceirizados devem se cadastrar no sistema e, caso apresentem algum sintoma ou contato com um caso confirmado de Covid-19, devem, obrigatoriamente, realizar a notificação. A ferramenta ainda possibilita que os usuários entrem em contato com um profissional de saúde habilitado, por meio de um direcionamento para um canal de telemonitoramento caso haja necessidade.

Aumento no número de usuários da plataforma
Diante da última edição do documento, foi constatado um aumento de 32,3% no número de usuários cadastrados, com destaque para o segmento dos TAEs, que apresentou um aumento de 64,2%. Atualmente, o sistema conta com 2.973 usuários cadastrados, sendo 2.498 estudantes (84,0%), 271 docentes (9,1%), 174 Técnicos Administrativos em Educação/TAEs (5,9%) e 30 terceirizados (1,0%). Do total, 2.401 (80,8%) são classificados como usuários ativos por já terem feito uso do sistema pelo menos uma vez após o cadastramento. 

É importante que toda comunidade acadêmica atuante em atividades presenciais use de forma ativa o aplicativo do Busco Saúde, mesmo sem apresentar sintomas”

“Nesse contingente de inativos, temos pessoas que estão em trabalho remoto e entraram no sistema para entender seu funcionamento e já tê-lo instalado para quando voltar ao presencial. Temos também aqueles que já se cadastraram e estão em atividades presenciais, mas que não realizaram nenhum automonitoramento por acharem que só precisam se monitorar quando apresentar algum sintoma ou ter contato com alguém infectado. É importante que toda comunidade acadêmica atuante em atividades presenciais use de forma ativa o aplicativo do Busco Saúde como uma ferramenta importante para o automonitoramento diário, mesmo sem apresentar sintomas”, afirma a professora Priscila Goliatt, coordenadora geral do Busco Saúde comenta sobre o número de usuários ativos no sistema.

Redução no número de casos monitorados e confirmados
Desde o início do monitoramento, no dia 5 de julho, até o dia 5 de outubro, foram monitorados 263 casos suspeitos entre os usuários cadastrados na plataforma – representando um aumento de 34,9% em relação ao dia 21 de setembro. No período de 14 dias anteriores, o aumento havia sido de 14,9%, resultando no registro de 29 casos confirmados (um aumento de 17,2% em relação ao dia 21 de setembro, sendo que no período anterior, o aumento havia sido de 70,6%). 

É possível relacionar queda de números de casos confirmados com a vacinação; porém, proporção de vacinados ainda “não garante a chamada imunização coletiva”

Foram realizados 15 monitoramentos na 39ª semana epidemiológica, com a confirmação de 3 casos, configurando assim uma redução de 34,8% no número de casos monitorados e de 40% no registro de novos casos quando comparado à 38ª semana epidemiológica. No dia 6 de outubro, estavam sendo monitorados 10 casos suspeitos, com a confirmação de 2 casos na 40ª semana epidemiológica. O professor da Faculdade de Medicina, Fernando Colugnati, afirma ser possível relacionar a queda de número de casos registrados na comunidade acadêmica com o avanço da vacinação no município e no país:

“Até dia 6 de outubro, segundo o boletim da PJF, temos 438.580 vacinados com a primeira dose (cerca de 74% da população) e 291.969 com a segunda dose (cerca de 49% da população). Esta proporção não garante a chamada imunização coletiva, mas certamente impacta, principalmente, na queda do número de internações e óbitos, como pode ser constatado nas quedas destes indicadores no município. No entanto, isso não dispensa de forma alguma as medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, distanciamento sempre que possível e higienização.”

Média móvel e distribuição de casos na comunidade acadêmica
Ao analisar a média móvel de casos confirmados dos últimos sete dias, foi verificada, no dia 5 de outubro, a média de 0,57 casos – uma redução de 50,0%, tendo em vista que, no dia 21 de setembro, a média figurava em 1,14 casos. A média móvel para o número de membros da comunidade universitária monitorados evoluiu de 3 por dia, em 21 de setembro, para 2 por dia no dia 5 de outubro; uma redução de 33,3%. 

Já a distribuição de casos suspeitos monitorados na comunidade universitária por vínculos, até o dia 5 de outubro, indica que 77,2% eram discentes, 11,0% eram docentes, 10,7% eram TAEs e 1,1% terceirizados. Em 21 de setembro, estes percentuais eram, respectivamente, 80,4%, 11,6%, 6,7% e 1,3%. Os casos suspeitos estão concentrados nas seguintes unidades acadêmicas: 30,0% na Faculdade de Medicina, 16,7% no Instituto de Ciências da Vida do Campus de Governador Valadares, 15,2% na Faculdade de Odontologia, e 14,1% na Faculdade de Enfermagem. 

Até o dia 5 de outubro, foi constatado que  8,1% dos discentes, 10,7% dos docentes, 16,1% dos TAEs e 10,0% dos terceirizados cadastrados atualmente foram monitorados como suspeitos em algum momento, considerando desde o início do acompanhamento. Em 21 de setembro esses percentuais eram, respectivamente, 9,4%, 12,5%, 14,2% e 14,3%. 

Novo índice no boletim
O documento também inaugura a análise de resultados da prevalência da Covid-19 na comunidade universitária. Marcel Vieira, professor do Departamento de Estatística do ICE, explica sobre a necessidade da adoção do novo indicador: “Estamos passando por uma expansão do número de usuários do Busco Saúde e, com isso, poderemos perceber reflexos no número de casos confirmados. Mas, ao considerarmos a taxa de prevalência, vamos ter uma melhor clareza sobre a evolução da pandemia entre os membros da comunidade universitária cadastrados no sistema, uma vez que este indicador é calculado a partir da razão entre o número de casos confirmados até a presente data e o número de usuários cadastrados e ativos, multiplicada por 100. Sendo assim, a taxa de prevalência da Covid-19 permite a análise da evolução da proporção de usuários ativos que, em algum momento desde o início do monitoramento, testaram positivo para a doença.” 

Atualmente, a prevalência da Covid-19 entre os usuários ativos do Busco Saúde é de 1,87% para o campus Juiz de Fora, 0,43% para o Campus Governador Valadares e 0,00% para o Colégio de Aplicação João XXIII. O documento também aponta que, de acordo com as análises realizadas até o momento, não é possível afirmar que algum dos casos positivos identificados esteja relacionado às atividades presenciais, nem mesmo a possíveis casos de quebra do protocolo de biossegurança.

Futura adesão do Colégio de Aplicação João XXIII ao Busco Saúde
Sandra Tibiriçá, professora da Faculdade de Medicina e uma das pesquisadoras da equipe do Busco Saúde, explica sobre a futura adesão da comunidade estudantil do Colégio de Aplicação João XXIII: “A inserção dos alunos, professores e TAEs no processo de monitoramento e rastreamento ocorrerá em breve. Devido à maior complexidade – porque os pais e cuidadores serão os responsáveis por fornecer as informações no aplicativo – estamos no processo de capacitação de todos os envolvidos.”

Outras informações:
4ªedição do boletim informativo do Busco Saúde
Saiba como usar o Busco Saúde

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