Todos os indicadores relativos à Covid-19 na comunidade acadêmica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estão em alta, de acordo com a 19º edição do Boletim Informativo da plataforma Busco Saúde. Um total de 134 novos casos foi registrado no período retratado – parte da 22ª e a 23ª semana epidemiológicas. Desses casos, 52 foram confirmados apenas nesta sexta-feira, 10. Esse é o maior número diário de casos registrado desde o início do monitoramento em julho de 2021.

A semana 23 terminou com 113 casos, enquanto a semana 22 teve 42 casos positivos (21 casos da 22ª semana epidemiológica haviam sido contabilizados na edição anterior do boletim). A média móvel terminou a 23ª semana mais de duas vezes maior na comparação com o boletim anterior – de 7,14 para chegar aos atuais 16,14.

O sistema Busco Saúde foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade como instrumento de apoio no registro e monitoramento de casos de Covid-19 entre estudantes, professores, técnico-administrativos em educação (TAEs) e terceirizados. A plataforma também auxilia no encaminhamento e distribuição dos pacientes para os locais de atendimento e conta com teleorientação. O serviço pode ser acessado através do site ou do aplicativo para smartphones.

Prevalência bate novo recorde em JF

O indicador de prevalência mostra a proporção entre o número de casos positivos em relação à quantidade de usuários ativos na plataforma, até a data de fechamento do boletim. O índice representa uma estimativa do risco acumulado de desenvolvimento da Covid-19 na população. No campus Juiz de Fora, a prevalência bateu um novo recorde no período, chegando a 17,33% – o maior índice do ano. Na edição anterior do boletim, o número já havia chegado ao maior percentual anual, com 15,32%. Em Governador Valadares, a prevalência teve leve alta, chegando a 9,77% – 0,3% a mais que no boletim anterior. No Colégio de Aplicação João XXIII também houve alta – o indicador ficou em 4,39%.

A incidência refere-se à velocidade em que os casos estão ocorrendo. O índice é obtido por meio do cálculo do número de casos novos sobre o tamanho da população de usuários ativos no período determinado. No campus Juiz de Fora, a incidência da 22ª semana foi de 795 (por cem mil). Já na semana 23, o número foi de 2.262 (por cem mil), quase o triplo da semana 21. Esses índices consideram a base de pessoas cadastradas no Busco Saúde. Quando o cálculo é transferido para o número de integrantes do campus Juiz de Fora, o valor é de 510 (por cem mil).

No campus Governador Valadares, a incidência de casos saltou de 174 (por cem mil) na semana 22, para 346 (por cem mil) na semana 23. No João XXIII, a incidência passou de 762 (por cem mil) na 22ª semana para 1.062 (por cem mil) na semana seguinte – aumento de sete vezes na comparação com a semana 21.

A elevação do número de casos fez os índices alcançarem números compatíveis aos do pico causado pela variante Ômicron. De acordo com o professor da Faculdade de Medicina Fernando Colugnati, um dos pesquisadores responsáveis pelas análises estatísticas do boletim, os indicadores podem subir ainda mais.

“Há um aumento evidente de casos positivos de Covid-19 na comunidade UFJF que já estava cadastrada e ativa no Busco Saúde. Verificamos que todos os indicadores subiram muito e inclusive atingimos o mesmo pico da primeira onda da Ômicron no início do ano, e de maneira mais rápida, como pode ser verificado no gráfico de casos por semana. Com os feriados, haverá uma queda nas notificações, o que se refletirá na semana 24 com menor número de casos, que talvez comecem a subir novamente na 25”, avalia.

Para enfrentar o período, a recomendação é continuar a seguir as medidas sanitárias para conter a propagação do vírus. “Usem máscaras em todos ambientes da UFJF, mesmo em espaços abertos, higienizem as mãos e evitem aglomerações nesta fase de pico. Ao identificarem algum surto ou número grande de casos, comuniquem os gestores das comissões de biossegurança de suas unidades e sigam as orientações do Comitê de Monitoramento e Orientação de Condutas sobre o Novo Coronavírus da UFJF”, finaliza Colugnati.