Visitação está aberta ao público, de terça a sexta e aos domingos, das 8h às 17h, com última entrada às 16h (Foto: Gustavo Tempone)
Atualização em 24/4/19: O horário da última entrada mudou para 16h.
Situado em um dos raros remanescentes de Mata Atlântica, o Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) abriu as portas para o público nesta sexta-feira, 12. Para marcar este momento, a cerimônia de inauguração, restrita a convidados, aconteceu nesta manhã. A solenidade reuniu autoridades da cidade, professores, técnico-administrativos em educação, estudantes e membros da comunidade externa.
Compuseram a mesa de abertura, o reitor, Marcus Vinícius David; a vice-reitora, Girlene Alves da Silva; a pró-reitora de extensão, Ana Lívia Coimbra; o prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas; o diretor e o vice-diretor do Jardim Botânico, Gustavo Soldati e Breno Moreira, respectivamente; a presidente da Associação de moradores do bairro Santa Terezinha e membro do conselho comunitário do Jardim Botânico, Nilza Belin Gaudereto; o deputado federal, Julio Delgado; o vereador, Julio Obama Jr, representando o presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora; e o ex-reitor da UFJF, Renê Gonçalves.
Durante a cerimônia foi exibido, em primeira mão, o vídeo de apresentação do Jardim Botânico, produzido pela Diretoria de Imagem Institucional. Além disso, a Orquestra Juiz de Fora encantou a todos com a reprodução de clássicos da música popular brasileira.
Assista ao vídeo:
Descerramento da placa de inauguração do Jardim Botânico (Foto: Alexandre Dornelas)
A solenidade contou também com o descerramento da placa de inauguração do Jardim Botânico, realizado pelo reitor, Marcus David, a vice-reitora, Girlene Alves da Silva e a direção do local. Eles participaram também do plantio de uma muda de ipê amarelo, um dos exemplares da flora que compõe a Mata Atlântica, representando o compromisso da UFJF na preservação e conservação de uma das maiores áreas verdes de Juiz de Fora. O plantio foi acompanhado pela composição original do músico e compositor Estêvão Teixeira, feita em homenagem ao Jardim.
Democratização
O reitor, Marcus Vinícius David, refletiu sobre o papel de uma universidade pública no enfrentamento da crise da biodiversidade. “Apesar de enfrentarmos um momento em que muitas questões ambientais são questionadas, a UFJF reafirma seu compromisso em ser um agente na luta pela preservação do meio ambiente”. Para David, permitir o acesso da comunidade a uma área que, antes de ser adquirida pela UFJF, esteve sob o risco de se tornar um condomínio, representa uma conquista significativa para a instituição e para a comunidade externa. “Tenho certeza que Juiz de Fora e região serão muito beneficiadas com o acesso a essa área. É por isso que, com muito orgulho, a UFJF se sente honrada em estar cumprindo sua missão, compartilhando conhecimentos por meio do ensino, da pesquisa e da extensão que serão desenvolvidos aqui. Desejo que, a partir de hoje, todos desfrutem desse espaço maravilhoso”.
Foi realizado o plantio de uma muda de ipê amarelo, um dos exemplares da flora que compõe a Mata Atlântica (Foto: Alexandre Dornelas)
Sem conter a emoção, o diretor do Jardim Botânico, Gustavo Soldati, ressaltou a conquista que a cerimônia representou. Segundo ele, a inauguração de um espaço educacional voltado para a preservação ambiental é fruto de um trabalho árduo e coletivo. “Buscamos reunir e colocar em diálogo diversos setores da UFJF, formando uma rede de parcerias sólidas e engajadas. Para, enfim, entregarmos aos juiz-foranos um local cujas atividades são públicas e gratuitas. Acreditamos que, assim como saúde e educação, a biodiversidade é um direito humano”. Soldati acrescentou o papel primordial da Universidade na luta pela democratização do acesso ao conhecimento. “Se um dia perguntarem a vocês o que viram nesse momento histórico, peço que digam que aqui a universidade pública estava exercendo uma de suas mais belas funções, oferecendo conhecimento público e democrático”.
Impacto social
A pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra, destacou a gestão democrática, baseada no diálogo com as lideranças comunitárias da região. Segundo Ana Lívia, é essa a característica principal do trabalho no Jardim Botânico. “Uma construção social legitimada por todos que fazem parte dela, primando pelo debate e pela escolha consciente. Maiores do que os temores foram os laços que criamos ao longo desse processo.” Para a pró-reitora, além de um espaço importante para o município, o local representa também a democratização do acesso ao conhecimento. “Imaginem esse espaço cheio de gente! Esse meu desejo reafirma o compromisso central da perspectiva extensionista do Jardim Botânico. Nosso projeto de educação ambiental em breve impactará a vida de cerca de 3 mil crianças, de escolas que já estão agendadas até o meio do ano. A partir da interação com os estudantes e professores que aqui farão visitas, construiremos muitas histórias e experiências”.
plantio foi acompanhado pela composição original do músico e compositor Estêvão Teixeira, feita em homenagem ao Jardim Botânico (Foto: Rodrigo Milanni)
A presidente da Associação de moradores do bairro Santa Terezinha e membro do conselho comunitário do Jardim Botânico, Nilza Belin Gaudereto, reforça a crença de que o impacto seja positivo na região. “Nos últimos anos, como membro da comunidade local, venho acompanhando de perto o empenho de todos os profissionais da UFJF na tentativa de fazer tudo isso dar certo. São pessoas comprometidas que, apesar de recursos financeiros restritos, conseguiram inaugurar este espaço de grande importância para nós e, principalmente, para a educação ambiental. Será um lindo lugar de estudo, passeio e relaxamento”.
O prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas, também destacou as potencialidades turísticas do local. Segundo Almas, a cerimônia representou a contribuição significativa e indispensável da UFJF no desenvolvimento da cidade. “Todos os atores da academia têm muito a contribuir para o crescimento de Juiz de fora. Então é com muita alegria que agradeço por mais este espaço. Porque eu acredito que, além das atividades acadêmicas, será um local relevante para educação ambiental de crianças e jovens e também um grande espaço de convivência. E isso engrandece e valoriza a nossa cidade”.
Confira mais detalhes sobre o Jardim Botânico
Espaço de expressão artística
O espaço conta com três exposições, que já estão disponíveis para visitação (Foto: Rodrigo Milanni)
O evento marcou também a abertura das três galerias de arte, que congregam nove salas, sob a curadoria da Pró-reitoria de Cultura da UFJF (Procult). O espaço conta com três exposições, que já estão disponíveis para visitação. A primeira exibe uma linha do tempo sobre a história do local. A segunda é a mostra “Aves da Mata do Krambeck no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora” de autoria do artista Raphael Dutra. São 30 trabalhos em aquarela e guache sobre papel que retratam pássaros e aves avistados na localidade. Na terceira exposição em cartaz, “Entre Enigmas e Percursos”, 12 artistas convidados exibem intervenções fotográficas sobre fenômenos das paisagens do Jardim.
O co-curador da exposição “Entre Enigmas e Percursos”, Washington da Silva, apresentou sua obra “Corpo-satélite”, em que trabalhou sobre a ideia de um corpo que gravita em diferentes dimensões e acessa diferentes possibilidades. Para ele, expor sua visão sobre as paisagens do Jardim durante a inauguração foi motivo de orgulho. “Eu desenvolvo um trabalho de arte-ecologia, então quando recebi o convite fiquei muito feliz. Estar aqui hoje é uma honra, principalmente porque venho de um contexto de zona rural. Ocupar esse lugar hoje é o meu legado, vai ficar guardado pra sempre”.
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Serviço
Horário de funcionamento
De terça a sexta e domingo, das 8h às 17h, com entrada de visitantes até 16h.
Serão permitidos, por vez, até 100 visitantes. Não há limite diário.
Endereço:
Acesso à entrada pela Rua Coronel Almeida Novaes 246, no Bairro Santa Terezinha.
Recomendações
O Jardim Botânico é um convite à contemplação da natureza. Para uma visita mais harmônica, saiba o que pode e o que não pode no local.
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