Atualização em 24/4/2019: A última entrada de visitantes foi alterada para 16h.

Entre os convidados, pessoas que se emocionaram com o resultado da luta de anos em defesa de um dos últimos refúgios da Mata Atlântica em meio à área urbana. Das entidades que se uniram para proteger o local, uma é a Organização Não Governamental (ONG) Programa de Educação Ambiental (Prea). Segundo o conselheiro comunitário do Jardim Botânico e integrante da Ong, Leonardo Alcântara, a mobilização foi fundamental para que fosse atendida a demanda social. “O movimento ganhou envergadura e, com o aumento de força política, foi possível criar uma nova proposta para este lugar. Buscamos uma dinâmica que trouxesse benefícios para a cidade. Isso demonstra a força popular pela conquista dos seus interesses e aponta que podemos depositar fé nos movimentos populares”.

Entre os convidados, pessoas da comunidade do entorno, representantes de entidades, ongs e movimentos populares de proteção ao meio ambiente trataram o evento como símbolo de uma grande vitória (Foto: Rodrigo Milanni/UFJF)

Também conselheiro comunitário e integrante da Associação pelo Meio Ambiente (AMA/JF), Theodoro Guerra, afirmou que a luta para impedir a construção do condomínio se reabre nesta data e encanta toda a sociedade. “Tem mais de dez anos que defendemos essa proposta. Este espaço magnífico não poderia ficar restrito a poucas pessoas, ainda mais com o impacto negativo que iria trazer para o local. Essa inauguração, com mobilização tão grande, simboliza uma grande vitória”.

Já para o chefe substituto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Renato Conforte, o Jardim é um equipamento importante por promover o contato humano com a natureza. “Ter um espaço como este, com resquício da Mata Atlântica, melhora os valores do ser humano em relação a ela. Este lugar é fantástico.”

Inspiração e Reflexão

Representante dos músicos junto ao grupo que lutava pela conservação da floresta, Estevão Teixeira compôs a canção Mata do Krambeck (Foto: Rodrigo Milanni/UFJF)

O Jardim Botânico possui exposição de espécies nativas que inspiram alguns e trazem reflexões para outros. O musicista Estevão Teixeira tornou-se representante dos músicos junto ao grupo que lutava pela conservação da floresta. Teixeira compôs a canção Mata do Krambeck e não precisou ir muito longe para conseguir inspiração. “A beleza da mata me basta. Com tanta coisa ruim acontecendo neste país, nós temos agora um motivo para comemorar. Principalmente porque estamos em uma região que é considerada uma das maiores florestas urbanas do mundo”.

Encantada com o espaço, a técnico-administrativa em Educação, Luana Luíza Nascimento Lombardi, fez sua primeira visita ao Jardim e ficou admirada com o lago, com as plantas aquáticas e os pássaros. Para Luana, o local é fundamental para aproximação da UFJF com a população, uma forma de reeducar para o convívio com natureza. “É uma espécie de inspiração, principalmente, para a saúde mental. Aqui é um espaço calmo no meio urbano, onde a gente tem tanta poluição sonora e ambiental. Eu me sinto orgulhosa de ter uma universidade que se dedicou e enfrentou tantos desafios para cuidar deste lugar. Por isso precisamos defendê-la como um espaço transformador. Eu tenho muito orgulho de pertencer a UFJF”.

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“Valeu a pena”

Moradoras do entorno, Manoelina Vicente e a filha, Luciana Melo, lembraram do abaixo-assinado feito para evitar a construção de um condomínio de luxo no local, se emocionaram e disseram estar realizadas (Foto: Rodrigo Milanni/UFJF)

Manoelina Vicente, 82 anos, moradora da região do entorno ao Jardim Botânico, compareceu à solenidade com a filha, Luciana Melo. A convidada ficou emocionada. “Não tem como definir. Aqui tem maravilhas que eu nunca vi na vida. Eu gostei de tudo. As crianças que vierem vão adorar”, disse. A filha Luciana também demonstrou entusiasmo. “A gente consegue se desligar do mundo lá fora e ficar ouvindo os pássaros. Estamos vendo o resultado do nosso abaixo-assinado dar certo. Conseguimos que não se tornasse um condomínio. Agora que pertence à UFJF, estamos realizadas. Valeu a pena”.

O espaço também surpreendeu o aposentado Luiz Antônio Soldati. Ele compareceu à solenidade com a esposa Inês, a nora Susana e o neto Luiz. Soldati comentou ter gostado muito da diversidade de elementos compostos pela flora e fauna e do lago com a mata em seu entorno, considerando o espaço como uma possibilidade atrativa de turismo e aprendizado. “É uma oportunidade de conscientizar a população sobre a relação com a natureza, pois a destruição é muito grande. A UFJF precisa ser parabenizada porque aqui será uma área de estudos, trocas de experiências com o meio ambiente e um ponto turístico para a cidade”.

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Serviço

Horário de funcionamento
De terça a sexta e domingo, das 8h às 17h, com entrada de visitantes até 16h.
Serão permitidos, por vez, até 100 visitantes. Não há limite diário.

Endereço
Acesso à entrada pela Rua Coronel Almeida Novaes 246, no Bairro Santa Terezinha.

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