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O Jardim Botânico

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No Jardim Botânico, já foram identificadas cerca de 500 espécies vegetais; área é importante abrigo para a fauna (Foto: Maria Otávia Rezende/UFJF)

O Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) integra um dos maiores remanescentes de Floresta Altântica em área urbana do Brasil, a Mata do Krambeck. Mais de 500 espécies vegetais já foram identificadas na área do Jardim, entre plantas nativas, ornamentais, populações raras ou em extinção, como pau-brasil e ipê roxo. Este fragmento florestal secundário, fruto de regeneração, é ainda um importante abrigo para a fauna local, possui nascentes e contribui para a regulação de diversos serviços ambientais, com o microclima da região.

 

Seu potencial para pesquisas já vem sendo demonstrado desde a aquisição da área pela UFJF, em 2010. Dezenas de artigos, teses, dissertações e outros estudos científicos foram e estão sendo aqui realizados. O potencial será expandido com a implementação de seu Centro de Pesquisa e parcerias com Programas de Pós-Graduação.

 

Em um ambiente de beleza cênica, o visitante poderá trocar saberes e compreender os usos, as relações ecológicas e as dimensões culturais que envolvem um dos biomas mais ameaçados do Brasil. Dentre as propostas de visitação, há atenção especial a grupos escolares e educativos. A intenção é propiciar uma experiência enriquecedora, com embasamento crítico e inovador, a estudantes e professores sobre conhecimentos que dialogam diretamente com a flora do local, com saberes tradicionais, mitos brasileiros e outros campos.


Para isso, tanto o visitante escolar quanto o público em geral têm à disposição trilhas, roteiros com finalidade de educação ambiental, bromeliário e orquidário. Somam-se a esses atrativos o Laboratório Casa Sustentável, a Casa-sede com três galerias de arte, a Casa de Educação Ambiental, dois lagos com decks, alamedas e outros espaços para contemplação.

 

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Antes de se tornar jardim botânico, área corria o risco de se transformar em condomínio (Foto: Gabriela Maciel/UFJF)

Todo esse conjunto aberto ao público faz do Jardim um símbolo de vitória e resistência em favor da conservação da biodiversidade. Sua área corria o risco de se tornar, em dois momentos históricos, um local de moradia, como um condomínio de alto padrão, cujas marcações de loteamento estão ainda visíveis. Após mobilizações populares e apoio político contra a ocupação imobiliária particular, culminando na compra pela UFJF, transformou-se em uma oportunidade democrática para imersão na natureza.

 

São 82,74 hectares de mata preservada, equivalentes a 119 campos de futebol, abrangendo toda a área antes denominada Sítio Malícia. Parte de sua extensão foi usada para fins pecuários, plantio de café e extração de lenha. A partir da década de 1920, passou por processos de preservação e adaptação locais, com a inserção de lagos artificiais, pomar, alamedas e a casa da família Krambeck. Outros dois sítios, Retiro Velho e Retiro Novo – constituídos como Área de Proteção Ambiental (APA) – compõem com o Jardim um extenso fragmento florestal, a Mata do Krambeck, totalizando 373 hectares. Quando se considera a Mata da Remonta, o fragmento totaliza 512 hectares.

 

O Jardim Botânico da UFJF é, portanto, um espaço público de preservação e conservação da sociobiodiversidade, a qual se refere à relação de mútua importância entre a diversidade biológica e os saberes tradicionais, tais como os oriundos de povos indígenas, campesinos, agricultores familiares e quilombolas.

 

Esses saberes populares terão espaço reconhecido, no Jardim Botânico, para dialogar com o saber acadêmico, tendo como finalidade a conservação da sociobiodiversidade da Floresta Atlântica na Zona da Mata Mineira. Para que essa proposta se concretize, o Jardim pauta-se em ações de ensino, pesquisa, extensão e desenvolvimento institucional, embasadas na manutenção de coleções de plantas reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas.

 

Princípios

 

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Jardim Botânico é campo fértil para o desenvolvimento de projetos de extensão, a produção de pesquisas e a prática de ensino (Foto: Géssica Leine/UFJF)

O Jardim Botânico da UFJF compreende que a diversidade biológica e os sistemas sociais são elementos indissociáveis e interdependentes que constroem a sociobiodiversidade. Esta é fruto do uso histórico e tradicional do território, está diretamente envolvida nos processos elementares de produção e reprodução sociais e culturais. Dessa maneira, não pode ser mercantilizada.

 

Para sua conservação, é necessária a inclusão dialógica dos sistemas tradicionais de conhecimento e manejo. Entende também que a ampliação do acesso à sociobiodiversidade contribui para um mundo mais igualitário. Por fim, em consonância com os valores da Universidade, assume a premissa de que ensino, pesquisa e extensão são processos acadêmicos indissociáveis.

 

Objetivos

O Jardim Botânico da UFJF tem como objetivos:

– Compreender e documentar a sociobiodiversidade de plantas através de pesquisas e coleções “ex situ”, “in situ” e em bancos de germoplasmas;

– Conservar a sociobiodiversidade de plantas através de programas de restauração ambiental e produção de mudas de espécies nativas;

– Fomentar o uso  sustentável da sociobiodiversidade, através de programas de Educação Ambiental;

– Promover a educação e a consciência sobre a sociobiodiversidade;

– Capacitar recursos humanos para a conservação da sociobiodiversidade de plantas, através de atividades de ensino, pesquisa e extensão, intercâmbios, bem como a articulação de redes de atores sociais;