A Cátedra Sérgio Vieira de Mello/UFJF recebeu ontem, 03, uma comitiva da Universidade Federal de Roraima (UFRR) para uma conversa sobre a universidade como ator no panorama de refúgio no Brasil. O encontro aconteceu na Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela, é o principal ponto de chegada de refugiados no Brasil.
“Em um mundo onde se fala tanto de globalização, às vezes, não conseguimos saber como viver de maneira globalizada. A Universidade que não dá resposta ao seu entorno e não atua na sua comunidade não tem razão de existir.” ressaltou Ronilson Braga, da Pastoral Universitária da UFRR, que possui anos de atuação nas causas dos refugiados, contribuindo, inclusive, para a implantação do plano de interiorização do governo federal iniciado 2017. Também compuseram a comitiva de Roraima, Carlos Bustamente e Maria Suely Pereira Correa, ambos do Núcleo Inter-religioso de Ação Coletiva pelo Migrantes, da Pastoral Universitária, e Padre Silas Moesio Maciel da Silva, do Jesuítas de Roraima, assessor da Pastoral Universitária de Roraima e membro da coordenação da CRB Regional (Amazonas e Roraima). Além de Alberto Farías Navarro, estudante venezuelano refugiado na UFJF, representante da comunidade refugiada de Juiz de Fora, e mediador cultural da CSVM/UFJF.
O professor Rodrigo Christofoletti, coordenador da Cátedra SVM/UFJF, ressalta a importância da construção em conjunto para que ações em prol dos refugiados sejam realmente eficazes não se restringindo à academia “A sociedade, em geral, possui pouco conhecimento sobre a vida dos refugiados. É preciso ter divulgação, ganhar a Universidade para que ela se una com a sociedade civil para essas ações.”
A UFRR integrou a Cátedra Sérgio Vieira de Mello em maio de 2017. As ações da instituição contemplam os eixos de ensino, pesquisa e extensão, com disciplinas de Direito Internacional para Refugiados e Direito Humanitário, pesquisas sobre os imigrantes venezuelanos em Roraima e projetos de pesquisa, além de um Laboratório de Estudos Sobre Migrações, Refúgio e Apatridia.
Já A UFJF iniciou sua Cátedra Sérgio Vieira de Mello em março deste ano, com as seguintes ações já implementadas: Português como Língua de Acolhimento; Atendimento Odontológico com o suporte da Liga Acadêmica de Odontologia Psicossocial; Grupos de Conversa; Oficinas de Música; Educação Financeira; Consultoria Jurídica; Memória do Sabor; Empreendedorismo e Inovação; Grupo de Pesquisa – Família, Emoções, Gênero e Sexualidade; e também o Grupo de Pesquisa – Patrimônio e Relações Internacionais, dentre outras, que podem ser consultadas neste link.
“A CSVM ter sido ancorada pelo setor de Relações Internacionais na UFJF vem do entendimento da grande riqueza que nos traz o migrante e sua multiculturalidade quando pensamos na internacionalização da instituição, em diferentes visões de vida, e na universidade plural. É preciso olhar para o trabalho das cátedras com os refugiados como fonte de possibilidades para ambos os lados, não apenas como instrumento assistencialista” completou a servidora da DRI e responsável pela Comunicação da CSVM/UFJF, Edmárcia Andrade. “ É uma troca riquíssima para se repensar o mundo, nossas relações, o ser humano.” finalizou.