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Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, Coro Madrigale e solistas encenam A Noite de São João, a primeira ópera nacional, em apresentação no Central

 

A semana principal do 34º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga se encerra nesse domingo, 30, com uma das principais atrações desta edição: a montagem de A Noite de São João, a primeira ópera composta por um brasileiro, o ituense Elias Álvares Lobo, em português, com temática nacional e libreto do principal nome do nosso romantismo, o escritor José de Alencar. Em parceria com o Conservatório de Tatuí (SP) – o maior da América Latina –, o Festival oferece ao público juiz-forano a rara oportunidade de conhecer essa ópera do século XIX, que estava perdida até ser reconstituída por iniciativa do maestro Emmanuele Baldini, regente titular da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí.

 

O Cine-Theatro Central será nada menos do que o segundo palco brasileiro a receber A Noite de São João desde sua reestreia no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, em dezembro de 2022. De acordo com Rosana Orsini, diretora artística do Festival, ao lado de Marcus Medeiros, e responsável pela direção de cena e direção de arte da ópera, a proposta do Conservatório é viajar com a produção pelo Brasil, por se tratar de um resgate muito importante na história da música brasileira.

 

A Noite de São João estreou no Rio de Janeiro em 1860, no mais importante palco do Império brasileiro, o Teatro de São Pedro de Alcântara. Na plateia estava Dom Pedro II. Os jornais da época registram a boa recepção do público à primeira ópera nacional, mas, após uma temporada de recitais entre 1860 e 1861, na Corte, a obra desapareceu do cenário musical brasileiro. Restou apenas um manuscrito para canto e piano, de que Emmanuele Baldini veio a tomar conhecimento em 2020: o compositor Elias Álvares Lobo era antepassado de Ercília Lobo, viúva do pesquisador Zuza Homem de Mello, seu amigo.

 

Ercília o apresentou a um livro sobre o compositor, de autoria de Luis Roberto de Francisco, atual diretor do Museu da Música de Itu. O maestro ficou fascinado pela história desse personagem pouco conhecido hoje em dia e, intrigado pelo desaparecimento de sua ópera, decidiu investigar. “Como é possível que algo tão importante e simbólico para a música no Brasil não tenha sido resgatado ainda?”, indaga Baldini em texto no qual narra sua aventura detetivesca na montagem do quebra-cabeça sobre a ópera brasileira perdida.

 

O maestro descobriu que a partitura geral nunca foi encontrada e que a única fonte original disponível era o manuscrito da redução da ópera para canto e piano, sem a instrumentação orquestral. As expectativas de Baldini se renovaram quando, ao assumir a regência da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí em 2022, obteve apoio da instituição para desenvolver um projeto de reconstituição de A Noite de São João.

 

Em parceria com a Funarte e a UFRJ, o Conservatório montou uma equipe para o trabalho e contratou o maestro e compositor Mateus Araújo para orquestrar a ópera a partir do acompanhamento para piano, usando como base as orquestrações de produções do gênero conhecidas da mesma época histórica. Araújo pesquisou a vida de Elias Álvares Lobo e seu contexto musical e estudou o manuscrito para levantar as referências musicais do compositor. Observou características e heranças de Rossini, Bellini e Donizetti e reconstruiu a parte orquestral a partir do estilo de Elias e de outros compositores seus contemporâneos que também eram conhecidos e interpretados no Brasil.

 

Ópera 'A Noite de São João'

 

Romantismo

A Noite de São João conta a história de amor de Inês e Carlos, dois jovens primos que recorrem às simpatias de São João para saber se seu amor é correspondido. O escritor José de Alencar, autor do libreto, a escreveu em 1857 como uma ópera cômica que seria sua “pequena oferenda no templo das artes”. Expoente do romantismo, empenhado na construção de uma literatura de temática nacional – naquele ano mesmo publicaria uma de suas obras mais emblemáticas, O Guarani –, José de Alencar realizava o desejo de escrever uma ópera nacional de assunto e música brasileira: “[…] cedo de bom grado todos os meus direitos de autor àquele que a puser em música o mais breve possível”.

 

O resultado é “uma história simples, que chega a qualquer um com ou sem vivência no mundo da ópera”, ressalta Rosana Orsini, que se envolveu mais uma vez de forma apaixonada com a montagem da versão reconstituída de A Noite de São João. Segundo ela, a música é surpreendente e em perfeita sintonia com o repertório operístico italiano de seu tempo. Porém, inclui violões e violas caipiras em sua orquestra.

 

“A ambientação original da ópera era no ano de 1805, mas nós nos propusemos a trazê-la para os anos de 1940 para assim podermos homenagear outra importante figura da nossa cultura, que é o estilista mineiro Alceu Penna. Alceu desenhava modelos que eram publicados na revista O Cruzeiro, e muitos deles tinham a temática das festas juninas”, informa a diretora. O estilista mineiro inspira a composição dos cenários e figurinos de A Noite de São João. “Queremos convidar o público de Juiz de Fora a ouvir essa jóia da nossa música lírica com a certeza de que o mesmo vai se identificar com a cenografia, a temática e a belíssima música de Elias Álvares Lobo”, ressalta Rosana.

 

Histórico

O resgate histórico realizado pela Orquestra Sinfônica reforça a já consolidada reputação do Conservatório de Tatuí, considerado a maior escola de música e artes cênicas da América Latina. A produção conta com a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, dirigida pelo maestro Emmnuele Baldini, o Coro Madrigale de Belo Horizonte, na ocasião dirigido pelo maestro Mateus Araújo, e solistas convidados, que completam o elenco da reapresentação que, na opinião da diretora artística, “reforça a grandiosidade da música erudita brasileira em todas as suas vertentes”.

 

Elias Álvares Lobo foi discípulo de Francisco Manuel da Silva, autor do Hino Nacional, e teve uma expressiva produção de música sacra, canções e duas óperas. O ituense ganhou uma bolsa do imperador para estudar na Itália, porém, não pôde aceitar porque sua família dependia dele para sobreviver no Brasil. Permaneceu em São Paulo e foi professor de música de Chiquinha Gonzaga.

 

 

 

34º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga

A Noite de São João – Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí e Coro Madrigale

Dia 30/07, às 19h, no Cine-Theatro Central (Praça João Pessoa, s/n – Centro, Juiz de Fora, MG)

Entrada franca (Os convites serão distribuídos no Cine-Theatro Central quinta e sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18h, e, no sábado, das 9h às 12h. No domingo, a distribuição será no Centro Cultural Pró-Música, das 13h às 17h. Máximo de quatro convites por pessoa)

 

 

PROGRAMA

 

A Noite de São João

 

Música Elias Álvares Lobo

Libreto José de Alencar

Reconstituição e Orquestração Mateus Araújo

Co-produção com o Conservatório de Tatuí (São Paulo)

 

Direção Musical  Emmanuele Baldini

Direção Artística e Direção Cênica  Rosana Marreco Orsini Brescia

Preparação vocal e correpetição  Mateus Araújo

Regente Titular do Coro Madrigale Arnon Sávio

 

Inês Flavia Albano

Joana Cecília Massa

Carlos Luciano Botelho

André Isaque Oliveira

 

Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí

Coro Madrigale 

 

Figuração  Lavínia Girelli Baldini

 

Cenários Giorgia Massetani (Casa Malagueta)

Figurinos Rosana Marreco Orsini Brescia e Cristian Lourenço (Casa Lourenço)

Visagismo Gabriela Schembeck, Luciana Santini e Inais Tereza

Iluminação Yuri Simon

 

 

 

Coro Madrigale 

Sopranos: Ana Clara Santos Sepúlveda Fantini, Emanuelle Lima Cardoso, Isabella Correa Santos, Núbia Eunice Viana Ferreira e Patrícia Cardoso Chaves Contraltos: Aline Alice da Conceição Vasconcelos, Aline Pereira Magalhães Silva, Ana Beatriz Pinheiro Mendes, Marília Maria Viana Sant’Anna Ruas e Silvana Tropia Marotta de Oliveira Tenores: André Luiz Ferreira Fadul, Joubert Lúcio de Oliveira, Luís Gustavo Ivo da Fonseca e Matheus Eduardo Rodrigues de Almeida Baixos: Camilo Esteves Paiva, Gasparo Júlio Boschi, Leandro Lúcio da Costa Braga e Weberson Almeida Gomes

Regente Titular: Arnon Sávio

 

Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí

Violinos: Rafael Pires, Netto Rodrigues, Ingrid Quintana, Abraham Pérez Narrea, José Roque Cortese, Moisés Lauton, Nicolas Alves, Philippe Thierry Lanabras, Bruna Stock, Arthur Miranda, Samuel Ferraz e Vinicius Torres Trindade Violas: Willian Cunha, Tarcis Ostiano, Janaina de Almeida e André de Oliveira Rosário Violoncelos: Túlio Pires, Everson Zattoni, Vinicius Silveira e Giovana Cortese Contrabaixos: David Muneratto e Angélica Faustino Flautas: Hugo Sales Ribeiro e Lígia Porta Lopez Oboé: Valquíria Porciúncula e Robson de Araújo Clarinete: Lindemberg Cavalcante da Silva e César Augusto Garcez Fagotes: Eliseu Nascimento e Rodrigo Jaime Choque Chispe Trompa: Adriana Scaglioli Lima, Renan Augusto Bertinotti, Júlio César Rosa e Layane Fernanda Tognolli de Souza  Trompete: Lucca de Souza Nunes e Ramon Diego Carneiro de Rocha Trombone: João Vitor Dias Nelson e Kaio Henrique Poliselli Tímpano: Jeferson Henrique de Oliveira e Jehison Cruz Chavez Violonistas convidados: Gisele Camargo, Carlos Eduardo de Souza Barbosa, Hícaro Ferreira Rodrigues e Ana Laura da Silva Souza Violistas convidados: Odair Cardoso Junior e Gustavo Rodrigues Antunes

Produtora – Gisele Camargo

Inspetor – Diego Alves de Figueiredo

Arquivista – Eline Ramos

Montadores – Vilmar Pereira Ribas, Guilherme de Miranda Ribeiro, Rafael Mascarenhas de Moraes, Reginaldo Prestes

Maestro Titular: Emmanuele Baldini

 

Emmanuele Baldini (ITA/BRA) – regência

Spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, regente titular da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí e membro do Quarteto de Cordas OSESP. Em 2017, recebeu o Prêmio de Melhor Instrumentista da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e, em 2021, foi agraciado pelo Governo do Estado de São Paulo com a Medalha Tarsila do Amaral por seus méritos artísticos. Venceu o primeiro concurso internacional aos 12 anos e, mais tarde, o Virtuositè de Genebra e o primeiro Prêmio do Fórum Junger Künstler de Viena. Apresentou-se em recitais nas principais cidades italianas e europeias e participou de longas turnês pela América do Sul, Estados Unidos, Europa, Austrália e Japão. Tem gravados mais de 40 CDs, entre os quais se destacam obras italianas e brasileiras de música de câmara para o Selo Naxos e obras virtuosísticas para violino solo para o Selo Sesc. Baldini também foi spalla da Orquestra do Teatro Comunale di Bologna e no Teatro Giuseppe Verdi di Trieste, atuando ainda como concertino na Orquestra do Teatro Alla Scala de Milão. Entre 2017 e 2020, Baldini foi diretor-artístico da Orquesta de Cámara de Valdivia, no Chile. Como solista, tocou com a Rundfunk-Sinfonieorchester Berlin, a Orchestre de la Suisse Romande, a Wierner Kammerorchester, a Flanders Youth Philharmonic Orchestra, a Orquestra Estatal da Moldávia e a Orquestra do Teatro Giuseppe Verdi di Trieste.  Nascido em Trieste, Itália, iniciou os estudos de  violino com Bruno Polli e em seguida aperfeiçoou- -se na classe de virtuosidade de Corrado Romano em Genebra, com Ruggiero Ricci em Berlim e Salzburgo e, em música de câmara, com o Trio di Trieste e com Franco Rossi, violoncelista do Quartetto Italiano.

 

Flavia Albano (BRA) – soprano

A soprano Flavia Albano, natural de São Paulo, é detentora de uma carreira em franca ascensão e tem se apresentado como solista sob a batuta de importantes maestros e em diversos teatros dentro e fora do Brasil. É mestre e especialista em performance pelo Royal Northern College of Music e habilitada em artes dramáticas pelo Teatro Escola Macunaíma. Entre seus papéis de ópera, destacam-se A Rainha da Noite (Die Zauberflöte), em diferentes produções; Violetta (La Traviata) sob regência de Mônica Giardini, Norina (Don Pasquale), Imogene (Il Pirata) e Amina (La Sonnambula) nas Cortinas Líricas do Theatro São Pedro, Cunegonde (Candide) na Varna International Music Academy, Donna Anna (Don Giovanni) na Saluzzo Opera Academy e a Contessa di Folleville (Il Viaggio a Reims) sob regência de Emiliano Patarra. Em colaboração com orquestras apresentou-se como solista em Les Illuminations (Britten), Poémes de l´amour et la mer (Chausson), Exultate Jubilate (Mozart), os Réquiens de Mozart e Fauré, além de excertos de Der Rosenkavalier, como Sophie. Foi agraciada com o prêmio Liverpool Opera Circle Vocal Award 2010. Flavia também se dedica intensamente à docência: é Doutora em Educação pela PUC/SP, docente na graduação e pós-graduação profissional da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia e coordenadora do Laboratório de Ópera da UFBA.

 

Cecilia Massa (BRA) – mezzo-soprano

Cecília Massa é graduada em Música pela UNICAMP e integrou como solista o elenco estável do Theatro São Pedro, interpretando papéis como Beppe em L’amico Fritz, de Mascagni; Garcias em Don Quichotte de Massenet; Mlle Dangeville, em Adriana Lecouvreur, de Cilea; Sara em Roberto Devereaux, de Donizetti; Geltrude na estreia mundial da ópera Il Noce di Benevento, de Balducci; e Angelina em La Cenerentola de Rossini, sob a direção artística de Luis Fernando Malheiro. Participou de importantes festivais internacionais, como o Dartington International Summer School, na Inglaterra; da Bachkantaten Akademie, sob a direção de Helmuth Rilling, apresentando-se nas cidades de Weimar, Erfurt, Leipzig e Eisenach, na Alemanha; e da VI Semana de Música Barroca do Centre de Musique Baroque de Versailles em parceria com a Unirio, sob a direção de Benoît Dratwicki. Estreou no Theatro Municipal de São Paulo com a obra Magnificat de Bach e em Der Rosenkavalier (Modista), de Strauss, sob a direção musical de Roberto Minczuck. Em seu repertório de ópera também destacam-se papéis como Charlotte (Werther), de Massenet; Rosina (Il Barbiere di Siviglia), de Rossini; Ottavia (L’incoronazione di Poppea), de Monteverdi; Cherubino (Le Nozze di Figaro) e Sesto (La Clemenza di Tito), de Mozart. Foi solista em obras como o Stabat Mater, de Pergolesi, a Missa em Dó Maior de Beethoven, e o Requiem de Mozart. Ofereceu recitais com as Siete Canciones Populares, de Manuel de Falla, e a Alto Rhapsodie, de J. Brahms. Atualmente, apresenta-se com um vasto repertório de ópera, concertos sinfônicos e música de câmara em diversas salas de concerto e teatros do Brasil.

 

Luciano Botelho (BRA/PRT) – tenor

Luciano Botelho apresentou-se em várias casas de ópera do mundo incluindo o Covent Garden – Royal Opera House, Glyndebourne, Theatre an der Wien, Grand Théâtre de Genève, Stuttgart Staatsoper, Oper Frankfurt, Hamburg Staatsoper, Sydney Opera House e New National Theatre Tokyo. Seu repertório formou-se em torno do Bel Canto Italiano incluindo Rossini, Donizetti e Bellini, mas também atua frequentemente em papéis de Mozart como no Cosi fan Tutte do Teatro Municipal de São Paulo em 2023. Em 2022 participou na turnê na Inglaterra como Rodolfo em La Bohème, assim como em concertos em Madri com a Fundación Excelentia, em Lisboa com a Orquestra Gulbenkian e no Porto na Casa da Música. O tenor formou-se em música sacra no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil seguindo com o Bacharelado em Canto na Universidade do Rio de Janeiro e o Mestrado em performance e Ópera pela Guildhall School of Music and Drama. Atualmente cursa o doutorado em ciências musicais na Universidade Nova de Lisboa sendo bolsista da FCT. Foi semifinalista no BBC Cardiff Singers of the World e finalista do Concurso Francisco Viñas em Barcelona, além de ser mencionado em 2016 na Revista Opera Now como um dos dez tenores favoritos entre uma nova geração de estrelas. Em sua discografia encontram-se o DVD da aclamada produção de La Sonnambula em Stuttgart, o CD de canções Brasileiras e Argentinas além do CD da opera Linda de Chamounix, distribuído pela Opera Rara após ser gravado ao vivo em concerto feito no Royal Opera House dirigido por Sir Mark Elder. Recentemente gravou o filme/ópera de Jocy de Oliveira chamado Liquid Voices, vencedor em diversas categorias nos festivais internacionais de Cinema de Londres, Madri, Varsóvia e Antuérpia.

 

Isaque Oliveira (BRA) – barítono

Vencedor do 1° lugar voz masculina no 1° Concurso de Canto Lírico Joaquina Lapinha em 2022 e do 3º lugar voz masculina no Concurso de Canto Brasileiro Maria Callas nos anos 2019 e 2022, Isaque é bacharel em canto lírico pela Faculdade Cantareira. Integrou os coros Infantil, Juvenil e Acadêmico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, do Coral Jovem do Estado de São Paulo, da Academia de Ópera do Theatro São Pedro e dos Núcleos de Música Antiga da Escola Municipal de São Paulo e da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim. Paralelamente, atuou como flautista na Orquestra Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo. Isaque tem desenvolvido uma promissora carreira como solista, tendo interpretado obras como a Missa em Ré Maior de Dvořak, Carmina Burana de Orff, e no campo da música antiga a Missa Brevis de Mozart, o oratório In Exitu Israel de Mondoville, a Missa de Santa Cecília do Padre José Maurício Nunes Garcia, o Oratório de Natal de Bach na Sala São Paulo. Participou de produções das óperas Gianni Schicchi (Gianni Schicchi) de Puccini, Die Zauberflöte (Monostatos) e Der Schauspieldirektor (Buff) de Mozart, Ba-ta-clan (Ko-ko-ri-ko) de Offenbach no Theatro São Pedro, Der Rosenkavalier (Lacaio da Marechala e Kellner) de Richard Strauss La Fanciulla (Sid) ambos no Theatro Municipal de São Paulo e a reestreia da ópera A Noite de São João (André) de Elias Álvares Lobo. Isaque Oliveira também é reconhecido no campo da música contemporânea, tendo participado da estréia da ópera La Chiave (Angelo) de Carlos Moreno (2019), das Três Canções Farmacológicas de Ninar de Matheus Bitondi (2015), Ritmo Absoluto de Carlos dos Santos (2019) e A Máquina Entreaberta de William Lentz (2020), esta última apresentada no Festival Amazonas de Ópera em 2021.

 

Mateus Araújo – Compositor e Pianista

Regente, compositor, pianista e violinista, Mateus Araujo foi residente em 2018 e 2019 da Cité Internationale des Arts de Paris, como vencedor do Prêmio Icatu de Artes. Estudou regência com David Machado e Eleazar de Carvalho, que o recomendou como “um autêntico e nato musicista, extraordinário talento, com uma espontânea vocação para a Arte da Música”. Foi bolsista convidado do Festival de Aspen em 2000 e 2001, estudando com David Zinman e Jorma Panula. Trabalhou como regente titular e convidado de importantes orquestras brasileiras desde sua participação no concurso mundial Maazel em 2002, incluindo as orquestras Jazz Sinfônica de São Paulo, Sinfônica de Ribeirão Preto, Sinfônica do Theatro da Paz (Belém), Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem e Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro. Graduado em Música e Composição pelo Conservatório Brasileiro de Música (Rio de Janeiro), desde 1994 tem apresentado no Brasil e no exterior suas obras orquestrais e arranjos para diversas formações, com obras estreadas no Carnegie Hall e Avery Fisher Hall (NY), Gewandhaus de Leipzig, Theatro Municipal do Rio de Janeiro e na Sala São Paulo, entre outros. Atualmente é mestrando pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com pesquisa de desenvolvimento a partir de sua obra 88 Prelúdios para 88 Notas, apresentada em 2018 em Paris. Em 2022, estreou duas novas peças orquestrais, Eclíptica e Elegia, para o Museu Nacional, com a Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense. As peças foram gravadas em apresentação ao vivo na Sala Cecília Meireles – RJ.

 

Coro Madrigale

Considerado um dos melhores coros de Minas Gerais e do Brasil, o  Coro Madrigale foi criado em 1993 e tem como principais características a excelência técnica e a sonoridade do grupo.  Tanto no repertório erudito quanto no popular, a afinação precisa, a harmonia das vozes e os arranjos trabalhados minuciosamente fazem com que os concertos do Madrigale sejam uma oportunidade de encontro com a emoção. Regido desde a fundação pelo maestro e diretor artístico Arnon Oliveira, o Madrigale tem abordado, ao longo dos seus 30 anos, um repertório coral e sinfônico-coral que vai desde a Renascença aos compositores contemporâneos, além da constante execução de compositores brasileiros.

 

Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí

Foi criada em 1985 para dar suporte à performance dos estudantes da área de cordas sinfônicas da instituição. O grupo é formado por professores e alunos bolsistas, dando a esses últimos a oportunidade de oferecer uma ampla experiência do repertório sinfônico e também uma antevisão de um possível ambiente de trabalho. A Orquestra do Conservatório de Tatuí possui uma bagagem artística invejável. Recebe regularmente diversos regentes consagrados, como Roberto Tibiriçá, Felix Krieger, Abel Rocha, Aylton Escobar, Rodrigo de Carvalho e Gottfried Engels. Dentre os solistas estão Arnaldo Cohen, Gilberto Tinetti, Alex Klein, Antonio Lauro Del Claro, Fabio Cury, Tatjana Vassiljeva, Rosana Lamosa, entre muitos outros. Em caráter pedagógico, a orquestra também realiza uma série de concertos didáticos cujo objetivo é fomentar o contato com a música clássica, principalmente entre as crianças das escolas públicas. Em 1996, a orquestra excursionou em turnê por diferentes estados brasileiros por meio do projeto Banco do Brasil Musical. Nele, o grupo acompanhou músicos como Wagner Tiso, Egberto Gismonti e Arthur Moreira Lima no programa “Cenas Brasileiras”. Nesse mesmo ano, gravou dois CDs. O primeiro, em homenagem ao compositor Tom Jobim, e o segundo, denominado Obras Brasileiras, dedicado inteiramente  a peças para saxofone e orquestra, tendo como solista o saxofonista norte-americano Dale Underwood. A Orquestra do Conservatório de Tatuí, em 2011, tornou-se um dos grupos mais ativos da música clássica brasileira e vem conquistando cada vez mais espaço no cenário musical. Nas temporadas de 2011/2012, fez dezenas de concertos e apresentações marcantes, como os da Sinfonia nº 9 em ré menor, op. 125, “Coral”, de L. van Beethoven, e da cantata cênica Carmina Burana, de Carl Orff –, apresentada na série de concertos Tucca, na Sala São Paulo. A orquestra vem, ainda, atuando de forma destacada junto ao Núcleo de Ópera do Conservatório de Tatuí.  O grupo integrou as óperas Dido e Enéas, de Henry Purcell (2009); La Serva Padrona, de Giovanni Battista Pergolesi; Orfeu no Inferno, de Jacques Offenbach (2011); e Orfeu e Eurídice, de Christoph Willibald Gluck (2012).

 

Outras informações:

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