Procult oferece oficinas culturais virtuais durante a SBPC Cultural

Além das atrações que integram a programação cultural oficial da 73ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com início no próximo domingo, 18, a Pró-reitoria de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora, parceira nesta edição do evento, vai oferecer oficinas culturais como contribuição especial para os debates científicos.

Serão oito oficinas virtuais de temas diversos, promovidas pelos órgãos executores da Procult e destinadas a estudantes, pesquisadores e comunidade em geral, abrangendo informação e conhecimento especializado nos campos da memória social, diversidade cultural, atividade museal, preservação histórica e patrimonial e produção cultural em espaços públicos.

Com um único módulo de cerca de duas horas de duração, através de audiovisual, cada oficina será ministrada no formato de aula expositiva. Estarão disponíveis no YouTube da SBPC (@SBPCnet) a partir das 10h do dia 18, de forma assíncrona, possibilitando aos interessados cursar as oficinas no horário de sua preferência. Todas são gratuitas e não necessitam de inscrição prévia.

As oficinas culturais oferecidas pela UFJF nessa edição da SBPC Cultural reafirmam o comprometimento da Universidade com a formação profissional e científica e a visão da cultura como uma dimensão transversal ao consagrado tripé de ensino, pesquisa e extensão – princípio que se coaduna com o tema central da 73ª SBPC, “Todas as ciências são humanas e essenciais à sociedade”.

Universo digital

O Forum da Cultura está oferecendo a oficina “A experiência de transpor mostras presenciais para o universo digital”, que aborda o sucesso alcançado pelo órgão, sem ajuda de qualquer empresa especializada, ao transpor para o meio virtual as exposições do Museu de Cultura Popular. Embora o Museu já marcasse presença em várias redes sociais, foi no Instagram que as obras do acervo de três mil peças, registradas em fotos e/ou vídeos, alcançaram projeção e retornos significativos – chegando a ser o segundo museu do gênero com mais seguidores nessa plataforma. A oficina será ministrada pela bacharela e licenciada em Educação Artística e especialista em Gestão do Patrimônio Cultural, Franciane Lúcia da Silva Zimmermann, e pelo bacharel em Artes e Design Saulo William Machado Silva, ambos integrantes da equipe do Forum da Cultura.

Preservação de acervos

O Centro de Conservação da Memória (Cecom) oferece duas oficinas culturais. A oficina “Introdução à Conservação e Preservação de Acervos” pretende apresentar seus participantes às questões que envolvem o processo de conservação de documentos em papel, incluindo demonstração de técnicas, instrumentos e objetos. Serão abordados conceitos sobre conservação preventiva de acervos documentais e arquivísticos e debatidas práticas e métodos de conservação, como higienização e acondicionamento. “Além disso, também busca-se discutir a importância do papel para a história da humanidade, assim como as formas de conservar e utilizar de maneira consciente o papel nos dias de hoje”, ressalta Julia de Souza Bermond, mestranda do Programa de Pós-graduação em História da UFJF que vai ministrar a oficina.

Oficina “Introdução à História Oral e suas técnicas de uso”

A oficina “Introdução a História Oral e suas técnicas de uso” tem como objetivo geral iniciar os participantes nos debates fundantes da História Oral, tanto em uma perspectiva histórica como teórico-metodológica. Além disso, busca contextualizar os desafios dessa metodologia no Brasil e sua utilização na atualidade. A proposta de Carolina Saporetti, doutoranda em História pela UFJF e agente de cultura do Cecom, é trabalhar a importância da memória e da oralidade nas pesquisas de História do Tempo Presente, principalmente no que se refere à preservação da memória, de saberes e tradições. Do ponto de vista técnico, será abordada a prática da realização de entrevistas, formas de guarda e acesso. Como estudo de caso, utilizará o Projeto História da UFJF, do Laboratório de Patrimônios Culturais (LAPA) da UFJF, em parceria com o Cecom.

Desafios do patrimônio

“Patrimônio Cultural e os desafios para preservação do Cine‐Theatro Central” é o tema da oficina oferecida em conjunto por Cecom e o próprio Central. A proposta é apresentar conceitos de patrimônio histórico-cultural e sua legislação, tendo como estudo de caso esse importante equipamento cultural da UFJF, tombado em nível municipal e federal, que enfrenta desafios para sua preservação e para a manutenção de suas atividades. A oficina será ministrada por Marcos Olender, arquiteto, urbanista, historiador, professor do Departamento de História da UFJF e diretor do Cecom, e por Mônica Cristina Henriques Leite Olender, arquiteta e urbanista pela UFJF, Mestre em Conservação e Restauro pela UFBA, Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA e professora da FAU‐UFJF.

Oficina “Patrimônio Cultural e os desafios para preservação do Cine‐Theatro Central”

O tradicional teatro também é tema da oficina “Produção Cultural: Comemoração dos 90 anos do Cine‐Theatro Central”, que irá apresentar conceitos de produção cultural e os trâmites legais de um evento cultural no espaço público e seus desafios, tendo como estudo de caso as celebrações do aniversário do cine-teatro em 2019, quando completaram-se nove décadas de sua inauguração. A oficina será ministrada por Erick Alan Moreira Ferreira, doutorando em Geografia (UERJ), mestre em Estudos do Lazer (UFMG), especialista em Gestão Pública (UFOP) e bacharel em Turismo (UFOP), além de gestor de eventos no Cine-Theatro Central, e por Aline Marques dos Santos, bacharel em Turismo com ênfase em gestão do patrimônio e agente de cultura e lazer do Cine-Theatro Central.

Oficina “Produção Cultural: Comemoração dos 90 anos do Cine‐Theatro Central”

Culturas ancestrais

O Museu de Arqueologia e Etnologia Americana (MAEA) está oferecendo duas oficinas nesta SBPC Cultural. Uma delas é a “Oficina de Ciência e Arte na Cultura Tiwanaku”, que apresenta a cultura dos povos dessa sociedade pré-colombiana considerada uma das mais antigas e longevas da América do Sul (Bolívia). Ministrada por Gabriel Rodrigues Silva, bacharel em Ciências Humanas, e Catarina da Silva Cardoso Pereira, licenciada em História/UFJF – ambos bolsistas do MAEA – a oficina apresentará artefatos dessa cultura que podem ser vistos na sala de arqueoastronomia do Centro de Ciências. O destaque da oficina é o sistema semiótico e conceitual das cordas de contas quipu, espécie de “calculadora” usada na administração de recursos e na troca de informações.

Oficina de ciência e arte na cultura Tiwanaku.

Já a “Oficina de Cerâmica – Tecnologia, estilo e função” irá demonstrar o processo de produção de vasilhames cerâmicos a partir da técnica indígena. Ministrada por Cecília Belindo de Araújo Porto, mestre em Arqueologia pelo Museu Nacional/UFRJ, e Dalila Varella Singulane, doutoranda em História pela UFJF – ambas com atuação no MAEA –, a oficina é dividida em duas partes. Na primeira, é apresentado o contexto histórico da cerâmica, material cujo estudo arqueológico pode fornecer informações sobre a humanidade. São oferecidos exemplos de sua utilização em diferentes culturas e abordadas questões simbólicas e a relação desse saber com o feminino. Na segunda parte, a oficina realiza uma demonstração do processo de confecção de vasilhame de argila. O exemplo é o da técnica tradicional do povo Maxakali, etnia da qual o MAEA conserva um rico acervo.

Comunicação e memória

Por fim, o Memorial da República Presidente Itamar Franco promove a oficina “Narrativas de Memória: o uso da História Oral como metodologia”, que tem por objetivo abordar as narrativas de memória por meio da comunicação, refletindo sobre as relações entre história e memória, a história oral nas narrativas memorialistas e as diferenças entre a metodologia da história oral e a entrevista. A oficina é ministrada por Ana Paula Dessupoio e Susana Reis, doutorandas em Comunicação pela UFJF e integrantes do grupo de pesquisa “Comunicação, Cidade e Memória. No primeiro módulo, dedicado à discussão teórica, focaliza a cena cultural nos anos 1970 no Brasil para abordar a contracultura e como ela repercute no presente. No segundo, partindo da experiência de fanzines distribuídos entre os anos 1970 e 1980, debate a relevância dessas publicações e apresenta exemplos da metodologia da história oral, como o Museu da Pessoa e o espetáculo “Trate-me Leão”.

Oficina “Narrativas de Memória – O uso da História Oral como metodologia”

Oficinas culturais virtuais da SBPC CULTURAL – 73ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC:

Realização – Pró-reitoria de Cultura da UFJF

A partir das 10h de 18/07 e até dia 24/07 no canal da SBPC no Youtube (@SBPCnet).

As oficinas são assíncronas e abertas à participação dos interessados, sem necessidade de inscrição prévia.

Outras informações:

Site da 73ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

Site de cobertura da 73ª Reunião Anual (UFJF)