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Jovem aos 46 anos

Sob a regência do maestro Guilherme Oliveira, Coral da UFJF se apresenta na próxima quarta, 28, às 20h, confirmando o frescor que marca o grupo

 

Como se não bastassem as vozes límpidas, o visual e os gestos também denunciam a jovialidade do Coral da UFJF. Composto por 22 jovens, entre alunos e ex-alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora, o grupo construiu sua trajetória tendo como norteadores o repertório contemporâneo, formado por canções eruditas e populares, e o dinamismo cênico, que inclui de palmas e assovios a batidas de pé, tudo no compasso da música. Sob regência do maestro Guilherme Oliveira, outro jovem, de apenas 27 anos, o Coral da UFJF apresenta, no dia 28 de novembro, às 20h, no Centro Cultural Pró-Música, o concerto Cantorias.

Baseados no romance Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro João Guimarães Rosa, os versos iniciais da canção que dá título ao espetáculo (“se mandar chorar eu canto, se mandar cantar eu choro, se mandar m’embora eu fico, se mandar ficar vou m’embora”), de autoria de Rufo Herrera e Ana Maria de Almeida, servem, com precisão e clareza, à identidade do grupo, cujas raízes mineiras estarão representadas nas interpretações de De frente pro crime, do mineiro João Bosco, Sem compromisso, do juiz-forano Geraldo Pereira, e Rouge e batom, dos compositores locais Jorge Alves e Tuka.

Afinado com a música popular brasileira, o Coral da UFJF também interpreta canções ícones da MPB, como Joana Francesa e Roda viva, de Chico Buarque, Três apitos, de Noel Rosa, e Bicho de sete cabeças, de Geraldo Azevedo, essa última com arranjo do coralista Talles Matos. Gênero obrigatório numa apresentação de canto coral, o negro spirituals estará representado na canção Witness, em seu arranjo mais conhecido, que, na leitura do grupo universitário, ganha o frescor das sopranos em maior destaque. O sucesso Bohemian Rhapsody, do lendário Freddie Mercury, ganha relevância no espetáculo, preservando o arranjo original do Queen, que conjuga balada, ópera e rock, na execução à capela.  “Essa música é bastante incomum para um coral”, aponta o regente Guilherme Oliveira, que assumiu a direção do grupo no ano passado.

A diversidade do grupo, que tem cantora lírica, roqueiro, cantor de baile e amadores, é apontada como a principal responsável pelo vigor do grupo. “A reunião de pessoas de interesses e propostas diferentes deu um ritmo bom para o Coral”, aposta a contralto Adriana Castro.

Trajetória

Criado oficialmente em 1966, quando o então reitor da UFJF, Moacir Teixeira de Andrade Reis, decidiu integrar o coral à universidade, o grupo nasceu alguns anos antes, fruto de um pequeno coro religioso que se apresentava na Igreja da Glória e no Colégio Santa Catarina. Dirigido inicialmente por Victor Giron Vassalo, chamava-se Coral Pio XII, e seus ensaios eram feitos na extinta Galeria de Arte Celina. Com o falecimento de Vassalo, em 1996, e sob a direção da professora Ana Maria Oliveira Ramos, o grupo passou a incluir canções populares em seu repertório erudito e tradicional.

Marco na trajetória do grupo, o maestro André Pires foi o responsável pela revolução cênica que se tornou a maior característica do Coral, premiado em 2004 no Concurso Latino-Americano de Interpretação Coral como “Melhor Coral Adulto Misto”. Com dois álbuns lançados, À moda da casa, de 2002, e Tear, de 2004, o grupo prepara-se para produzir o terceiro disco, e para a aguardada apresentação na sétima edição do festival internacional America Cantat, que acontece em março do próximo ano, na Colômbia.

 

Cantorias, com Coral da UFJF

Dia 28 de novembro, quarta-feira, às 20h.

Centro Cultural Pró-Música – Av. Rio Branco, 2.329 – Centro

Outras informações: Pró-Reitoria de Cultura: 2102.3964