Desde que foi registrada a presença de uma onça-pintada no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o assunto tomou conta da cidade. Além de causar curiosidade e despertar o interesse de muitas pessoas, o animal inspirou diversas atividades em escolas do entorno. As iniciativas, organizadas por professoras da rede pública municipal, trabalham os conteúdos de educação ambiental com os alunos dos ensinos Básico e Fundamental.
As professoras Franciana Brasil, Fernanda Magri e Lívia Esteves, da Escola Municipal Henrique José de Souza, no bairro Cidade do Sol, estão abordando os conteúdos com estudantes do 2º período ao 5º ano, nas disciplinas de literatura e informática. Segundo Franciana, a questão da onça e do Jardim Botânico nortearam os trabalhos na sala de leitura da escola. “Estamos apresentando aos alunos diferentes gêneros textuais, como a fábula e a narrativa jornalística, a partir deste caso. Eles estão muito envolvidos e animados. Além das aulas, desenvolvemos pesquisas e uma exposição de trabalhos.”
De acordo com a professora, estão sendo trabalhados também a noção de espaço público e a apresentação de novos vocabulários, inspirados na fauna e na flora brasileira. “Muitos não sabiam o que é um Jardim Botânico, muito menos que é aberto e todos podem ter acesso. A receptividade ao tema foi muito boa, porque eles veem o assunto o tempo todo na televisão e nas redes sociais. Então todos os dias chegam com uma informação nova. É um tema que ampliou a pesquisa e o interesse dos alunos em buscar novos conhecimentos.”
Roda de conversa
Já na Escola Municipal Theodoro Frederico Mussel, no bairro Nossa Senhora das Graças, a professora Graziela Evangelista abordou o tema de forma lúdica, a partir de uma roda de conversa. “Foi uma aula divertida com curiosidades e fatos sobre a onça”. De acordo com ela, o assunto surgiu de uma demanda dos próprios estudantes, que gostariam de aprender mais a respeito do animal.
“É uma oportunidade de aproveitar um fato como esse para trabalhar, de modo interdisciplinar, ensinando sobre escrita espontânea, vivências dos animais, cadeia alimentar e meio ambiente”. Para Gustavo Henrique da Silva, aluno do 5º ano, a atividade foi muito proveitosa, já que mora na rua de entrada de visitantes do Jardim Botânico e estava entusiasmado com a presença do felino. “É um animal muito bonito, mas precisamos tomar cuidado. Espero que ela seja levada para uma área mais segura, para evitar que aconteça algo de mau com ela.”
Construção de conhecimentos
Para o diretor do Jardim Botânico, Gustavo Soldati, as iniciativas dialogam com o principal objetivo do espaço, que é ser um ambiente de construção de conhecimentos e aprendizados sobre educação ambiental.
“O mais significativo destas atividades é ensinar sobre a importância da espécie e a necessidade de preservação da biodiversidade. Certamente esse trabalho é fundamental porque faz despertar o olhar das crianças para a função ecológica do Jardim e a relevância deste animal. Espero que, a partir disso, os alunos desenvolvam uma relação cada vez mais harmônica com a natureza”, diz.
Leia mais:
‘Armadilha de laço é a mais rápida’, diz professor que capturou mais de 100 onças
Equipe ganha reforço e instala mais três armadilhas para capturar onça
Onça: comissão esclarece dúvidas de comunidade; veja as respostas
Onça é avistada na Zona Norte; trabalhos de captura continuam
UFJF realiza reunião com Igreja onde onça foi avistada
Primeira noite: armadilhas já estão em funcionamento; entenda como é acionada
Equipe inicia instalação de duas armadilhas para capturar onça
Onça-pintada: operação recebe apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente
Bolsistas do Jardim Botânico orientam população do entorno da Mata do Krambeck
Comissão avalia alternativas para segurança de moradores e onça-pintada
Novas imagens registradas por equipe apontam sexo de onça no Jardim Botânico
Onça: equipe monta armadilhas fotográficas no Jardim Botânico, e especialistas se reúnem
Onça é avistada no Jardim Botânico, e UFJF fecha área temporariamente