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Equipe instala nova armadilha em área do Jardim Botânico nesta quarta, 8 (Foto: Raul Mourão/UFJF)

Três novas armadilhas de laço estão sendo montadas no Jardim Botânico da UFJF, nesta quarta, 8, para aumentar a chances de captura da onça-pintada avistada em pelo menos seis localidades em Juiz de Fora. Com os novos dispositivos, o total de armações chegará a seis. A previsão inicial era de quatro unidades – três já estavam funcionando desde a última sexta, 3.

A quantidade de profissionais atuantes também foi elevada. Mais três especialistas em captura de onças entraram, na última terça, 7, para a equipe que atua no Jardim, especializada em comportamento de mamíferos e com alta experiência em captura de animais silvestres.

Ao chegar, o trio já analisou as instalações e entrou no plantão noturno de monitoramento e captura, dormindo no próprio Jardim, em revezamento de horário com os professores da UFJF Artur Andriolo e Pedro Nobre e o analista ambiental Paulo Roberto Amaral, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos (Cenap/ICMBio). Desde a última sexta, 3, quando foram instaladas as primeiras armadilhas, profissionais fazem plantão no local.

A chegada de novos integrantes já estava prevista, a convite e sob orientação do Cenap/ICMBio, que é o órgão federal de referência para situações emergenciais como a de Juiz de Fora.

Novos componentes

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Ao todo serão seis armadilhas no Jardim, onde a onça é mais avistada e há mais probabilidade de captura (Foto: Raul Mourão/UFJF)

Integram-se à equipe o professor de Ciências Biológicas da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Fernando Azevedo –  que já participou da captura de mais de cem onças -, e os veterinários Ricardo Arrais e Alexandra Comerlato. “O trabalho realizado aqui está sendo feito com muita eficiência”, disse Azevedo.

O docente é uma das referências nacionais sobre felinos. Há 24 anos participa da busca de onças pardas e pintadas em Minas Gerais, Espírito Santo e em mais estados. “Desenvolvemos também projeto que avalia aspectos de ecologia de mamíferos carnívoros, principalmente onças-pintadas, pardas e jaguatiricas, em unidade de conservação. Monitoramos movimentos dos animais, avaliamos predação de gado, densidade da espécie e outros pontos. É um estudo bem completo de ecologia”, explica.

O veterinário Ricardo Arrais é especialista na montagem de armadilhas, atua na busca específica de onças há mais de dez anos. Tem ainda experiência anterior na captura de outros animais silvestres, como lobos e cachorros do mato, para projetos de conservação da biodiversidade e ecologia. O profissional trabalha ainda com mamíferos carnívoros em unidade de conservação e é mestre em Ciência Animal pela Universidade de São Paulo (USP). Em seu curso de doutorado, desenvolve projeto, orientado por Azevedo, na linha de Ecologia, Conservação e Manejo de Vidas Silvestres, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Com especialização em animais silvestres, Alexandra também auxilia na instalação das armações e no desenvolvimento de estratégias de captura. Atuou em projeto com carnívoros em unidades de conservação com Arrais e é pós-graduada em odontologia de animais pela Universidade de São Paulo (USP).

Os trabalhos em relação à onça-pintada são orientados pelo Cenap/ICMBio e coordenados pela comissão composta por sete instituições: Campo de Instruções do Exército Brasileiro em Juiz de Fora, Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Estadual de Florestas (IEF/Cetas), Polícia Militar (incluindo a Polícia de Meio Ambiente), Prefeitura de Juiz de Fora e UFJF.

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