Apesar de estáveis, os índices relativos à Covid-19 na comunidade acadêmica seguem altos – é o que aponta a 20ª edição do Boletim Informativo da plataforma Busco Saúde, divulgado nesta quarta-feira, 29 de junho. Foram registrados 107 novos casos nas semanas epidemiológicas 24 e 25, período retratado no informativo. Desse total, 76 casos foram contabilizados somente na 25ª semana e 31 na 24ª, quando o monitoramento foi feito em apenas dois dias letivos. Em contrapartida, na comparação com a edição anterior do informativo, a média móvel de casos caiu de 16,14 para 10,86. A queda foi causada pela medição reduzida na semana 24. As comparações são feitas com a 19ª edição do boletim.
O Busco Saúde é desenvolvido por pesquisadores (docentes e discentes) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), além de contar com colaboradores externos. O sistema é um instrumento de apoio ao registro e ao acompanhamento de casos de Covid-19 entre professores, estudantes, técnico-administrativos em educação (TAEs) e terceirizados. A plataforma também auxilia no encaminhamento e distribuição de casos suspeitos à rede de saúde, como forma de reduzir aglomerações e filas de espera. O acesso ao Busco Saúde pode ser feito pelo site ou por aplicativo para smartphone.
Prevalência é novamente a maior do ano
O índice de prevalência é calculado por meio da proporção total de casos confirmados em relação ao número total de usuários ativos até a data de publicação do boletim. Nesta edição, a prevalência bateu novo recorde no campus Juiz de Fora e chegou ao maior patamar do ano, com 19,5%. O indicador funciona como uma estimativa do risco acumulado de desenvolvimento da Covid-19 na população. No boletim anterior, a prevalência foi de 17,33%. No campus Governador Valadares, a prevalência também aumentou, chegando a 11,73% (no boletim anterior era de 9,77%). E no Colégio de Aplicação João XXIII (CAp João XXIII), o índice também aumentou em comparação ao boletim anterior, passando para 5,89%.
Outro indicador demonstrado no boletim é o da incidência – correspondente à velocidade em que os casos acontecem. Essa taxa é calculada pela proporção de casos novos sobre o tamanho da população de usuários ativos em determinado período de tempo. No campus Juiz de Fora, a incidência de casos da semana 24 foi de 595 (por cem mil). Já na semana 25, o número se expandiu para 1.242 (por cem mil). Quando o cálculo é transferido para o número de integrantes do campus Juiz de Fora (considerando apenas os números de casos e o total de pessoas do campus JF – 20 mil), o índice fica em 285 (por cem mil). No boletim anterior, o mesmo índice ficou em 510 (por cem mil).
Em Governador Valadares, a incidência foi de 87 (por cem mil) na 24ª semana. Na semana 25, o número aumentou para 1.211 (por cem mil), crescimento de três vezes e meia em relação à semana 23. No CAp João XXIII, a incidência foi de 455 (por cem mil) na semana 24 e, na seguinte, passou a 755 (por cem mil).
Na avaliação do professor da Faculdade de Medicina (Famed) Fernando Colugnati, um dos pesquisadores responsáveis pelo boletim, os números estão estáveis, embora em um patamar elevado. “Não é um cenário bom em termos de transmissibilidade, especialmente considerando o número de infectados na população infantil, que também ainda permanece alto. O ideal é que já estivesse caindo em todas as populações” , avalia.
Apesar da baixa taxa de letalidade e hospitalizações (nenhuma notificação de internação ou óbito foi registrada entre os acompanhados pelo Busco Saúde), é necessário seguir com as medidas sanitárias para evitar o contágio da doença. “Mesmo infectados com sintomas leves e moderados têm apresentado alguns sintomas persistentes e até mesmo sequelas, como neuropatias, questões cognitivas e até mesmo cardíacas. É uma doença nova, ainda em fase de estudo, e o ideal é não se contaminar. O uso de máscara em locais fechados ainda é altamente recomendado, além de todas as demais medidas, como certo distanciamento, higienização das mãos e etiqueta respiratória. E sempre comunique ao Busco Saúde qualquer sintoma ou confirmação de positivação”, recomenda Fernando Colugnati.
Comitê de Monitoramento – UFJF
Os dados apresentados pelo Busco Saúde, que indicam a necessidade da manutenção do uso de máscaras em todos os espaços fechados da UFJF, também são objeto de análise pelo Comitê de Monitoramento e Orientação de Condutas da UFJF sobre o Novo Coronavírus.
O Comitê tem avaliado semanalmente as condições epidemiológicas em Juiz de Fora e Governador Valadares e, de acordo com as avaliações mais recentes, a UFJF mantém a obrigatoriedade do uso de máscaras em todos os ambientes fechados da instituição, nos campi de Juiz de Fora e de Governador Valadares.
Outras informações:
20ª edição do Boletim Informativo da plataforma Busco Saúde