Selo MAMM e Edições Casa de Rui Barbosa
lançam o livro Arlindo Daibert: fortuna crítica
Resultado da auspiciosa relação entre a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a Fundação Casa de Rui Barbosa, o livro Arlindo Daibert: fortuna crítica, organizado por Júlio Castañon Guimarães, tem lançamento nesta quinta-feira, 24 de março, às 20h, no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM). Trata-se da reunião de textos sobre um dos mais importantes artistas plásticos de sua geração, em que figuram opiniões de críticos de peso, como Ferreira Gullar, Frederico Morais, Olívio Tavares de Araújo, Walmyr Ayala, Radha Abramo e Roberto Pontual.
Segundo o pró-reitor de Cultura da UFJF, professor José Alberto Pinho Neves, Arlindo Daibert: fortuna crítica chega ao público leitor com o peso do Selo MAMM e das Edições Casa de Rui Barbosa e traz o mérito de explorar a grande extensão alcançada pelo conjunto das obras do artista juiz-forano, muito além das fronteiras locais. “O livro mostra a importância de Arlindo Daibert, porém sem a pretensão de encerrar ou esgotar a análise possível em torno de sua obra”, completa.
Arlindo Daibert está entre as mais significativas expressões da arte contemporânea brasileira e suas reflexões sobre arte já foram abordadas anteriormente por Júlio Castañon, que é também autor de Caderno de Escritos/Arlindo Daibert, editado pela Sette Letras em 1995. Três anos depois, a série Grande Sertão: Veredas foi publicada no livro Imagens do Grande Sertão – Arlindo Daibert, com textos críticos de Júlio Castañon e Heloísa Starling, editados pela UFJF em conjunto com a UFMG.
Alcance e representatividade
Na apresentação do livro Arlindo Daibert: fortuna crítica, Júlio Castañon observa que alguns dos textos reunidos foram publicados em jornais e revistas à época das diferentes mostras que o artista realizou; outros fizeram parte de catálogos de exposição, e ainda outros são estudos acadêmicos que revelam a amplitude alcançada pela obra, que acabou por se transformar em importante foco de estudo em vários trabalhos universitários.
Júlio Castañon observa que “o livro tem como objetivo apresentar uma seleção representativa dos trabalhos mais substanciais já escritos sobre Arlindo Daibert, de modo a contribuir para o conhecimento de sua obra, pondo à disposição dos interessados e estudiosos um material que se encontra disperso por publicações nem sempre de fácil acesso”.
Virtuosismo
O historiador, poeta e tradutor juiz-forano, Ronald Polito, escreve que o livro organizado por Júlio Castañon chega em hora oportuna: “Para aqueles que tiveram o privilégio de acompanhar sua produção por pouco mais de duas décadas, será com certeza um bom reencontro poder ler os artigos e críticas relativos ao seu trabalho em conjunto ou a uma de suas fases”.
Em determinado momento de seu texto, Ronald Polito diz que, no trabalho de Arlindo Daibert, “dá-se um encontro que é raro: o do virtuosismo extremo em todas as técnicas em simbiose com a perspectiva de uma arte que afete estruturalmente os homens em suas organizações conceituais, sensíveis e políticas”. E conclui: “Por tudo isso, Arlindo Daibert permanecerá no horizonte crítico das artes”.
De vida e de arte
Juiz-forano de nascimento, Arlindo Daibert fez Letras na UFJF, tornando-se professor do então Departamento de Artes, onde lecionou entre 1983 e 1993, ano de seu falecimento, aos 41 anos de idade. Em sua trajetória como artista, merece menção o prêmio de viagem a Paris, concedido pela Embaixada da França no Salão Global de Inverno de Belo Horizonte, em 1974. Foi agraciado também pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1990; pela Bienal Ibero-Americana do México, em 1980; pela Bienal de Artes Gráficas de Maldonado, Uruguai, em 1981, e pelo Panorama de Pintura do MAM-SP (1986-89).
Seus trabalhos integraram diversas exposições coletivas no Brasil e no exterior, entre as quais Resumo do Desenho Brasileiro, MAM-SP (1974); Brasil Arte Agora, MAM-RJ (1976); Formes et Coulers du Brésil, Paris (1975); Panorama do Desenho e da Gravura, MAM-SP (1977); Images/Messages d’Amérique Latine, Paris (1978) e Contemporary Brazilian Engravings and Drawings, Tel-Aviv (1981).