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Leonino Leão e Lasar Segall no MAMM

MAMM revisita obra de Leonino Leão inspirada em poema de Murilo Mendes

“Alumbramentos poéticos” une arte e poesia em homenagem aos cem anos da passagem do Cometa Halley


“Passagem do Cometa Halley. A subversão da vista. A primeira idéia do cosmo”, afirmou Murilo Mendes diante da passagem histórica do astro em 1910, que, segundo o próprio poeta, é um dos elementos desencadeadores de sua obra. Setenta e seis anos depois, o cometa anunciou mais uma vez sua visita. O pintor, desenhista, fotógrafo, gravador e professor Leonino Leão, consagrado artista, inspirou-se no poema Nova Cara do Mundo, de Murilo, e montou então uma exposição de mesmo nome, unindo a poesia, em sua essência, à imagem artística.

Em 2010, exatos cem anos após a passagem do cometa diante do poeta, o Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) homenageia e revisita a obra de Leonino. A exposição Nova Cara do Mundo, que chegou ao público pela primeira vez em 1986, será novamente objeto de admiração. A nova versão recebeu o título de Alumbramentos Poéticos, em referência ao encantamento e inspiração quase sobrenatural que a o conjunto de obras dispõe.

Apesar dos paralelos e afinidades com o poema homônimo de Murilo Mendes, Leonino deu textura ao olhar artístico da obra. O trabalho, constituído de colagens, mescla, com perfeição, técnicas de desenho e pintura. O uso de materiais diversos tornou-se a própria metáfora do brilho fascinante e do impacto do Halley, além de aspectos futuristas. “Visões a olho nu, onde o artista abandona o fenômeno astronômico sob o controle para fixar-se no momento único da visão, da revelação poética”, acentuou o também artista plástico e amigo íntimo de Leonino, Arlindo Daibert, em texto de apresentação da exposição original.

Leonino morreu em 1989 e deixou um legado não só no campo das artes, mas também como professor do Instituto de Artes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O também artista e professor Ricardo Cristofaro foi aluno de Leonino. Ele acredita que “sua obra sintetiza o desejo da produção de ideias pelo viés de um código próprio, sem indicações intermediárias e sem quaisquer transcrições literárias ou analógicas”. Ainda segundo ele, a obra do artista local se mostra como objeto substantivo, como espaço que condensa uma atividade estrutural organizada e um processo de trabalho que explora qualidades de múltiplas técnicas e materiais.

“Por meio da conjugação estreita entre a espacialidade das formas, a vibração das cores e uma caligrafia pictórica despojada, os trabalhos de Leonino carregam um longo processo de depuração, e as entranhas de um artista que, com competência e disciplina, lutou, obstinadamente, pela sinceridade e verdade de sua própria linguagem”, finaliza Cristofaro.

A nova exposição reunirá dez das 30 colagens do artista, quatro delas pertencentes ao acervo do MAMM, e o restante proveniente de colaboração de colecionadores particulares. A mostra estará aberta ao público a partir do dia 9 de dezembro.

Serviço:

Exposição: Alumbramentos poéticos, Leonino Leão – Galeria Poliedro

Data: A partir de 09 de dezembro

Local: Museu de Arte Murilo Mendes, Rua Benjamim Constant, nº 790, Centro

Outras informações: 32.3229-7622 / 32.3229-3964

 

“Lasar Segall – Imagens do Brasil” chega a Juiz de Fora

Mostra itinerante do Museu Lasar Segall é exposta no MAMM

“Qualquer traço, qualquer curva, qualquer pincelada, os mínimos pormenores carregam uma significação específica”, disse o escritor Murilo Mendes em referência à obra de Lasar Segall. O artista russo mudou-se definitivamente para o Brasil em 1923 e aqui encontrou um universo que parecia esperar por seu olhar para ser traduzido em forma de arte. Parte dessa visão do artista sobre o país que o acolheu pode ser conhecida a partir do dia 9 de dezembro, na mostra Lasar Segall – Imagens do Brasil, na Galeria Retratos-relâmpago do Museu de Arte Murilo Mendes.

A gravura em metal e a xilogravura traduzem o Brasil que Segall viu ao chegar aqui, um lugar onde, para ele, a dor e a alegria são fusões, e não contrastes, como avaliou Mario de Andrade. O mangue, os marinheiros, as mulheres, os homens trazidos pelo mar são temas das gravuras. Feitas em Paris, as obras tratam do cotidiano mais simples e recorrente dos brasileiros.

As 35 gravuras expostas no Museu de Arte Murilo Mendes abrangem o período de 1924 a 1930, época em que o artista dedicou-se a retratar o país, e fazem parte do acervo do Museu Lasar Segall, que fica na cidade de São Paulo. O objetivo da Mostra é difundir a obra de Segall – e a reimpressão e exposição dessas gravuras é parte deste trabalho. Bananeira, Cabeça de marinheiro e chaminés e Duas mulheres no mangue com persiana são algumas das gravuras que compõem a mostra, além de textos explicativos sobre a técnica e a história de cada trabalho.

 

Serviço:

Exposição: Lasar Segall – Imagens do Brasil, Galeria Retratos-relâmpago

Data: A partir de 09 de dezembro

Local: Museu de Arte Murilo Mendes, Rua Benjamim Constant, nº 790, Centro

Outras informações: 32.3229-7622 / 32.3229-3964