A publicação, pelo Consu, da Resolução que institui na UFJF a Escola de Artes Pró-Música e aprova seu Regimento é um passo importante na consolidação do compromisso assumido pela instituição quando da incorporação do patrimônio material e imaterial do Centro Cultural Pró-Música em 2011: “É nosso dever dar seguimento às atividades da Escola, reconhecida por sua tradicional atuação no campo da educação musical”, ressalta a pró-reitora de Cultura, Valéria de Faria Cristofaro, referindo-se ao braço pedagógico do centro cultural.
“A escola, além de levar formação musical e artística gratuita para a comunidade interna e externa à UFJF, funciona como importante laboratório para os estudantes. Além disso, contribui para a formação de plateia e de possíveis futuros estudantes do curso de música”, afirma o supervisor do Centro Cultural Pró-Música, Marcus Medeiros, que atualmente responde também pela coordenação geral da Escola.
De acordo com a Resolução aprovada, o estabelecimento tem por finalidades (I) promover atividades de docência, extensão e pesquisa em artes, contribuindo para a formação pedagógica dos alunos dos cursos de licenciatura em Música e em Artes Visuais da UFJF; (II) oferecer à comunidade cursos livres de arte em geral, em especial de música; (III) promover eventos acadêmicos, científicos e culturais, como concertos, recitais, saraus, exposições, palestras, debates, seminários, encontros e afins; e (IV) estabelecer parcerias com a comunidade para a realização de cursos, oficinas e eventos externos.
A Escola de Artes Pró-Música se integrou à Universidade juntamente com o Centro Cultural, ao qual era vinculada, quando a família Sousa Santos, que havia criado o espaço nos anos 1970, propôs à UFJF a doação do patrimônio material e imaterial constituído ao longo de décadas de destacada atuação em Juiz de Fora, com o compromisso de a instituição dar continuidade aos projetos. Isso significava, dentre outras responsabilidades, realizar anualmente o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, manter corpos estáveis como a Orquestra Sinfônica e o Coral Pró-Música e oferecer, por meio da Escola, cursos instrumentais e de canto.
Após a incorporação, as atividades da Escola permaneceram suspensas até a reformulação de sua estrutura pedagógica, realizada pela Procult em parceria com o Instituto de Artes e Design e a Faculdade de Educação. De acordo com os termos de doação, é dever da UFJF dar manutenção às ações desenvolvidas pela Escola e ainda expandir suas atividades. Por isso, no processo de reestruturação, a Escola assumiu a missão de integrar ensino, pesquisa e extensão na área de Artes, contribuindo assim para complementar a formação dos alunos das licenciaturas de Música e Artes Visuais.
Dessa forma foi possível integrar projetos de cunho educativo e cultural, como oficinas de ensino instrumental, musicalização infantil, canto coral e prática orquestral, oferecendo à comunidade acadêmica e ao público em geral possibilidades de formação na área da educação musical. Além disso, bolsistas das modalidades Mediação Artística e Projeto Artístico-Cultural do Programa de Bolsa de Iniciação Artística (Pibiart), selecionados e editais anualmente lançados pela Procult, oferecem cursos livres e oficinas gratuitos de diversas linguagens artísticas como contrapartida de sua atuação no programa, ao mesmo tempo em que têm a oportunidade de ganhar experiência com práticas de ensino.
Em 2020 e 2021, devido à pandemia de Covid-19, a Escola funcionou remotamente, com oficinas, laboratórios, debates e eventos similares realizados virtualmente. Com o retorno das atividades presenciais na UFJF, a Pró-reitoria de Cultura está em entendimentos com a Administração Central da Universidade para a aquisição de mobiliário adequado ao funcionamento da Escola, especialmente para a guarda de mais de 500 instrumentos musicais.
Casarão histórico
A Escola de Artes Pró-Música está instalada em um casarão histórico da Avenida Barão do Rio Branco, construído para residência familiar na década de 1920 e adquirido pela UFJF em 1964 para abrigar a Faculdade de Filosofia e Letras (Fafile). Nas décadas posteriores, o espaço sediou o Colégio de Aplicação João XXIII e, entre 1995 e 2005, o Centro de Estudos Murilo Mendes (CEMM) – embrião do atual Museu de Arte Murilo Mendes –, ao que se seguiu o funcionamento da “Casa de Cultura” – vinculada administrativamente à Faculdade de Serviço Social. Desde 2019, abriga a Escola de Artes Pró-Música e o Museu da Moda Social (MMOS), que ocupa um espaço cedido pelo Pró-Música conhecido como “Casa da Carminha”.
Consolidado como um espaço de referência cultural em Juiz de Fora, o edifício histórico e tombado pelo município conta com salas diversas, que proporcionam a configuração necessária para sediar os cursos oferecidos. Compõem ainda as instalações da Escola um auditório com 80 lugares, os jardins, a “Casa de Vidro” e a “Casa da Carminha”. No prédio adjacente ao casarão funciona a “Casa Helenira Preta”, sob gestão da Faculdade de Serviço Social. Considerada a convivência entre a “Casa Helenira Preta” e a Escola de Artes Pró-Música, ficou estabelecido o uso compartilhado do estacionamento e do auditório vinculado à Escola de Artes Pró-Música, conforme disponibilidade de agenda e aprovação da Administração da Escola.
Outras informações:
Pró-reitoria de Cultura – (32) 2102-3964