Caracterizado pela preocupação em preservar a memória de Juiz de Fora, projeto traz depoimentos que são fonte de pesquisa sobre a história da cidade
Passo à frente na preservação da memória pelo caráter pioneiro de sua iniciativa, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) transforma em livros o depoimento de personalidades que atuaram em prol do engrandecimento da cidade, do estado e do país em diferentes campos de atuação, alguns deles com alcance internacional. Os três primeiros volumes da coleção Diálogos Abertos chegam ao público no dia 18 de dezembro, às 20 horas, em lançamento no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), referendando o compromisso assumido, em 2007, pela Pró-reitoria de Cultura com a nossa História.
Graças ao projeto idealizado pelo pró-reitor José Alberto Pinho Neves e desenvolvido na forma de entrevistas gravadas em som e imagem, a comunidade acadêmica e a sociedade em geral contam agora com publicações que são fonte para pesquisas sobre sua identidade cultural, econômica, política e social ao longo dos séculos XX e XXI. Os livros 1, 2 e 3 trazem o testemunho de Arthur Arcuri, Luiz Ruffato, Rachel Jardim, Sueli Costa e Carlos Bracher; Murílio de Avellar Hingel, Clodesmidt Riani, Edimilson de Almeida Pereira, Mamão e Natálio Luz; Almir de Oliveira, Jorge Couri, Marcos Pimentel, Vera Faria e Wilson Cid, respectivamente.
O pró-reitor de Cultura explica que a nova coleção tem o aval do selo editorial UFJF/MAMM, criado em 2009 para assinalar a contribuição acadêmica e para divulgar a produção do museu, registrando a constância das reflexões ali apresentadas. “Os livros produzidos a partir do projeto Diálogos Abertos estão destinados a bibliotecas públicas e universidades interessadas na compreensão sobre a sucessão de ações e pensamentos a partir dos quais se dá a construção de Juiz de Fora”, esclarece. Ao todo, são 47 registros já efetuados, produtos de uma ação que envolve caráter de continuidade.
Muito além das montanhas
Uma das autoras da primeira obra publicada pelo selo UFJF/MAMM, Ismael Nery e Murilo Mendes: reflexos, indicada ao Jabuti, a pesquisadora Leila Barbosa considera a coleção Diálogos Abertos mais um acerto da ProCult. Ela destaca a importância da preservação da história local, ao analisar que Juiz de Fora tem uma memória valiosa, que precisa ser resguardada e divulgada. “Somos donos de um tesouro cultural que vem de todas as áreas. Longe de ser privilégio de uma classe ou de outra, essa riqueza se faz presente no todo, e esses registros trazem colocações universais, com fatos que reverberam a cidade muito além das montanhas de Minas Gerais”, analisa.
O ator e produtor cultural Marcos Marinho, que teve seu depoimento registrado em junho de 2012, considera o Diálogos Abertos como o principal projeto de preservação memorial de Juiz de Fora nos últimos anos. Segundo ele, com a série de livros que complementa as gravações, começa a ser preenchida a lacuna do grande esvaziamento a que o município parecia submetido no tocante à manutenção de sua história. “Até então, o que ouvíamos é que a cidade havia perdido o fio de sua memória. As entrevistas no MAMM resgatam esse nosso passado e permitem a compreensão de sua evolução”.
Lançamento Diálogos Abertos 1, 2 e 3
Dia 18 de dezembro, terça-feira, às 20h.
Museu de Arte Murilo Mendes – Rua Benjamin Constant, 790 – Centro.
Outras informações: Pró-Reitoria de Cultura: 2102.3964 | Produção MAMM: 3229.7622