Pianista paulista Fabiano de Castro retorna a Juiz de Fora no projeto Musicamamm, no próximo dia 12, às 20h, para apresentar o mais recente disco, Lá do alto do morro
Milton Nascimento, em sua “Paisagem da janela”, contou que do quarto via uma igreja, um muro branco, um voo de pássaro, uma grade, entre outras imagens que lhe serviam a instigantes metáforas. Do alto do Morro do Querosene, no Bairro do Butantã, em São Paulo, o pianista Fabiano de Castro também se rendeu à paisagem em sua criação artística. Convidado para o projeto Musicamamm, do Museu de Arte Murilo Mendes, o artista apresenta, no próximo dia 12, às 20h, o recém-lançado álbum, intitulado Lá do alto do morro, que reproduz, em tom jazzístico, o “clima de cidade do interior no meio da metrópole”. “Moro numa das casas mais altas do Morro e, sentado ao meu piano, posso ver boa parte de São Paulo. Foi inspirado nesta vista que eu organizei, criei, arranjei, ensaiei e produzi este meu segundo trabalho autoral”, relata Castro.
Nascido em São Paulo, o pianista viveu durante décadas em Juiz de Fora, onde lançou, em 2005, seu primeiro disco, Espaço imaginário, elogiado pela crítica especializada norte-americana. Após dez anos morando e estudando em Nova York, Fabiano de Castro retornou à sua cidade natal, São Paulo, e, ao lado do baterista Bruno Iasi e do contrabaixista Igor Pimenta, gravou as onze faixas do trabalho, que, segundo ele, investiga diversas formas de expressão da cultura brasileira. No álbum ainda podem ser ouvidas as participações de Vinícius Dorin (saxofone e flauta), Vitor Alcântara (saxofone e flauta), Jota Barbosa (saxofone e flauta) e Karin Hammar (trombone). “A originalidade alcançada neste projeto se deve à musicalidade e à personalidade de cada um”, aponta Castro. Um dos fundadores do Trio de Jazz Pró-Música, o pianista iniciou seus estudos no Conservatório Estadual Haidée França Americano e por aqui já tocou com nomes de relevância no cenário musical, como Dudu Lima, Joãozinho da Percussão, Hélio Quirino e Big Charles.