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Memorial Itamar Franco recebe visita da Comissão Memória dos Presidentes da República

 

Guardião de um trecho da história da República brasileira, o Memorial da República Presidente Itamar Franco recebeu, no último dia 1º, quarta-feira, a visita da Comissão Memória dos Presidentes da República, que foi instituída em 1991 e, após um hiato, retomou suas atividades, sendo secretariada pelo Chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal do Presidente da República. Compuseram a visita membros da Fundação Biblioteca Nacional, do Arquivo Nacional e do Instituto Brasileiro de Museus, todos acompanhados pela pró-reitora de Cultura da UFJF, Valéria Faria, e pela supervisora do Memorial, Daniella Lisieux.

 

“Todo intercâmbio é importante, e a nossa instituição está aberta às parcerias. A visita da Comissão reafirma nosso interesse na preservação e no crescimento sustentável. Temos um acervo muito grande, diverso e rico, importante para a cidade e para o país”, afirma Valéria Faria. “Garantir a segurança, a conservação e a publicidade do acervo doado por Itamar Franco à UFJF é uma grande responsabilidade. Poder contar com o apoio técnico e a experiência de outras importantes instituições nos dá a segurança de que o Memorial está crescendo em bases sólidas”, concorda Daniella Lisieux.

 

Integrantes da Comissão em visita ao Memorial.

Integrantes da Comissão em visita ao Memorial. (Foto: João Guilherme Santos)

 

Oferta de apoio

 

Ainda durante a manhã, a visita da Comissão foi iniciada por uma reunião, na qual os integrantes conheceram a gestão do Memorial e apresentaram informações sobre o sistema de acervos documentais privados dos presidentes, coordenado pelo órgão de memória. Ao longo da tarde, os visitantes conheceram a exposição permanente da instituição da UFJF, a biblioteca e o arquivo, percorrendo todo o prédio. “A construção é lindíssima. É uma arquitetura que transborda a questão da transparência e convida o público a entrar. As gavetas de memórias são uma experiência incrível. Sabemos que há muito a ser feito, mas com apoio dos órgãos que integramos, e da própria Presidência, tenho certeza de que o Memorial conseguirá trabalhar áreas ainda em desenvolvimento”, avalia o arquivista e historiador Sérgio Lima, assessor da direção geral do Arquivo Nacional.

 

Com a Comissão, Lima já visitou os acervos dos ex-presidentes Michel Temer, em Itu, interior de São Paulo, o Instituto Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista, e acervos do CPDOC.”Não adianta só conservar e preservar, se não disponibilizar”, comenta, apontando os principais aspectos discutidos durante a visita. “Uma das nossas atribuições é fazer essas visitas técnicas aos acervos de ex-presidentes para verificar, saber da organização deles, da condição de tratamento do acervo, e oferecer ajuda. Esse é o legado que a gente deixa”, explica o Chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, Marcelo da Silva Vieira, que atua dentro do Gabinete Pessoal do Presidente da República. “Apesar da escassez financeira que vive o país, que acaba refletindo em todo o serviço público federal, e aqui não seria diferente, nos impressiona a qualidade dos serviços e a capacidade técnica. Estamos prontos para ajudá-los, a fazer uma parceria, com o grande objetivo de preservar a memória presidencial, a história do país”, assegura.

 

A Pró-reitora de Cultura, Valéria Faria, Suely Dias, Alexandre Feitosa e a supervisora do Memorial, Daniella  Lisieux.

A Pró-reitora de Cultura, Valéria Faria, Suely Dias, Alexandre Feitosa e a supervisora do Memorial, Daniella Lisieux. (Foto: João Guilherme Santos)

 

Expografia elogiada

 

Para o coordenador de preservação da Fundação Biblioteca Nacional, o especialista em conservação e restauração Jayme Spinelli, o Memorial encontra-se em excelentes condições. “Fiquei muito bem impressionado, gostei imensamente da forma expositiva, das gavetas. Achei esse sistema de apresentação inédito, fácil de assimilar. A parte museográfica é muito bem elaborada e explorada”, ressalta. Sua colega Suely Dias, coordenador-geral do Centro de Processamento e Preservação da Fundação Biblioteca Nacional concorda: “O Memorial consolida a história de um brasileiro, de um estadista, de um gestor, de um administrador, e transporta isso para uma linguagem fluida e educativa. O Memorial consegue traduzir a dimensão humana de quem foi Itamar Franco.”

 

De acordo com os membros da Comissão, é possível e ideal que o Memorial recorra a fontes públicas de fomento para, de maneira constante, atualizar seus mecanismos de proteção do acervo e implementar novas ferramentas de conservação, além de permitir uma dinâmica ainda maior ao espaço, cujas instalações o inserem num contexto bastante singular no cenário nacional, já que poucos presidentes brasileiros possuem uma instituição do porte da dedicada à memória de Itamar Franco. “O Memorial preserva uma memória que não é só de Juiz de Fora, é de um cidadão ilustre da cidade que tem uma representação no país. É bacana ver um retrato do que a gente foi para podermos olhar aonde a gente pode chegar como país. O espaço é muito interessante e traz não só a memória do Itamar, mas do período em que ele atuou”, analisa Alexandre Feitosa, coordenador-geral de Sistemas de Informação Museal do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

 

A supervisora do Memorial, Daniella Lisieux e os membros da Comissão, Alexandre Feitosa, Marcelo da Silva Vieira, Suely Dias, Jayme Spinelli e Sérgio Lima.

A supervisora do Memorial, Daniella Lisieux e os membros da Comissão, Alexandre Feitosa, Marcelo da Silva Vieira, Suely Dias, Jayme Spinelli e Sérgio Lima. (Foto: João Guilherme Santos)

 

O Memorial

 

A incorporação do acervo histórico-cultural de Itamar Augusto Cautiero Franco foi aprovada pelo Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora (Consu) em 2010.  Para sede do novo espaço cultural da instituição, foi construído o edifício em formas evocativas da arquitetura da década de 1960 – estabelecendo um diálogo arquitetônico com o prédio vizinho do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm). O Memorial ocupa mais de 800 metros quadrados de área construída. O térreo destina-se à memória do ex-presidente, biblioteca, arquivo e espaço reservado a pesquisadores. No pavimento superior encontram-se sala de multimídia e ambiente para exposições temporárias.

 

O Memorial guarda um acervo de 1.700 objetos pessoais, biblioteca com sete mil títulos e correspondências recebidas no exercício da presidência do país. Há painéis artísticos, presentes diplomáticos, comendas e o Fusca azul que simbolizou a retomada da produção do modelo no país, no início da década de 1990, incentivada pelo governo Itamar Franco.

 

 

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