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Mamão e Os Bacharéis do Samba fazem o Som de Domingo na Concha Acústica da UFJF

Apresentação acontece a partir das 10h, na Praça Cívica, no próximo domingo, 13

MAMÃO

 

A manhã de domingo vai ser de muitas atrações no campus da UFJF no próximo dia 13. Além da estreia do projeto Leitura no Campus, a partir das 10h, nas imediações do Centro de Vivência, a Concha Acústica recebe um dos principais nomes da música em Juiz de Fora – Armando Fernandes Aguiar – o Mamão – que sobe ao palco às 10h, acompanhado dos tradicionais Bacharéis do Samba, para a apresentação do projeto Som de Domingo que não foi realizada no final de setembro, em função do mau tempo. O cantor e compositor promete compensar o público pela espera com um show de grandes músicas.

Ao lado dos Bacharéis, Mamão irá relembrar grandes sucessos brasileiros e fazer um breve resgate da MPB, tocando Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Paulinho da Viola, além de músicas do próprio compositor e de compositores que deixaram suas marcas no cenário do samba local, como João Cardoso, Ernani Ciuffo e Djalma de Carvalho. A parceria entre Mamão e os Bacharéis já dura mais de 10 anos e promete levar ao público do Som de Domingo uma boa dose de animação e alegria.

Para o Pró-reitor de Cultura, Gerson Guedes, Mamão conseguiu extrapolar os limites da cidade com seu samba. Sobre o projeto, diz que o Som de Domingo visa a disseminar a regionalização da música e é um espaço para a divulgação de talentos, além de proporcionar o acesso à cultura. Na edição anterior, foram dispostas tendas a fim de minimizar o efeito do sol. Para este domingo, também serão disponibilizadas tendas próximas à Concha Acústica, para o caso de chover.

Samba na veia

Lá se vão “40 e poucos” anos de casamento de Mamão com a música – mais de 200 composições e um sucesso consagrado na voz de Clara Nunes. Para Mamão, tudo começou muito cedo, e o gosto pelo samba veio do berço. Seu pai foi vice-presidente da Escola de Samba Feliz Lembrança, e desde menino o músico se viu no caminho do samba. Aos 14 ou 15 anos, se rendeu e começou no “samba de botequim”. Nessa época, o compositor começou a ter contato com escritores do Nume (Núcleo Mineiro de Escritores), como o historiador Dormevilly Nóbrega e o jornalista José Carlos de Lery Guimarães e outros, que o inspiraram a compor. Ele diz que a maestria com que eles escolhiam cada palavra para compor versos e trovas fez que percebesse a importância de escrever uma letra bem construída.

Foi assim que Mamão compôs seu mais famoso samba – eternizado pela voz de Clara Nunes. Mais tarde, também foi interpretado por Alcione, Zeca Baleiro e regravado por mais de 40 cantores, no Brasil e no exterior. Tristeza pé no chão foi criada para disputar festival: “Essa música foi feita especificamente para o festival, então quem examinar essa letra, vai perceber que é uma letra inteligente, interessante, pois era uma música para competir”.

Naquele ano (1972), o coordenador responsável pelo festival de música no Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora, era Júlio Hungria, jornalista do Jornal do Brasil e envolvido com a música. Foi ele quem levou a fita cassete com a gravação para apresentar aos cantores no Rio de Janeiro. Mamão conta que pediu a Júlio que apresentasse seu samba a Elizete Cardoso, Clara Nunes ou Elza Soares, e que se nenhuma delas quisesse interpretar sua letra, ele desistiria de participar.

E foi na voz de Clara Nunes que Mamão conquistou o primeiro lugar do V Festival de Música Popular Brasileira de Juiz de Fora, naquele mesmo ano. O compositor conta que a princípio, Clara hesitou vir à cidade defender sua letra, mas que tudo correu naturalmente, e ele enfim a conheceu e juntos conquistaram o festival. No ano seguinte, a música entrou para seu repertório e ganhou a faixa um, do lado A de seu LP, que veio a vender mais de 100 mil cópias. “Eles estavam investindo muito na carreira de Clara e foi assim, elas foram crescendo, juntas”, relembra Mamão.

Tradição

As rodas de samba com os amigos nos botequins eram frequentes. “Foi ali que compus muitos de meus sambas, era dali que surgia a inspiração”, conta o compositor. Influenciado por cantores como Ataulfo Alves, Cartola, Nelson Cavaquinho, Ari Barroso, Mamão gravou quatro CD’s: Mamão com Açúcar, Pedacinhos de Mamão, Mamão cristalizado e Bloco do Beco – trinta anos de folia.

Mamão fez parte dos tempos áureos do carnaval de rua da cidade.  Com o passar dos anos, vendo definhar a tradição da festa, decidiu incentivar a folia nas ruas de Juiz de Fora fundando o Bloco do Beco com os amigos que se reuniam sempre nos barzinhos para falar de música e jogar conversa fora. “No primeiro ano, saíram uma meia-dúzia de pessoas; no segundo, uma dúzia; 10, 20, 30, e foi subindo, e o bloco está aí há 40 anos ininterruptos e continua…”, diz.  O bloco se reúne para sair à rua no período carnavalesco, mas a amizade prevalece por todos os meses no decorrer de todos esses anos. “E no fim das contas, é isso que a gente leva, a amizade”, finaliza.

O Som de Domingo conta com o apoio da Secretaria de Comunicação (Secom) da UFJF, e da Prefeitura Municipal, através da Fundação Antônio Ferreira Lage (Funalfa) e da Cesama,

Som de Domingo – Mamão e Os Bacharéis do Samba

Dia 13 de outubro, às 10h, na Praça Cívica da UFJF

Entrada franca.

Mais informações

Pró-reitoria de Cultura: 032 – 2102-3964 (assessoria) ou cultura.ufjf@gmail.com