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Por uma arte que transforma

MAMM recebe, no próximo dia 25, às 19h, a educadora Telma Mosken, da Pinacoteca do Estado de São Paulo, referência em ação educativa no país

 

Criado em 2002, o Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca do Estado de São Paulo mantém um site cujo nome já revela a principal meta do grupo de educadores: o museu para todos. Segundo o site do núcleo, os trabalhos desenvolvidos por eles se alicerçam na crença de que a arte é capaz de gerar engajamento e transformações sociais, emocionais e intelectuais positivas. Para Telma Mosken, supervisora do núcleo, existe uma grande preocupação do museu em servir ao cotidiano das pessoas. “Podemos atender, diariamente, a cerca de 500 pessoas em visitas agendadas”, numera, revelando que as agendas permanecem, constantemente, cheias. A fim de contar sobre o processo de trabalho do núcleo e debater a educação em museus brasileiros, Telma é a próxima convidada do projeto Educadores de museus brasileiros no Museu de Arte Murilo Mendes, que acontece na próxima terça-feira, às 19h.

Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Paulista, Telma Mosken descobriu, antes mesmo de se formar, sua atração pelo universo artístico. Então, especializou-se em Museologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo e em Lazer e Animação Sociocultural, pelo SENAC, além de ter concluído o mestrado em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa. Educadora desde 2001 na Pinacoteca, integrou a implantação do grupo de trabalho que hoje é referência nacional na área. “Nossos roteiros de visita não são preestabelecidos. As visitas acontecem a partir do diálogo com os alunos e com os professores”, explica, apontando para a frequente preocupação em renovar os próprios procedimentos. “Periodicamente avaliamos nosso trabalho, para que, assim, tenhamos um retorno e uma possibilidade de mudança”, pontua.

Fundado em 1905, o museu é o mais antigo da cidade e está instalado no antigo edifício do Liceu de Artes e Ofícios, projetado no final do século XIX pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, que sofreu uma ampla reforma com projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha no final da década de 1990. Com um rico acervo bibliográfico, arquivístico e artístico, mantém uma das maiores coleções de obras de arte que vão do século XIX até a contemporaneidade. Localizada no centro de São Paulo, a Pinacoteca desenvolve diversificados programas educativos, desde formação de professores até a consciência dos próprios funcionários que atuam no espaço, passando por programas de inclusão sociocultural e inclusão de pessoas especiais. “Atualmente nosso público é bastante diversificado. O educativo contribuiu para isso”, avalia, citando que antigamente havia um público muito mais elitizado.

Atenta às transformações pelas quais a sociedade passa, a Pinacoteca já ampliou seu horário de visitação e, semanalmente, fica aberta até as 22 horas. Além disso, o museu se abriu às pessoas com deficiência. “Temos um programa para públicos especiais, com maquetes táteis, capacitação para educadores, galeria tátil com esculturas originais, além de contarmos em nossa equipe com uma profissional surda”, explica Telma, que irá trazer a Juiz de Fora os materiais que utiliza no trabalho.