Carlos Fernando Cunha apresenta seus sambas no próximo dia 28, às 20h, no projeto Musicamamm
O mesmo caminho que serviu a Carlos Fernando Cunha como rota entre o trabalho e a casa o inspirou para a criação de seu primeiro CD. A BR-040, que liga Juiz de Fora ao Rio de Janeiro, também é metáfora para os gostos do compositor e músico. Integrante da cena musical do samba local, Carlos Fernando apresenta-se na próxima quinta-feira, dia 28, às 20h, no projeto Musicamamm, do Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM). Priorizando o repertório do disco Zeroquarenta, lançado no fim do ano passado, o cantor pretende mostrar o suingue que formou, na década de 1930, o juiz-forano Geraldo Pereira para a efervescente Lapa carioca, e que ainda prevalece na nova geração. “Juiz de fora tem uma tradição histórica de ligação com o Rio. Daí a nossa aptidão para o samba”, comenta.
No repertório do show, além de dez faixas de Zeroquarenta, Carlos Fernando Cunha irá cantar “Travessia”, de Milton Nascimento. Versos como “solto a voz na estrada”, segundo o músico, ajudam a contar a “história de amor” que o fez optar por Juiz de Fora como sua casa. Da mesma forma, “O que é bonito?”, de Lenine, foi incorporado ao espetáculo reforçando o tom biográfico das canções do sambista. Entre toada, samba-enredo, samba-canção, partido alto, tambor mineiro, o disco mescla ritmos para contar a trajetória de Carlos Fernando. “O CD trata um pouco dessas minhas andanças pela BR-040”, resume, adiantando a participação especial do pianista André Pires na canção “A moça e o cello”, finalista no Prêmio Ary Barroso.
Sobre o músico
Carioca de nascimento, Carlos Fernando Cunha começou a dar os primeiros passos na música quando, em 1990, integrou o Núcleo de Folclore e Cultura Popular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ainda no Rio de Janeiro, formou seu primeiro grupo de samba, Epistemologia do Ritmo, que chegou a se apresentar em algumas casas da Lapa. Em 2001, transferiu-se para Juiz de Fora, a fim de lecionar na Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID), no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e no bacharelado em Música. No ano seguinte, entrou para o Coral da UFJF, introduzindo-se, por definitivo, na cena musical da cidade. Entre 2006 e 2008, com o objetivo de se profissionalizar, incorporando a técnica vocal à sua prática, cursou Canto na Bituca – Universidade de Música Popular. No ano de 2009, concebeu o projeto Martinho José Ferreira – 70 anos de brasilidade, uma homenagem a Martinho da Vila realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. O primeiro disco do cantor, Zeroquarenta, contou com a participação de músicos cariocas, como a cantora Ana Costa, o soprista Dirceu Leite e o violonista Carlinhos Sete Cordas, e foi produzido por ele, André Pires e Roger Resende.