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Décadas explosivas

MAMM inaugura exposição sobre a arte brasileira nos anos 60 e 70, no próximo dia 8, às 20h


“As décadas de 1960 e 1970 são anos de afirmação da arte nacional, iniciada nos anos 1950 com os movimentos concreto e neoconcreto”, sentencia Ricardo Cristofaro, diretor do Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF. Nesse momento de efervescência política, a arte respondeu com movimentos e estilos diversos.  Na tentativa de reuni-los, a exposição Anos 60/70 Arte Brasileira traz ao Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) os trabalhos de alguns artistas de grande relevância neste período. A Galeria Convergência abriga essas obras a partir de 8 de março, dia em que acontecerá a abertura da exposição, às 20h.

A mostra passeia pela pop art que, em sua vertente brasileira, driblava a censura e foi batizada de Nova Figuração. Atenta às questões futuristas, a optical art (op art) também provocava os olhares com seus movimentos fictícios. Obras desta natureza também poderão ser vistas no MAMM. O regionalismo marca presença com a xilogravura, rústica e permeada de fantasia, exaltando a cultura popular.

Em Arte Brasileira Contemporânea, Roberto Pontual destaca os anos entre 1964 e 1967 como um “período vital para as artes visuais brasileiras”. Este intervalo se caracteriza pela retomada do aspecto figurativo nos trabalhos dos artistas brasileiros. Mais tarde, na segunda parte dos anos 1960, os espaços alternativos de arte começam a sediar exposições e performances artísticas.

Na década seguinte, a ditadura puxava as rédeas dos que ainda resistiam em obedecer às regras. Roberto Pontual diz que na década de 1970 o enfoque se transferiu da criação para a mercantilização, do valor estético para o valor patrimonial. Para o diretor do IAD, Ricardo Cristofaro, foi nesta época que a questão gráfica entrou em voga e, além disso, os movimentos artísticos se diluíram: “Não vejo a mesma força de movimentos artísticos nas duas décadas. Nos anos 1970, os movimentos que surgiam não eram tão coesos como nos anos 1960, quando os artistas escreviam e fundamentavam suas obras”.

O aspecto crítico das obras de arte não se prendeu ao caráter nacionalista, decorrendo mais de influências internas do que de iniciativas de ruptura de sua época. Gilvan Samico, José Alberto Nemer, Márcio Sampaio, Almir Mavignier, Mario Coelho Benjamim e Ascânio MMM são alguns dos artistas que poderão ser vistos no MAMM.

Arte brasileira: anos 60/70

 

Abertura dia 8 de março, às 20h.

Visitação até 29 de abril, de terça a sexta, das 10 às 18h, e aos sábados e domingos, das 13 às 18h.

 

Entrada franca

Museu de Arte Murilo Mendes – Rua Benjamin Constant, 790 – Centro.

Outras informações:

Pró-Reitoria de Cultura: 3229.3964

MAMM: 3229.7622