A pandemia da Covid-19, declarada oficialmente pela OMS em março de 2020, traz atualmente uma série de questões relativas a medidas de controle e contenção de epidemias locais. Essas medidas têm papel fundamental nas tomadas de decisões de gestores e administradores, após mais de um ano de atividades suspensas, com campanhas de imunização em curso.
No caso da UFJF, resoluções têm sido discutidas quanto ao retorno de atividades, a possibilidade de atividades híbridas, ao funcionamento de setores administrativos, entre outras. As discussões e decisões são tomadas baseadas no cenário epidemiológico do município, bem como na literatura científica disponível, mas sem a possibilidade de se entender de forma mais fidedigna como seriam estes retornos, ou quais os impactos na saúde da comunidade UFJF. Cabe então a seguinte questão: como retornar a algumas atividades com maior segurança?
Esta plataforma, desenvolvida por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC) da UFJF, e o Programa de Pós-Graduação em Saúde (PPGS) da UFJF traz um ambiente computacional, de arquitetura pervasiva, onde há a possibilidade de se simular, em tempo real, como o campus da UFJF funcionaria em um dia normal, sem qualquer restrição. Além disso, contabiliza discentes, docentes, TAEs, áreas de maiores concentrações, apresenta uma dinâmica de mobilidade destes atores entre as diferentes os diferentes locais da universidade, e contabiliza o transporte público, com horários de pico, por exemplo.
A partir desta base, que seria o dia a dia da UFJF, é possível que sejam feitas intervenções nestes atores, como por exemplo incluir pessoas infectadas pelo SarsCov-2, e simular, a partir de dados da literatura e/ou observados, como ocorreria o espalhamento do vírus pelo campus, considerando os contatos destes atores infectados, sua mobilidade e situação quanto ao desenvolvimento ou não da Covid-19, com seus níveis de gravidade, chegando inclusive ao óbito.
Ainda sobre este cenário, é possível que se entenda como intervenções como suspensão de atividades presenciais, distanciamento social em determinadas unidades, uso de máscaras e imunização, seja por vacinação, seja por contaminação prévia, pode afetar esta dinâmica de contaminação.
Todas as simulações foram realizadas no supercomputador NEC-Sx Aurora Tsubasa no Japão. As primeiras simulações apresentadas nesta plataforma são bastante simples, utilizando-se apenas parametrizações baseadas nos contatos entre atores e medidas de restrição de atividades presenciais e distanciamento social. Foram escolhidos 4 cenários, sendo um deles sem qualquer intervenção, onde é possível que se entenda como seriam os resultados desta microepidemia, contabilizando novos casos, internações e óbitos.
A ideia é avançar na sofisticação das simulações, implementando modelos matemáticos e estocásticos em unidades acadêmicas, de pesquisa, convivência e administrativas, e integrar estes modelos de unidades à dinâmica proporcionada pelo ambiente de simulação. Os micromodelos também terão grande apelo para auxílio na tomada de decisões, como por exemplo a possibilidade de se simular a reabertura de um espaço essencial de convívio como o Restaurante Universitário, Bibliotecas, laboratórios e salas de aula. Qual o percentual de vacinados seria seguro para a reabertura do RU? Qual o distanciamento e capacidade máxima seriam os mais seguros nestes ambientes? Este ambiente permitirá, muito em breve, que as respostas a estas questões tenham algum embasamento científico, voltado para a realidade local.
O site com os resultados podem ser encontrados em:
http://200.17.70.211:10081/simulacoes/sobre (abre em nova janela)