2017relatorioA gestão “Reconstruir a UFJF” assumiu a Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em abril de 2016. Um dos principais compromissos de campanha, à época, era de oferecer transparência às atividades desenvolvidas pela Administração Superior, tornando possível a participação da comunidade acadêmica nas tomadas de decisão que envolvem a Universidade. Esta série de reportagens apresenta um balanço do que foi realizado em 2017 e as perspectivas para o próximo ano, a partir das informações e ações das pró-reitorias e diretorias de gestão acadêmica. Nesta quinta matéria, destaque para o trabalho da Diretoria de Inovação.

Passo importante no processo de atualização do conteúdo científico produzido dentro da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Diretoria de Inovação foi constituída para integrar, no mesmo espaço institucional, o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), as empresas juniores e as ações dirigidas à implantação do Parque Tecnológico de Juiz de Fora.

Segundo o diretor de Inovação da UFJF, Ignacio Delgado, este ano pode ser considerado produtivo para as estratégias da Administração Superior voltadas para este setor. “Embora a Universidade ainda esteja muito aquém de suas possibilidades no desenvolvimento de atividades ligadas à inovação e ao empreendedorismo, no ano de 2017 há indicadores expressivos de crescimento”, afirma.

Patentes
No que tange à proteção ao conhecimento, foram depositadas 13 patentes de invenção; em 2016, foram efetuados sete depósitos. Nos anos 2009, 2011 e 2013 foram efetivados 14 depósitos. Os números são fruto da presença do Programa de Incentivo à Inovação (PII) – iniciativa do Governo Estadual e do Sebrae Minas, na qual a UFJF atuou como parceira, aportando recursos para pesquisadores. “Em 2017 não houve nada parecido, o que sugere ser o crescimento verificado uma expressão da ampliação do interesse com a atividade inventiva, sem conexão com a presença de incentivos financeiros”, argumenta Delgado.

No setor de transferência de tecnologia, foram efetuados 156 atendimentos (em 2016, foram 83), resultando na formalização de 13 projetos de colaboração com empresas e inventores independentes, com mais seis ainda em apreciação na Procuradoria; em 2016, foram iniciados nove projetos. Foi efetuado, ainda, um licenciamento de tecnologia.

Cinco empresas se graduaram em 2017 e, durante o ano, 131 pessoas participaram de três edições do Programa de Formação Empreendedora, que opera como uma etapa de pré-incubação, atraindo pesquisadores e estudantes da UFJF, além de pessoas da comunidade. “Depois de retomado o lançamento do Edital de Incubação em 2016, a Incubadora de Base Tecnológica (IBT) se intensificou e, hoje, temos oito empresas incubadas no Critt”, comemora o diretor.

Condomínio de empresas permitirá interação de empresas mais maduras com as incubadas e compartilhamento de experiências (Imagem: Divulgação/Critt)

Condomínio de empresas permitirá interação de empresas mais maduras com as incubadas e compartilhamento de experiências (Imagem: Divulgação/Critt)

Pelo Programa, foram selecionados 14 projetos para a etapa de assessoria, destinada à construção do plano de negócios; oito foram finalizados e cinco ainda estão em andamento. “Além disso, a IBT desenvolveu duas edições, no Critt, do Laboratório de Ideação e Modelagem de Negócios, com 38 participantes. Por fim, acabou de lançar o edital do Condomínio de Empresas, que permitirá a interação de empresas mais maduras com as incubadas, num ambiente de compartilhamento de experiências que favorece o aperfeiçoamento contínuo do processo de incubação”, informa o professor.

Segundo Delgado, a previsão é de que, em 2018, as atividades de treinamento sejam retomadas de forma mais efetiva, com a regulamentação da Pós-graduação Lato Sensu na UFJF. “Isso abre espaço para que o Critt ofereça cursos de aperfeiçoamento. Este era um gargalo importante para que tal atividade, prevista no escopo das ações regulares do Centro, seja retomada de forma mais sistemática e ampla”.

Ainda assim, além das edições do Programa de Formação Empreendedora da IBT, a Diretoria de Inovação ofereceu, nos meses de maio e outubro, duas edições da “Semana Qualifique-se”, com participação dos colaboradores do Critt, que promoveram cursos de capacitação envolvendo mais de 400 pessoas da UFJF.

“O crescimento dos indicadores nas atividades regulares do Critt – proteção ao conhecimento, transferência de tecnologia, incubação de empresas e treinamento – foi resultado do trabalho intenso de seus colaboradores, envolvidos em ações de sensibilização de pesquisadores e estudantes, em diversas unidades da UFJF, além da participação em eventos promovidos por diferentes entidades”, pondera.

Eventos centrais
Em agosto, a Diretoria de Inovação, no âmbito do Grupo de Trabalho Desenvolvimento e Inovação na Mata Mineira (GDI-Mata), promoveu a primeira edição da Conferência de Inovação e Desenvolvimento na Mata Mineira (Conide), um projeto que objetivou convergir, num mesmo espaço, diversas visões sobre desenvolvimento econômico e social, promovendo o debate sobre essas perspectivas e sua aplicação na realidade regional.

A Diretoria também apoiou, em outubro, a realização do VII Fórum de Desenvolvimento de Juiz de Fora, Zona da Mata e Vertentes, promovido pela Agência de Desenvolvimento de Juiz de Fora e Região (ADJFR). A iniciativa buscou promover um avanço socioeconômico para a região e gerar ideias e debates sobre o desenvolvimento sustentável.

A instituição esteve presente ainda no Integração Negócios – Os desafios do Crescimento”, promovido pelo Sebrae Minas, no qual dispôs de estandes, além de efetuar apresentações, com diferentes colaboradores do Critt. O evento teve como objetivos promover a integração entre os diversos ecossistemas empreendedores de Juiz de Fora e região e o relacionamento entre profissionais e empresários, para gerar novos negócios”.

Outros eventos apoiados pela Diretoria de Inovação, com divulgação das ações da UFJF nas áreas de empreendedorismo e inovação, foram o “Outliers – Pensamentos e ações ‘Foras de série”, realizado em setembro, e o “Empreenda em Ação”, etapa de Juiz de Fora – em sua edição estadual, promovida na Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit), o aplicativo digital Scanner Bovino, desenvolvido por dois estudantes e um professor da Faculdade de Engenharia da Universidade, ficou em primeiro lugar.

“Além disso, foi garantida a participação de estudantes da UFJF, apresentando artefatos e produtos de viés inovador na Arena Experience, na Finit. No evento, iniciativas do Critt foram também apresentadas, como uma versão simplificada do Laboratório de Ideação e Modelagem de Negócios da IBT”, acrescenta Delgado.

Em outubro, a Universidade ainda recebeu membros do agronegócio e de Tecnologia da Informação para uma rodada de apresentação do projeto “Ideas for Milk”. O “Desafio de Startups” proposto pela Embrapa Gado de Leite ofereceu prêmio de R$ 20 mil aos vencedores. Um aplicativo inovador para identificação de rebanhos, desenvolvido por estudantes da UFJF, foi um dos dez finalistas do concurso.

Por fim, a área de inovação da UFJF participou, pela primeira vez de modo formal, da II Semana de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade, viabilizando a apresentação de tecnologias geradas na Instituição; atividades das equipes de competição e das empresas juniores; serviços oferecidos pelo Critt; além de um quiz sobre inovação e empreendedorismo; e mais uma edição sucinta do Laboratório de Ideação e Modelagem de Negócios da IBT. “Para 2018, vamos buscar ampliar a participação da área de inovação e acentuar o seu alcance”, projeta o diretor.

Grupos e programas

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Critt intensificou participação em redes estaduais e nacionais de pesquisa e inovação (Imagem: Visualhunt)

Além do envolvimento na promoção, apoio e participação em eventos realizados na cidade, o Critt intensificou sua participação em redes estaduais e nacionais de pesquisa e inovação, a Rede Mineira de Inovação, a Sociedade Brasileira Pró Inovação Tecnológica (Protec), a Rede Mineira de Propriedade Intelectual (RMPI) e o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), dentre outros.

Tal participação resultou na indicação da UFJF como sede das reuniões anuais da RMI e RMPI ao final de 2018. Já em fevereiro do próximo ano, a Universidade sediará a reunião da etapa da Zona da Mata e Vertentes do Programa Alianças Estratégicas, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do estado de Minas Gerais. O evento reunirá representantes da Secretaria, prefeituras, instituições de ensino e pesquisa, e entidades da sociedade civil das duas regiões, para definir eixos estratégicos do desenvolvimento que serão convertidos em projetos apoiados pelo Governo do Estado e agências de fomento.

A Diretoria de Inovação apoiou, ainda, a participação de professores da UFJF em programas como o Inova-Pró. O projeto do Governo de Minas seleciona projetos de startups em desenvolvimento por alunos e professores de mestrado e doutorado de instituições públicas de ensino superior sediadas em Minas Gerais, com previsão de bolsas para alunos de mestrado, doutorado, pós-doutorado e pesquisadores.

 Outro programa apoiado pela Diretoria é o Inovatec, que visa promover a melhoria contínua da produtividade das empresas por meio da participação de estudantes de graduação em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação de interesse do setor empresarial, em parceria com instituições de ensino superior.

“Estamos, ainda, à espera da liberação de recursos do programa Empreenda!, um fomento à cultura empreendedora na UFJF, no qual a Universidade foi selecionada, e do projeto Laboratório de Ideação e de Prototipagem para apoio à geração e consolidação de negócios inovadores, já aprovado”, acrescenta Delgado.

Ciência e Tecnologia
No âmbito do GDI-Mata, várias ações estratégicas estão em curso, com participação da Diretoria de Inovação e do setor de Transferência de Tecnologia do Critt, como a formatação do projeto de Eficiência Energética para o setor de serviços de Juiz de Fora, as ações para construção de um Centro de Pesquisas Clínicas na UFJF, e a definição de um Roteiro Turístico da Mata Mineira.

Segundo o diretor de Inovação, dentre as medidas para implantação do Parque Tecnológico da UFJF, tudo o que cabia à Universidade foi encaminhado: ações de licenciamento ambiental; medidas para modularização do projeto de infraestrutura, de modo a compatibilizá-lo com o os recursos do empenho de 2012, do Ministério da Educação (MEC), previstos para a obra de infraestrutura; e encaminhamento de solicitação ao MEC para utilização desses recursos, conforme orientação da Controladoria Geral da União (CGU).

Conforme diz Delgado, “cabe ao MEC responder a essa solicitação. Se a resposta for positiva, a UFJF poderá fazer a revisão do projeto de infraestrutura e lançar o edital das obras, bem como utilizar, adiante, recursos da Financiadora de Recursos e Projetos (Finep), já liberados, para as obras de edificação da sede administrativa do Parque”.

No que se refere à regulamentação, na UFJF, da Lei 13.243/2016 (Novo Marco Legal da Ciência e Tecnologia), foi elaborada, por uma comissão constituída por professores indicados pelo Conselho Setorial de Pós-Graduação e Pesquisa (CSPP) e por colaboradores do Critt, uma minuta para orientar o debate. “Esse não foi desencadeado amplamente, ainda, porque o Governo Federal não divulgou o decreto regulamentador da Lei. De todo modo, estão em elaboração dispositivos normativos para garantir, já em 2018, que na UFJF seja facilitada a interação entre a Universidade e o universo empresarial. Nossa expectativa é poder apresentá-los no início do ano que vem”, explica.

À Diretoria de Inovação também cabe supervisionar as ações da UFJF dirigidas às empresas juniores e equipes de competição. Além do apoio recorrente à participação em eventos, em 2017 foi criada a bolsa de mobilidade internacional para empreendedorismo estudantil, instituída, em agosto, pelo Conselho de Graduação, que regulamenta a participação das equipes de competição na UFJF. De acordo com Ignacio Delgado, encontra-se em elaboração a proposta de regulamentação das empresas juniores na Universidade. “Um clima de intensa colaboração mútua tem marcado a interação da Diretoria de Inovação com as empresas e equipes. Em 2018, ele vai se intensificar, com a definição de uma programação mais sistemática de ações comuns”.

Consolidação
Uma das iniciativas mais importantes projetadas para 2018, segundo o Diretor, será a efetivação plena do Programa Desafios de Inovação na UFJF. Dirigido a estudantes e professores, ele pretende criar um ambiente de emulação que favoreça a intensificação de ações vinculadas à inovação e empreendedorismo. Em outubro de 2017, o Desafio de Mercado para as Inovações Tecnológicas (Desafio MIT) foi proposto, por iniciativa do Setor de Transferência de Tecnologia do Critt.

“Por razões diversas, foram adiados para 2018 o Desafio Biomassa; o Empreenda; parceria com o Sebrae para as áreas de energia, Tecnologias da Informação, farmacêuticos e saúde; o Startup UFJF, parceria com o CGCO para desenvolvimento de funcionalidades associadas à operação do Siga; e o Desafio GDI, para desenvolvimento de aparatos que favoreçam a intensificação da colaboração entre empresas e pesquisadores. A preparação de condições para o lançamento de todos esses desafios em 2018 estão bem avançadas e esperamos fazê-lo até março”, pondera.

Reestruturação
A Diretoria de Inovação está buscando, ainda, recursos para viabilizar as obras de infraestrutura no Critt, para melhor atender aos que o procuram, bem como a obra do Coworking-Critt, “espaço fundamental para o encaminhamento dos desafios indicados e de outras ações de estímulo à inovação e ao empreendedorismo”.

Internamente, está prevista a realização do planejamento estratégico do Critt, para aperfeiçoamento de sua estrutura, definição de metas e organização das atividades previstas para 2018 e adiante. Está em curso, ainda, a organização de um arranjo que permita a presença do Centro no campus avançado de Governador Valadares.

Inovação e Empreendedorismo

Ignácio Delgado - diretor de Inovação 1 Foto Twin Alvarenga

Diretor de Inovação, Ignácio Delgado, enfatiza que é crucial reverter o quadro de declínio da região a partir do aproveitamento das potencialidades presentes na UFJF e do incentivo à inovação (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

O propósito básico da Diretoria de Inovação é criar condições para a intensificação das iniciativas vinculadas à inovação e ao empreendedorismo na UFJF, conectando-as cada vez mais a parceiros externos. “Fazem parte do ambiente a ser construído para esse fim o Coworking-Critt – espaço para compartilhamento e colaboração para a atividade inventiva, especialmente dirigido aos estudantes -; as ações da IBT; a colaboração com a Fadepe e Embrapa; o Parque Tecnológico”, afirma o professor.

“Adicionalmente, o estímulo à intensificação dos depósitos e da qualidade de patentes e de outras formas de proteção ao conhecimento, a acentuação do número de projetos de transferência de tecnologia e a articulação com parceiros externos, para formulação e encaminhamento de projetos estratégicos, miram não só a melhora dos indicadores de inovação, mas também favorecer a elevação da competitividade da economia regional e a captação de recursos para a UFJF”, acrescenta.

Para o diretor, o Brasil possui forte presença na ciência produzida no mundo, mas baixo desempenho inovador. “É preciso corrigir essa dissintonia, para favorecer o desenvolvimento de inovação endógena, sem o que ficamos condenados à subalternidade na economia global. O caminho é, cada vez mais, aproximar a pesquisa acadêmica do universo empresarial”.

Ignacio Delgado finaliza, argumentando que, para a Zona da Mata Mineira, por força da forte concorrência que a produção local já estabelecida sofre com a proximidade de outros centros –  seja através da transferência de tecnologia, seja através da geração de startups – é crucial para reverter o quadro de declínio relativo em que se encontra, o aproveitamento das potencialidades presentes na Universidade e o incremento da competitividade das empresas através da inovação. “É preciso enfrentar esse desafio para que a UFJF possa cumprir plenamente seu papel na região que a abriga”.

Outras informações:
(32) 2102-3435 – Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFJF

 

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