Mais de 60 estudantes de graduação, pós-graduação e professores da Faculdade de Comunicação (Facom), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foram aprovados para a apresentação de trabalhos no maior evento de Comunicação da América Latina, o Congresso Nacional da Intercom – organizado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Nesta edição, a coordenadora do curso de Jornalismo, Iluska Coutinho, retorna ao cargo de diretora científica da organização.
“Como a UFJF, que se dedica a espalhar a luz do conhecimento, a Intercom como sociedade científica também está comprometida com a formação de pesquisadores. Além disso, a diretoria que toma posse em 7 de setembro, durante o Congresso, enxerga a entidade como um espaço de reflexão e de ações que permitam a descoberta de formas de transformar o mundo em um mundo menos desigual, também a partir da Comunicação”, aborda Iluska.
Neste ano, o Congresso foi dividido em duas etapas, sendo uma remota, que ocorre entre os dias 29 e 31 de agosto, e a outra presencial, de 5 a 8 de setembro, na Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC Minas), em Belo Horizonte.
A etapa presencial tem mais de 40 trabalhos da comunidade acadêmica da Facom, que serão apresentados em grupos de pesquisa (GPs), como: Comunicação e Educação; Comunicação Música e Entretenimento; Ficção Televisiva Seriada; Fotografia; e Telejornalismo, entre outros.
Atividades remotas
As atividades remotas também contemplam muitos membros da comunidade acadêmica da Facom, que participam do evento com mais de 20 trabalhos, entre eles a pesquisa “Humor de qualidade e Globoplay: análise televisiva de Além da Ilha”, da doutoranda em Comunicação, Larissa Nascimento Lopes de Oliveira, em parceria com outros três estudantes.
Larissa aborda que o foco principal da pesquisa é entender como o humor de qualidade é pensado nas comédias seriadas originais Globoplay. “Partimos da hipótese que a Globo observa no Globoplay uma forma de continuar produzindo comédias”. Além disso, comenta que no mundo da ficção seriada, eles discutem também sobre séries tailandesas, chinesas, francesas, coreanas, japonesas, anglófonas e brasileiras, entre outras tantas.
Orgulho
De acordo com a diretora da Facom, Erika Savernini, as aprovações são reflexos dos trabalhos acadêmicos realizados diariamente pela Faculdade, como as disciplinas, os projetos, os espaços de discussão e os laboratórios. “É um orgulho para a Facom ser representada pelos alunos e alunas dos cursos de graduação e pós-graduação.”
Para a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom), Cláudia Thomé, “os trabalhos apresentam alto nível de qualidade. Acredito que esse número de aprovações reflete o trabalho sério realizado em pesquisa, feito por esses docentes e discentes do programa”. Ela ressalta que essa participação “impactará nas pesquisas, em função das discussões no Congresso, das trocas e das possibilidades de parcerias nos grupos de pesquisa da Intercom”.
Iluska também aborda a importância da participação. “A apresentação das pesquisas em um evento científico como o Intercom tem impacto social relevante, na medida em que permite a popularização do conhecimento produzido, parte de nossa prestação de contas à sociedade pelo investimento que faz em uma universidade pública, gratuita e socialmente referenciada.”
Troca de conhecimento
Fundada há cerca de 46 anos em São Paulo, o Intercom apresenta como intuito a troca de conhecimento entre pesquisadores e profissionais da comunicação que atuam no mercado de trabalho. São realizados encontros periódicos e simpósios com o objetivo de gerar troca de experiências entre os participantes.
Entre as atividades, o evento organiza o Intercom Júnior, destinado aos estudantes de graduação em comunicação ou recém-graduados. O espaço oportuniza aos estudantes apresentarem seus projetos de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso (TCCs), discussões teóricos práticas e artigos finais de disciplinas cursadas durante a graduação, com a intenção de aguçar a atividade em pesquisa e fomentar o conhecimento.
Na etapa presencial mais de dez trabalhos de estudantes da graduação foram aprovados, entre eles, o do estudante Gabriel Bhering, com orientação da professora Iluska Coutinho, de tema “O livro-reportagem em expansão para múltiplas telas: uma análise da série Rota 66”. O aluno comenta que a preparação para a escrita da pesquisa se deu no decorrer de dois períodos da faculdade de Jornalismo, totalizando um ano de estudo e que a Facom foi fundamental para realização deste artigo.
Futuro dos pesquisadores
Para Bhering, participar do Intercom representa algo único, principalmente pelo fato de conseguir levar a sua pesquisa de conclusão de curso para além da UFJF. “Apresentar no Intercom Jr. Nacional é uma oportunidade única, pois é um congresso muito reconhecido no campo da Comunicação. Estou bem empolgado para apresentar uma síntese da minha monografia, mas também para conhecer outros estudos e aprender sobre diferentes temas nas palestras e atividades que venham a ser desenvolvidas por lá.”
Já para Larissa, a expectativa para o momento não é diferente. “É bom poder compartilhar nossas pesquisas com os demais pesquisadores do país e ver que o trabalho realizado tem sido apreciado e valorizado. Espero contribuir de alguma forma para o cenário brasileiro do audiovisual, acreditando que encontraremos um caminho cada vez mais acessível para construção de nossas carreiras”.