O mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PGCC) da UFJF, Airton Ribeiro Gomes Filho, conquistou o primeiro lugar no Concurso de Teses e Dissertações (CTD), na categoria Mestrado, no Simpósio Brasileiro Redes de Computadores (SBRC), evento nacional realizado anualmente pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). O encontro é referência em redes de computadores e sistemas distribuídos, e um dos mais concorridos na área de Ciência da Computação.

“É um trabalho executado por um grupo de pesquisa sério, que tem intenção de entregar resultados, criar discussões na comunidade acadêmica e apresentar excelentes publicações”, pontua Airton Gomes Filho. De acordo com o orientador da dissertação, o professor do Departamento de Ciência da Computação, Edelberto Silva, a pesquisa gerou diversos frutos, dentre eles artigos nacionais e internacionais, “um melhor artigo no maior evento de segurança em sistemas computacionais no Brasil, o SBSeg 2021, e agora esse reconhecimento pelo SBRC 2022”. 

Na opinião do docente, é muito satisfatório ver que a pesquisa que fazemos aqui na UFJF tem relevância e impacto nacional e internacional. “Esse é o maior reconhecimento que um aluno de mestrado em computação com ênfase em Redes de Computadores pode receber. Ele significa que a pesquisa realizada na UFJF está no caminho certo, na ponta do conhecimento e representa o que há de mais atual e desafiador.” A dissertação também teve coorientação do professor Alex Borges. 

O trabalho do Airton foca na autorização de usuários e de dispositivos móveis em ambientes que têm requisitos temporais. O resultado pode ser aplicado em diversos ambientes, como carros autônomos, cidades inteligentes, drones, tecnologia 6G. Mas focamos em um ambiente de saúde, em como podemos entregar um acesso confiável tanto para um usuário (paciente ou médico) quanto para o hospital, por exemplo”, sintetiza. 

O orientador explica que a pesquisa entrega da maneira mais rápida, eficiente e automatizada os requisitos para o controle de acesso do usuário ou dispositivo. “Por exemplo, imagine um cenário em que um médico se desloca de uma ala de atendimento primário para o CTI. Se o ambiente for inteligente e capaz de tomar decisões sozinho, ele pode de maneira autônoma identificar o usuário, no caso o médico, e permitir ou não o acesso ao CTI. Na pesquisa propusemos e avaliamos todos os requisitos para sua aplicabilidade”, menciona Silva. 

Mesmo com as restrições impostas pela pandemia, Airton Gomes Filho comemora ter conseguido realizar um bom trabalho de maneira remota (Foto: Arquivo pessoal)

Névoa computacional 

Intitulado “Cache de atributos oportunistas: melhorando a eficiência do ABAC com o uso de uma política de distribuição de identidades em redes multinível para névoas computacionais”, o trabalho foi desenvolvido com metodologias experimentais, utilizando simulações computacionais para entregar uma proposta de arquitetura em névoa – infraestrutura de computação descentralizada na qual dados, processamento, armazenamento e aplicações são distribuídos no local mais lógico e eficiente entre a fonte geradora e a nuvem. 

“A pesquisa consistiu na proposta e validação de uma arquitetura para ambiente de névoa computacional com políticas de replicação e substituição de identidade validado sob dados de uma rede real de uma universidade. No trabalho também geramos contribuições, como a caracterização dos acessos, à rede sem fio acadêmica, realizados por esses usuários e identificamos seus padrões de mobilidade”, complementa o doutorando.

A política de replicação oportunista proativa com utilização de aprendizado de máquina levou em consideração as características de mobilidade dos usuários para tomada de decisão na replicação e substituição de identidade. Para ele, a UFJF e o PPG Ciência da Computação contribuíram com infraestrutura de ensino, pesquisa e apoio financeiro. “Tive o privilégio de fazer parte do Laboratório de Redes (Netlab), que conta com infraestrutura computacional onde pude executar os experimentos”.

Projetos

Atualmente, Airton Gomes Filho está cursando doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e atua como bolsista do Serviço para Experimentação em Gestão de Identidades da RNP. “Minhas expectativas são concluir essa nova etapa de estudos e poder aplicar os conhecimentos adquiridos nessa vivência acadêmica na vida profissional”, destaca.

Outros destaques

Dois trabalhos da graduação em Computação da UFJF estão entre os cinco finalistas de premiação nacional no Simpósio Brasileiro de Computação Aplicado a Saúde (SBCAS – 2022):

>> Ambiente Domiciliar Assistido para o Monitoramento Remoto de Idosos em Zonas Rural

      Walkíria Silveira (UFJF), Mario Dantas (UFJF)

>>  Inferência de Redes de Regulação Gênica Usando Programação Genética Cartesiana Paralela

       Luciana Prachedes (UFJF), José Eduardo Henriques da Silva (UFJF), Heder Bernardino (UFJF), Itamar Oliveira (UFJF)

Outras informações: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGC)