“Ter uma sede da Embrapii na nossa Universidade representa o reconhecimento do grande destaque da UFJF como instituição de ciência e tecnologia, com potencial de levar esse conhecimento ao setor produtivo na forma de inovação”, salientou o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Marcus David.

A declaração foi feita durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 21, para divulgar o resultado do processo de seleção promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para credenciamento de unidades Embrapii em unidades federais.

Entre os oito novos grupos de instituições contempladas, a UFJF terá disponível recursos financeiros não reembolsáveis para investir em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) em parceria com o setor industrial. O financiamento é proveniente do Ministério da Educação e do Programa Rota 2030.

Além do reitor, participaram da entrevista o diretor de Inovação, Fabrício Campos, e o coordenador do Inerge, Moises Ribeiro. (Foto: Alexandre Dornelas)

Como cada universidade podia submeter apenas uma proposta, o reitor esclareceu que foi realizada uma seleção interna para identificar o núcleo de pesquisa mais avançado para participar do processo. A partir da expertise e da inserção nacional e internacional do grupo de pesquisadores, além de experiência prévia na prospecção e execução de projetos de inovação na área de energia elétrica, o projeto aprovado foi do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energia Elétrica (Inerge).

A unidade Embrapii da UFJF, que atuará na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, já deve começar a funcionar no próximo mês. O credenciamento é feito inicialmente por três anos, podendo ser renovado com base nos resultados apresentados. Estima-se que sejam mobilizados em torno de seis milhões de reais nesse período.

Rede Inerge

Desde 2009, a UFJF é a sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energia Elétrica (Inerge), rede constituída de mais de 50 pesquisadores por meio de consórcio entre seis universidades públicas. Ao todo, são onze laboratórios, dezenove pesquisadores e oito colaboradores que atuam nas seguintes linhas de pesquisa: recursos energéticos distribuídos; equipamentos eletroeletrônicos, ópticos e de telecomunicações; robótica e inteligência computacional.

“Sendo o único INCT sediado na UFJF, o Inerge tem se destacado por meio do apoio dos programas de pós-graduação em Engenharia Elétrica, ações de divulgação da ciência, cooperações internacionais e pelo desenvolvimento contínuo do setor energético, com experiência acumulada na execução de projetos de P,D&I”, apontou o coordenador do Inerge Moises Ribeiro.

O grande desafio é como consumir a energia de forma consciente”, Moises Ribeiro. (Foto: Alexandre Dornelas)

Para o pesquisador, a preocupação de médio e longo prazo é quanto ao consumo eficiente de energia. Por isso, uma das principais frentes de trabalho do Inerge está relacionada às fontes renováveis ou limpas, como a solar e a eólica.

Parcerias de alto valor agregado 

A contratação da Embrapii parte do reconhecimento das oportunidades de exploração das sinergias entre instituições de pesquisa tecnológica e empresas industriais, em prol do fortalecimento da capacidade de inovação brasileira.

Portanto, podem ser parceiras do Inerge-UFJF empresas industriais e do setor elétrico nacional e internacional que desejam desenvolver projetos de P,D&I necessários para garantir a evolução tecnológica de seus produtos e processos.

Na visão do coordenador do Inerge, o diferencial dessa integração é a possibilidade de tornar os produtos da indústria mais competitivos. “Nós queremos contribuir para que as empresas cresçam, queremos efetivamente escutá-las e, ao atender suas demandas, que elas possam conquistar seu espaço no mercado”, reforça Moises Ribeiro.

Diretor de Inovação da UFJF, Fabrício Campos ressaltou as ações da Universidade para promover a inovação em todas as áreas. (Foto: Alexandre Dornelas)

Dentre os benefícios oferecidos, o diretor de Inovação da UFJF, Fabrício Campos, mencionou três principais: “a gestão e execução dos projetos de P,D&I de forma ágil, célere e organizada; a utilização de mão de obra e equipe qualificada, bem como disponibilização de infraestrutura da Universidade para executar as ações de pesquisa e desenvolvimento; e apoio econômico”.

Em função do subsídio e aportes financeiros da própria Embrapii, os projetos representam uma redução de até 50% do investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação pelas empresas.

“Isso é interessante porque incentiva e fomenta o setor produtivo, possibilita que as pesquisas das instituições científicas cheguem ao mercado e, mais do que isso, dá oportunidade para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções”, compartilhou Campos.

O papel da Embrapii

Embrapii é uma organização social qualificada pelo Poder Público Federal que, desde 2013, apoia instituições de pesquisa tecnológica, fomentando a inovação na indústria brasileira. O credenciamento de novas unidades pretende atrair empresas pelo fomento não reembolsável e pela capacidade de geração de soluções tecnológicas das universidades federais.

A meta das novas unidades é gerar 75 projetos e cerca de R$ 30 milhões de investimentos em inovação em todo o país. Os projetos aprovados serão desenvolvidos nas áreas de bioeconomia; mineração sustentável; geração, transmissão e distribuição de energia elétrica; agricultura, processos agroindustriais, tecnologias de alimentos; e ainda em mobilidade, incluindo eletromobilidade.

Outras informações:

Inerge – UFJFcontato.inerge@engenharia.ufjf.br