Está no ar a vigésima edição do Boletim Informativo da Plataforma JF Salvando Todos elaborado por alunos e professores do Curso de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Essa edição traz pela primeira vez dados da vacinação no município. Apesar da esperança com a chegada da vacina, os números de casos e vidas perdidas continuam muito elevados e a taxa de letalidade em crescimento desde o início de dezembro.
Potencial de propagação do vírus em JF preocupa
O Número de Reprodução Efetivo (Rt), um dos principais parâmetros para considerar o controle da pandemia, está acima do desejável desde 28 de janeiro. O Rt indica o potencial de propagação do vírus. Quando esse número é superior a 1 cada pessoa infectada está transmitindo a doença para pelo menos mais uma pessoa. No período analisado – entre 19 de janeiro e 1o de fevereiro – esse parâmetro apresentou valor máximo de 1,39 no dia 19. Já na Zona da Mata mineira, no mesmo período, apresentou valor máximo de 1,15 no dia 22 de janeiro e mínimo de 0.76 no dia 1o de fevereiro.
“Acho importante comentar que a taxa de letalidade em Juiz de Fora continua muito superior às de Minas Gerais e do Brasil. Ainda não temos explicação para esse fenômeno”, lembra Marcel Vieira, um dos autores do documento. No dia 1o de fevereiro, a taxa de letalidade da Covid-19 em Juiz de Fora era de 4,1%, em comparação com 3,74% em 4 de janeiro e 4% em 18 de janeiro. A taxa de letalidade é um parâmetro que mede a porcentagem de pessoas infectadas que evoluem para óbito.
Esperança com o início da vacinação
Desde o início da vacinação, no dia 20 de janeiro, mais de 14 mil pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Juiz de Fora. “O acompanhamento do número de doses aplicadas é muito importante para que possamos posteriormente começar a estudar os efeitos da vacinação na evolução da pandemia no município”, revela Vieira. A partir da próxima edição do Boletim Informativo os pesquisadores passam a analisar a evolução da média móvel do número de doses aplicadas e os números por semana epidemiológica.
Vieira destaca a importância da vacinação e da influência dela no combate a pandemia. “Em Israel, por exemplo, onde a vacinação já está mais avançada os efeitos positivos já são sentidos com a redução da ocorrência de casos graves da doença.” Até o dia 2 de fevereiro, mais de 2 milhões de pessoas foram vacinadas no Brasil. As vacinas aplicadas no país são produzidas pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório Sinovac da China, e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a empresa AstraZeneca e a Universidade de Oxford no Reino Unido.
Na última terça (2), Juiz de Fora recebeu 7.900 doses da vacina AstraZeneca e 2.338 da CoronaVac, totalizando 25.393 doses.