A busca por novos caminhos para o ensino e o aprendizado da língua portuguesa motivou a acadêmica Márcia Cristina Valle a desenvolver a sua dissertação no Mestrado Profissional em Letras (Profletras), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Com a metodologia de dinâmicas de grupo,  a acadêmica fez uma pesquisa-ação com 25 alunos da Escola Municipal Santos Dumont, de Juiz de Fora.

A pesquisadora teve como objetivo específico propiciar aos estudantes o domínio consciente e eficiente dos mecanismos sociais da linguagem. A partir de quatro eixos de ensino (a oralidade, a leitura e escuta, a produção – escrita e multissemiótica – e a análise linguística), Márcia investiu na formação participativa e na construção de sujeitos éticos e solidários. “Os dados negativos sobre o desempenho dos alunos em relação à língua materna me moveu a buscar caminhos que contribuam para a mudança do paradigma do processo de aprendizagem. Na verdade, a minha experiência permitiu a identificação do problema”, destaca.

Para testar a eficácia do método, a mestranda aplicou quatro dinâmicas contextualizadas como como ferramentas pedagógicas: a primeira nomeada “quem sou eu”, tem como intuito sensibilizar e causar motivação nos discentes; a segunda, “famílias modernas”, pretende ampliar as discussões a respeito das relações humanas; a terceira, “quer conversar melhor?”, propõe uma reflexão sobre as formas de violência cotidiana, especialmente, a verbal; a última, “tempo de delicadeza”, visa o bem estar coletivo e a formação de valores.

Quanto aos resultados, a acadêmica avalia que as contribuições para o meio educacional foram diversas: favorece o diálogo, a criação de condições para o desenvolvimento de uma cultura de respeito à diferença e à pluralidade, expande um processo coletivo de discussão e reflexão dos conhecimentos necessários, e proporciona a inclusão de todos os educandos. “O processo de ensino e aprendizagem acontece entendendo que os saberes só podem ser construídos por meio da linguagem e que ambos só têm sentido na interação dialógica e fraterna. Portanto, tornar as aulas significativas, na medida que abre possibilidades para a criação de conhecimentos, a formação de valores éticos, sendo os participantes sujeitos de sua elaboração e execução de forma harmoniosa, é o fundamento da pesquisa.”

A professora orientadora da dissertação, Lucilene Hotz Bronzato, avalia que a pesquisa causou mudanças significativas na rotina da comunidade escolar, assim como forneceu subsídios para a ampliação do repertório de outros professores. A docente realça o ineditismo da abordagem feita por Márcia no uso da dinâmica: “Embora a dinâmica de grupo seja uma técnica já conhecida, principalmente pela Psicologia, a sua ressignificação como tecnologia de ensino de Português é uma abordagem nova. O diferencial da pesquisa é amparar teoricamente a ferramenta estudada e propor situações reais de uso, já testadas e comprovadamente eficientes.”

Contatos:
Márcia Cristina Valle (mestranda)
marcia.valle@gmail.com

Lucilene Hotz Bronzato (orientadora – UFJF)
lhotz@uol.com.br

Banca examinadora:
Profª. Drª. Lucilene Hotz Bronzato (orientadora – UFJF)
Profª. Drª. Talita de Cássia Marine (UFU)
Profª. Drª. Andréia Rezende Garcia Reis (UFJF)

Outras informações: (32) 2102-3112 – Mestrado Profissional em Letras