Aleijadinho, Dona Beja, Xica da Silva e Alphonsus de Guimaraens se encontram no palco do Cine-Theatro Central nesta sexta-feira, dia 28, às 20h. As personagens e os caminhos históricos da Minas barroca estão presentes no espetáculo “O Organista”, do Teatro Navegante de Marionetes. A apresentação integra a programação do 28º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, realizado pela Pró-reitoria de Cultura (Procult) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O espetáculo é um diferencial dessa edição na história do festival, sendo destinado a públicos de todas as idades. “O Organista” conta com 12 marionetes em cena. A entrada é franca, mas os convites devem ser retirados no Centro Cultural Pró-Música, localizado na Avenida Rio Branco 2.329 ou no local do evento uma hora antes do início do espetáculo.
De acordo com o ator, marionetista e diretor do Teatro Navegante de Marionetes, Catin Nardi – que já produziu para a abertura da novela “As Filhas da Mãe” e para a minissérie “Hoje é Dia de Maria”- o espetáculo foi idealizado com o objetivo de ser didático, humorístico, de fácil entendimento e fundamentalmente teatral. O roteiro fala de tradição, por meio da história de uma família e seu amor pela música, passado de geração em geração, que a leva a uma jornada em busca de uma peça do órgão musical da Igreja da Sé de Mariana, supostamente perdida nos caminhos da Estrada Real. “Desta busca depende a inauguração do instrumento e a manutenção de uma tradição”, revela Nardi, argentino radicado no Brasil desde 1990.
Além dos cenários do passado barroco, a trama focaliza passagens da vida de personagens históricos de Minas Gerais, como Aleijadinho em Ouro Preto; Dona Beja em Araxá; Xica da Silva em Diamantina; e Alphonsus de Guimaraens em Mariana. Segundo o diretor, apresentar “O Organista” em um festival de música de época como o de Juiz de Fora será uma boa experiência para a companhia e para o público especializado do evento: “Vamos brincar com músicas que vão do clássico ao barroco, do contemporâneo ao mais primário. Enfim, esperamos compartilhar um momento teatral e musical bem diferente.”
Conforme Nardi, o Navegante está habituado a se apresentar para plateias grandes como a que encontrará no Central. “Já tivemos a oportunidade de apresentar para públicos de mais de 1.500 espectadores. Com uma boa iluminação e um bom trabalho de interpretação, tudo é possível. Normalmente, porém, a plateia de teatros grandes é limitada e os espectadores são convidados a se aproximarem do palco e ficar de frente para os bonecos.
Essência e contenção
Como explica o diretor, no teatro de marionetes “tudo deve ser reduzido à essência, tanto na interpretação quanto na cenografia e na iluminação”. Essa é regra no trabalho com bonecos, sobretudo, com marionetes e seus atores-manipuladores. “É fundamental uma interpretação objetiva lembrando sempre que estamos falando de personagens que estão sendo interpretadas com uma necessária contenção, pois o ator-manipulador não pode invadir a cena nem demandar do espectador a atenção na cena que o marionete está realizando. O ator interpreta; o ator manipulador de marionetes interpreta, dribla cenários, pega objetos e bonecos e os troca com os outros manipuladores. Ou seja, é uma aventura que só quem está dentro dela sabe como funciona. O espectador só desfruta do resultado.”
O Grupo
O Teatro Navegante De Marionetes realiza, desde 1994, pesquisas, criação e produção de marionetes de fios, oficinas, montagens teatrais, publicidade, intervenções e produções televisivas com bonecos. Seu diretor, Catin Nardi, dedica-se integralmente a essa arte desde 1981. Apresenta e ministra oficinas em festivais, teatros, circuitos culturais e TV. Apresenta-se também em seu próprio teatro na cidade histórica de Ouro Preto (MG). No local, teatro de marionetes, exposição permanente do acervo próprio e a oficina de criação e construção de bonecos estão abertos à visitação diária.
O Cine-Theatro Central fica localizado na Praça João Pessoa s/n, no Calçadão da Rua Halfeld, no Centro da cidade.
Confira a programação completa do 28º Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga
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Outras informações: (32) 3218-0336(Centro Cultural Pró-Música/UFJF)
(32) 2102-3964 (Pró-reitoria de Cultura-UFJF)