Concertos noturnos e vespertinos, oficinas, palestras, lançamento de CD e audições de alunos compõem a programação cultural do 28º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, que acontecerá no período de 23 a 30 de julho, numa realização da Pró-reitoria de Cultura e do Centro Cultural Pró-Música da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Todos os concertos e atividades são gratuitos, proporcionando ao público juiz-forano e da região, que prestigia anualmente esse evento tradicional, a oportunidade de conferir a performance de músicos de expressão nacional e internacional.

O evento será aberto no dia 23, no Cine-Theatro Central, com o concerto do grupo Atempo, especializado em música medieval, que apresentará o programa Cantilena Instrumental, com repertório europeu de fins do século XII ao século XV e combinação inédita de instrumentos de época. Confira a programação de concertos abaixo.

Programação do Festival de Música Colonial

Duas apresentações tornam essa edição ainda mais especial: a montagem da ópera Il Ballo delle Ingrate [O Baile das Ingratas], de Claudio Monteverdi – compositor italiano homenageado pelo Festival por seus 450 anos de nascimento –, e a apresentação de teatro de marionetes O Organista, do grupo Navegante, de Ouro Preto, ambas no Cine-Theatro Central.

Com cantores solistas como a mezzo-soprano espanhola Nerea Berraondo, belos cenários e figurinos, a ópera com direção artística da soprano brasileira Rosana Orsini está sendo montada especialmente para o Festival juiz-forano e vai encerrar o evento no dia 30 de julho.

O Organista é uma produção do Teatro Navegante de Marionetes, que promete encantar espectadores de todas as idades com musicalidade e uma divertida história sobre tradição passada em cenários barrocos da antiga Minas Gerais. A apresentação acontecerá no dia 28.

Além desses, a programação artística inclui, no dia 24, na Igreja do Rosário, o concerto de cravo de Marco Brescia, que será dedicado à obra para instrumentos de tecla do compositor e teórico espanhol Antonio Soler (1729-1783). O Quarteto BH Trompas é a atração musical do dia 25, na Igreja São Sebastião. Já o tradicional Quinteto Villa-Lobos se apresenta no dia 26, no Central, com um programa que terá composições de Heitor Villa-Lobos, Mozart Camargo Guarnieri e Edmundo Villani-Cortes.

No dia 27, no Central, o Festival abre espaço para o canto coral, com a participação do Ars Nova – Coral da UFMG, que apresentará seu novo repertório, focado em compositores dos séculos XX e XXI, e fará uma homenagem a José Maurício Nunes Garcia, nos seus 250 anos de nascimento. No dia 29, o flautista David Castelo faz concerto no Cine-Theatro Central.

Todos os concertos noturnos serão precedidos de palestras sobre o programa da apresentação, ministradas pelo professor Rodolfo Valverde, com início às 19 horas, nos mesmos locais das apresentações. Além dessa programação, o público terá a oportunidade de conferir os concertos vespertinos a serem realizados pela Orquestra Sinfônica Pró-Música, Coral Cesama e Coral Pró-Música, sob a regência de Victor Cassemiro. Não é necessário retirar ingressos previamente. Mas a entrada estará sujeita à capacidade dos espaços. A programação de concertos vespertinos pode ser conferida abaixo.

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Oficinas

Estudantes de música têm a oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos nas oficinas do Festival, que acontecerão no Instituto de Artes e Design (IAD), no Campus. Gratuitas, elas serão ministradas por alguns dos músicos brasileiros e estrangeiros que participam da programação cultural do evento. Dentre as novidades, a Oficina de Musicalização para Bebês, a de Prática de Orquestra Infantil e a de Violino Infantil. As inscrições podem ser feitas pelo site do Festival.

Palestras

Diante da rara oportunidade de assistir a uma ópera em Juiz de Fora, nada melhor do que se aprofundar e conhecer um pouco mais da produção que está sendo preparada com exclusividade para a apresentação no Cine-Theatro Central. Os apreciadores do gênero e os interessados em saber mais sobre o espetáculo contam com duas palestras que o Festival incluiu em sua programação.

Em “Il Ballo delle ingrate, de Claudio Monteverdi: análise e contexto”, Carlos Alberto Figueiredo, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, vai abordar aspectos analíticos da obra, com ênfase na relação texto-música e sua inserção na obra monteverdiniana. Depoimentos do próprio compositor, através de suas cartas, servirão como referência para o desenvolvimento da abordagem proposta.  Il Ballo delle ingrate foi composto por Cláudio Monteverdi a partir de libreto do poeta Ottavio Rinuccini. A obra teve sua estreia em 1608 e integra o oitavo livro de madrigais desse compositor, publicado em 1638.

Diretora artística da ópera, a brasileira Rosana Orsini falará sobre o tema “Il fin è la meraviglia: a importância da cenografia na ópera dos séculos XVII e XVIII”, palestra que vai tratar da origem e desenvolvimento dos principais recursos técnicos utilizados ao longo dos séculos XVII e XVIII, que, embora simples, criavam o fantástico e o maravilhamento nas representações músico-teatrais, fazendo do visual um dos principais pilares do espetáculo barroco.

Lançamento de CD

Um dos mais conceituados especialistas do país em instrumentos eruditos de cordas dedilhadas, como alaúdes e as guitarras barroca e romântica, Nicolas de Souza Barros lança no dia 26, no auditório do IAD, o seu terceiro CD para violão de oito cordas com afinação estendida (a primeira corda afinada uma quarta acima da corda mais aguda to violão tradicional), buscando criar um repertório para este “instrumento ímpar”.

Chora, Violão! traz para o universo desse instrumento o melhor da obra para piano de Ernesto Nazareth. Inspirado por um arranjo da Primeira Valsa de Esquina, de Francisco Mignone (1897-1986), original para piano – segundo Barros, uma das obras geniais da literatura brasileira para o instrumento, o trabalho traz ainda valsas de Ernesto Nazareth (1863-1934), tangos brasileiros (choros), um tango-habanera, um tango de salão e um tango argentino do mesmo autor. Uma pesquisa de  H. A de Mesquita (1830-1906) rendeu  três polcas e o seu conhecido Batuque. Finalmente, a Valsa Choro No. 3 (a única original para violão), de Mignone, e O Despertar da Montanha (tango de salão), de Eduardo Souto (1882-1942). 

Confira a playlist que preparamos no Spotify

A programação completa está disponível no site do Festival.

Outras informações: (32) 2102-3965 – Pró-reitoria de Cultura