A nona reportagem da série que faz um balanço dos oito meses da gestão “Reconstruir a UFJF” e que aponta algumas perspectivas para 2017 pontua ações e propostas futuras da Diretoria de Relações Internacionais (DRI). Nas matérias anteriores, publicadas desde a semana passada, foram abordados temas relacionados aos trabalhos da Diretoria de Inovação, da Diretoria de Ações Afirmativas, da Diretoria de Avaliação Institucional, da Pró-reitoria de Extensão, da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças, da Pró-reitoria de Cultura, da Pró-Reitoria de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva e da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa.
A Diretoria de Relações Internacionais (DRI) possui, como missão, a promoção de uma visão plural de mundo por meio da internacionalização. Para isso, visa aprofundar e ampliar relações diplomáticas com parceiros globais da Universidade, expandindo a mobilidade acadêmica e as possibilidades de cooperação em pesquisa e publicação. Também é um objetivo da DRI implementar a política linguística da UFJF.
Maiores eventos esportivos do mundo deixam legado positivo
Prova do protagonismo da Universidade e sua influência na Zona da Mata mineira pôde ser corroborada nos meses de julho, agosto e setembro quando nove delegações de oito países utilizaram as instalações da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) para realizarem seus treinamentos visando os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A participação ativa da UFJF nos dois maiores eventos esportivos do mundo gerou bons frutos para a comunidade acadêmica.
Um dos exemplos é o curso de capacitação em língua inglesa, oferecido gratuitamente pela DRI aos motoristas da UFJF. A iniciativa, que ocorreu no mês de julho, teve, como objetivo, preparar os profissionais para a recepção aos estrangeiros recebidos pela Universidade.
Mais de 150 alunos da UFJF também foram diretamente beneficiados com a chegada das delegações olímpicas à Faefid. Eles receberam treinamento especial e tiveram a oportunidade de trabalhar como attachés – representantes das relações internacionais da Universidade – durante a estadia das equipes. “Preparamos mais de 200 alunos-voluntários, para receberem os atletas através do trabalho de attaché, que é uma função diplomática. Fizemos encontros com estes alunos, de formação e preparação, e eles, ao final, receberam certificados”, explica a diretora de Relações Internacionais da UFJF, Bárbara Daibert .
Cerca de 600 pessoas, entre alunos, professores e técnico-administrativos em educação (TAEs), envolveram-se e se dedicaram para que o evento fosse um grande sucesso no período de trabalho. Vieram nove países (incluindo a Holanda, representada posteriormente com a chegada de uma atleta da maratona), com cerca de 320 integrantes das mais variadas modalidades do atletismo, bem como a seleção de vôlei do Egito. Ao todo, esses atletas conquistaram 15 medalhas nos Jogos. Foram sediadas duas partidas de voleibol de alto nível entre a seleção egípcia e a equipe do Minas Tênis Club, de Belo Horizonte. Também ocorreu um amistoso de atletismo, além do Congresso Ciência do Esporte.
Para a Faefid, as melhorias na infraestrutura foram essenciais e ficarão como importante legado para a formação dos profissionais da área, assim como as experiências e o conhecimento que foram deixados para a comunidade acadêmica da UFJF, como a realização do Congresso Ciência do Esporte, em parceria com as comissões técnicas das equipes. Com relação ao público externo, foram cerca de oito mil visitantes que solicitaram ingresso para assistir aos treinos, entre eles duas escolas públicas e uma faculdade particular. “Mais do que visibilidade à Universidade, o fato de as delegações olímpicas terem escolhido a UFJF para os últimos treinos antes dos Jogos Rio 2016 proporcionou grandes melhorias e oportunidades para a comunidade acadêmica, além de ter contribuído com o processo de internacionalização da instituição”, conclui Bárbara.
Programa de Internacionalização começa a ganhar corpo
Mas a atual política de internacionalização da Universidade não se restringe às iniciativas executadas para as Olimpíadas do Rio. A começar pela própria sede da DRI, que recebeu reforma nas instalações e melhorias na sinalização, além de ter suas atividades e processos centralizados na Secretaria Executiva.
Como explica Bárbara, o processo engloba projetos que atendem a diversas demandas, como a tradução do site oficial da instituição, a reestruturação do programa Idioma Sem Fronteiras e a expansão dos Programas de Pós-Graduação (PPGs), que terão seus sites traduzidos para o inglês, em ação conjunta com com a Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp).
Neste sentido, um fórum de internacionalização, composto por pelo menos um professor de cada unidade acadêmica da Universidade, deve ser criado com o objetivo de fomentar a discussão e também a implementação das ações do plano.
Dentre os novos acordos internacionais já celebrados, destaca-se o estabelecimento da primeira parceria com o Erasmus Mundus – um programa supervisionado pela Diretoria Geral pela Educação e Cultura da Comissão Europeia, que tem o objetivo de melhorar a qualidade da educação superior e promover o diálogo cultural por meio da mobilidade acadêmica. Parceria almejada desde 2011, o Erasmus possibilita programas conjuntos de mestrado e doutorado, com sistema de bolsas de estudo e mobilidade acadêmica de estudantes e professores.
Já no início de dezembro, a DRI e o Instituto de Formação Docente de Florida, da cidade de Florida (Uruguai), assinaram carta de intenções, no intuito de ampliar a conexão entre as instituições. Também encontra-se em negociação um acordo com três universidades argentinas – Universidad Nacional de Córdoba, Universidad Nacional de Mar del Plata e Universidad Nacional de Tucumán – para a formação de uma rede internacional de cooperação.
Editais de intercâmbio valorizam Universidade em meio à crise
Responsável pela condução dos planos de intercâmbio da Universidade, a DRI deu continuidade a iniciativas importantes, como o Programa de Intercâmbio Internacional de Graduação (PII-Grad) e o Programa de Intercâmbio Internacional do Colégio de Aplicação João XXIII (PII-João). Em 2016, o edital do PII-GRAD ofereceu 303 vagas – sendo 20 com bolsas financiadas com recurso próprio – distribuídas em 30 universidades de excelência pelo mundo, totalizando um investimento de R$ 360 mil.
Já o PII-João 2016 beneficiou 15 alunos do Colégio de Aplicação – sendo dez deles bolsistas – num total de R$ 50 mil distribuídos. Os estudantes ficaram três semanas na Dinamarca, onde tiveram aulas no Colégio Mariagerfjord Gymnasium, por meio de parceria firmada entre a UFJF e a instituição de ensino estrangeira.
“A internacionalização tem vários aspectos, e um deles é a mobilidade acadêmica, que é muito importante. Essa oportunidade de os alunos irem para fora, passarem esse estágio no exterior, o ganho de vida curricular, a visão de mundo e cultural são imensuráveis. O ideal seria que todos os estudantes pudessem passar por um estágio fora do país, mas isso não é possível no atual cenário. Então, a gente fica muito feliz que a Universidade possa levar esses alunos”, comenta a diretora.
De acordo com Bárbara, a DRI também buscou incentivar a participação e a inserção de seus servidores em diversas missões de capacitação, que incluem seminários nacionais e internacionais, além de encontros promovidos por instituições parceiras. A equipe da Diretoria recebeu treinamento para o oferecimento de serviços de intérprete e cerimonial bilíngue.
Intensificando parcerias com grupos intercambistas
O processo de internacionalização é permanente e contínuo. Segundo a diretora de Relações Internacionais, a expectativa para 2017 é aumentar de 0,46% para 1% a entrada de estrangeiros, comparado ao número de alunos atualmente matriculados na UFJF, além de ampliar de 0,66% para 1% a saída de alunos da UFJF, utilizando o mesmo método de comparação.
Com relação à captação de recursos, a DRI pretende diversificar as possibilidades de bolsas de intercâmbio outgoing, com o apoio da iniciativa privada e de órgãos de fomento, aproveitando oportunidades oferecidas, por exemplo, pelo grupo Tordesilhas e pelo grupo Coimbra, além de diversificar as possibilidades de mobilidade e financiamento acadêmicos por meio dessas parcerias.
“Para o cumprimento das metas, é necessária a utilização do recurso do Ministério da Educação específico para internacionalização e o recurso do Idiomas sem Fronteiras, para equiparmos os ambientes receptivos aos pesquisadores estrangeiros e aos nossos alunos, docentes e TAEs. Além disso, dependemos muito do Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP) e precisamos trabalhar em cooperação com os servidores da Universidade que hoje cuidam do SCDP, a fim de caminharmos para uma compreensão da importância das missões internacionais e do bom recebimento dos professores estrangeiros em nossa instituição”, pondera Bárbara.
Programa de Internacionalização ganha força
Outra ideia é a criação de disciplinas optativas em língua inglesa e espanhola nos cursos de graduação. “As disciplinas serão como seminários ministrados por três ou mais professores das áreas de ensino em inglês e, se possível, em espanhol, e poderão ser cursadas tanto por nossos alunos quanto por estudantes estrangeiros.”
Também está prevista a criação de cursos de verão ministrados em inglês e em outros idiomas, conforme a disponibilidade dos professores envolvidos. A implementação desses cursos deve ampliar a possibilidade de abertura de vagas e participação de alunos da UFJF em cursos de verão e/ou regulares nas universidades parceiras, fomentando também a mobilidade outgoing.
Além da tradução das ementas e históricos da UFJF, das páginas dos PPGs e do conteúdo principal do site da UFJF, a DRI pretende lançar o projeto “LABstract”, com tradutores que terão como objetivo auxiliar pesquisadores nas publicações internacionais na Universidade, por meio da revisão de artigos científicos submetidos a revistas internacionais.
Por meio de articulação com a Faculdade de Letras, a Pró-reitoria de Extensão e a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe), é planejada a criação de um Centro de Línguas que, segundo Bárbara, “seja capaz de aplicar, elaborar e corrigir provas de nivelamento para os PPGs da Universidade, bem como oferecer serviços de tradução.”
Idiomas sem Fronteiras deve ser ampliado
Em conexão com o Programa de Universalização, um dos planos de ação prevê a cessão parcial do espaço da DRI e o apoio nas ações de formação dos seus professores-bolsistas. “Pretendemos oferecer suporte aos professores que desejam ministrar disciplinas em inglês através da criação de um módulo no Idiomas sem Fronteiras voltado para os docentes da UFJF, baseado no método English as a Medium of Instruction (EMI), oferecido pelo British Council ao MEC, bem como criar módulos específicos para capacitação de TAEs em articulação com a Pró-reitoria de Gestão de Pessoas”, afirma a diretora.
Outro objetivo é buscar a inclusão de outras línguas no sistema Idiomas sem Fronteiras, como espanhol, italiano, francês, alemão e português para estrangeiros, com a criação de uma bolsa para cada área, no valor de R$ 500.
Experiência nos Jogos Olímpicos inspira novas ações
Segundo Bárbara, fundamentada nas experiências obtidas com a participação da Universidade na Rio 2016, a DRI pretende lançar, no ano próximo ano, o primeiro Edital de Atleta Estrangeiro, a fim de aproveitar as instalações e o pessoal da UFJF para qualificar atletas provenientes de universidades parceiras.
Também está prevista a elaboração de cartilhas e folhetos de divulgação da UFJF no exterior, a serem distribuídos em missões internacionais, contendo informações como estrutura física e acadêmica, produção científica, de extensão, além de iniciativas voltadas diretamente para estrangeiros. “Queremos participar ativamente dos fóruns de internacionalização, de modo a identificar e ter acesso a novas parcerias promissoras, inserindo a Universidade no mapa mundial de destinos possíveis dos nossos parceiros ao redor do globo.”
Rede Ciência sem Fronteiras na DRI
Outra iniciativa visa incubar a Rede Ciência Sem Fronteiras (CsF) na DRI, como projeto de extensão, fomentando programas para vivência de cultura estrangeira para a comunidade acadêmica e economicamente vulnerável de Juiz de Fora. Como explica Bárbara, “inicialmente, a Rede CsF contará com o Projeto Universitário por um dia, pelo qual estudantes da rede pública de ensino vêm para a UFJF, com o intuito de apresentar melhor a rotina dos universitários da área em que almejam atuar”. A iniciativa também envolve o Clube de Idiomas, que promove a prática dos idiomas estrangeiros nas dependências do Restaurante Universitário (RU).
Ainda de acordo com Bárbara, a DRI pretende mapear, informatizar, e divulgar o processo de admissão e manutenção de alunos pelo Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), que oferece oportunidades de formação superior a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais. “Isso possibilitará a expansão do número de estrangeiros na UFJF. Além disso, é necessário institucionalizar e ampliar o recebimento de alunos pelo PEC-PG, voltado à pós-graduação”, finaliza.
Outras informações: (32) 2102-3389 (Diretoria de Relações Internacionais)
Confira todas as matérias da série:
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