Atletas de diferentes nacionalidades aprimoraram as suas técnicas nos 26 dias em que estiveram na UFJF (Foto: Guilherme Leite/UFJF)

Mais do que visibilidade à Universidade, o fato de as delegações olímpicas terem escolhido a UFJF para os últimos treinos antes dos Jogos Rio 2016 proporcionou grandes melhorias e oportunidades para a comunidade acadêmica. Cerca de 600 pessoas, entre alunos, professores e técnico-administrativos, envolveram-se e se dedicaram para que o evento fosse um grande sucesso nos 26 dias de trabalho.

Ao todo, foram nove países (incluindo a Holanda, representada posteriormente com a chegada da atleta de maratona), com cerca de 320 integrantes das mais variadas modalidades do atletismo, bem como da seleção de vôlei do Egito, que conquistaram 15 medalhas. Foram sediados dois jogos de voleibol de alto nível entre a seleção egípcia e o time do Minas Tênis Club. Também ocorreu um amistoso de atletismo, além do Congresso Ciência do Esporte.

Para a Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) as melhorias na infraestrutura foram essenciais e ficarão como importante legado para a formação dos profissionais da área. Além disso, experiências e muito conhecimento foram deixados para a comunidade acadêmica da UFJF. Com relação ao público externo, foram cerca de oito mil visitantes que solicitaram ingresso para assistir aos treinos, entre eles duas escolas públicas e uma faculdade particular.

O diretor de Imagem Institucional da Universidade, Márcio Guerra, destacou que a instituição teve uma experiência inédita e histórica com ganhos acadêmicos que superaram as expectativas. “Além disso, comprovamos a capacidade de a UFJF organizar eventos dessa natureza, assim como de receber o público em geral.”

Do legado material ao imaterial, o diretor da Faefid, Maurício Bara, enumerou as vantagens que o evento trouxe para a faculdade e seus alunos. Ele afirmou que as melhorias feitas na infraestrutura já eram necessárias, que o gasto da Universidade em função das Olimpíadas foi muito pouco. “O material de atletismo é um legado. A gente não ia comprar para os Jogos, compramos para uso, para o nosso atletismo, mas foi muito bem utilizado pelas delegações e ficarão para toda a vida.”

O investimento da UFJF com o material de atletismo vem sendo feito desde 2013. Segundo o diretor, para a pista foram comprados novos equipamentos, agora de qualidade mundial, e trocada a areia utilizada em saltos. Essas melhorias foram muito elogiadas pelos atletas.

Os benefícios das trocas de conhecimento
O maior benefício imaterial foi a troca de conhecimentos, única contrapartida solicitada pela Universidade no acordo com as delegações. Um dos exemplos mais marcantes dessa relação foi o Congresso Ciência do Esporte. A iniciativa  reuniu treinadores, atletas, alunos de diferentes cursos, professores e funcionários, todos envolvidos em uma rica troca de experiências profissionais. Como um grande retorno acadêmico, o evento permitiu a todos saber mais sobre a organização, rotina de treinamento e tudo que envolve a preparação de grandes atletas olímpicos.

Atletas e integrantes das comissões técnicas compartilharam conhecimentos com a comunidade acadêmica em congresso (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

O diretor da Faefid ressaltou, ainda, que a participação dos alunos era o principal objetivo para a Universidade. Apenas na Faefid, 150 estudantes se voluntariaram para participar. Eles atuaram tanto na logística das delegações quanto na assistência técnica, em contato direto com os atletas. Além deles, outros cerca de 200 estudantes de toda a UFJF se mobilizaram para trabalhar como attachés de línguas, com a oportunidade de aprimorar os idiomas inglês e francês. Diversos cursos, como os de fisioterapia, engenharia de produção, jornalismo, turismo e moda, também se envolveram, desenvolvendo projetos de aproveitamento acadêmico.

Satisfeito com os resultados, o professor Bara finalizou, afirmando que foi um grande teste. “O médico da delegação canadense relatou para mim ‘vocês provaram que conseguem receber eventos de alto nível’. Isso nos dá confiança de saber que aquilo que a Universidade fez é de uma qualidade muito grande, que a gente sabe fazer. E esse envolvimento acadêmico também surpreendeu os países, esse interesse dos alunos.”

Valorização do atletismo
O diretor da Faefid espera, ainda, que o evento contribua para a valorização do atletismo. “Isso é uma transformação que não temos como mensurar. Não sabemos quantos estudantes de educação física agora vão se interessar cada vez mais pelo esporte competitivo, que vão levar conhecimento para sua prática profissional. É uma transformação de uma geração, isso transforma as pessoas e, assim, os ambientes em que a gente vive.”

Americano Ashton Eaton foi um dos atletas que passaram pela UFJF e que conquistaram medalhas; ele foi bicampeão no decatlo (Foto Twin Alvarenga/UFJF)

Visibilidade
Na mídia, a Universidade foi tema de muitos comentários positivos e apareceu em grandes meios de comunicação nacionais e internacionais. Nas redes sociais, atletas e comissões técnicas elogiaram a receptividade e o serviço prestado pela UFJF. As imprensas chinesa e polonesa também estiveram presentes, acompanhando os treinos de seus compatriotas.

Em função da boa imagem divulgada da UFJF, a Faefid ainda teve a surpresa da vinda de um atleta de levantamento de peso da Eslováquia, Ondrej Kruzel, que se interessou de última hora por treinar na instituição. A atleta holandesa Andrea Deelstra, única representante de seu país na maratona olímpica, também utilizou a estrutura da UFJF por um dia.

Equipe de TV polonesa foi uma das representantes da imprensa internacional na UFJF (Foto: Guilherme Leite/UFJF)

A preparação
A escolha das delegações olímpicas pela UFJF foi fruto de muitos encontros e conversas entre integrantes das delegações e os representantes da UFJF. A Universidade, há seis anos, se preparava para a oportunidade de fazer parte deste grande evento, desde quando a instituição foi apontada como opção de centro de treinamento para atletas mundiais.

Em 2013, ela começou a receber as demandas dos países e, em 2014, já estava com contratos assinados, primeiro com o Canadá, depois com a China. “Os últimos dois anos foram para pensar nisso todos os dias. Foi uma organização meticulosa, que envolveu diferentes setores, tanto da universidade quanto da sociedade”, disse o professor Bara.

Na organização do evento, a questão da segurança foi uma das mais trabalhadas, com cadastramento, sistema de revista e credenciamento da imprensa e de todos os visitantes. Essas ações foram realizadas com a parceria que envolveu diversos órgãos municipais, estaduais e federais.

Os Jogos Paralímpicos
A delegação canadense de atletismo paralímpico estará na UFJF entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro e já existem grandes expectativas do diretor. “A gente vai aprender muito com eles, são pessoas que precisam de acessibilidade, mas são independentes. Algumas demandas vão surgir, a gente vai ter que ajustar várias coisas para podermos ser 100% nos paralímpicos”.

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