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Jardim Botânico recebe mais de 110 orquídeas como doação

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A maioria das orquídeas doadas são nativas da Floresta Atlântica, incluindo espécies micros (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Espécies de orquídeas nativas da Mata Atlântica e exóticas compõem a nova doação de mais de 110 exemplares recebida pelo Jardim Botânico. Parte delas, quando florescer, será exposta aos visitantes. Com a nova remessa, o Jardim soma mais de 300 orquídeas.

Os exemplares estão sendo cuidados sob coordenação do professor do Departamento de Botânica da UFJF Luiz Menini Neto. Inicialmente está sendo feita uma verificação do estado de cada planta, para perceber se estão com insetos parasitas, como cochonilhas. Depois de passarem por um período de quarentena, em que é realizado o tratamento, elas se juntarão às coleções anteriores. 

Um aspecto destacado pelo professor é que, diferentemente das espécies encontradas usualmente em floriculturas, com floração exuberante, vistosa e colorida, parte das que estão no Jardim não são desse estilo. Isso porque a estética não é o único elemento que chama a atenção dos pesquisadores para a formação de uma coleção. É importante ter um acervo diverso, com diferentes formas, tamanhos e cores. Há algumas que nem se parecem com a imagem que se tem de orquídeas tradicionais, mas elas são. 

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A Dichaea pendula parece um broto de samambaia, mas é uma orquídea (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Alguns exemplos dessa nova doação e que se distinguem do modelo mais usual são a Isabelia virginalis, de folhas finas, pequenas e longilíneas, e a Octomeria diaphana, uma micro-orquídea, vista frequentemente habitando ramos mais baixos de árvores e em tronco caído de árvores de grande porte, entre musgos e outras orquídeas e bromélias, segundo Menini. Ambas podem ser encontradas no Parque Estadual do Ibitipoca, em Lima Duarte. Já a Dichaea pendula parece-se com um broto de samambaia, mas é uma orquídea rara, com registros na mata ciliar do Rio do Peixe, em Juiz de Fora.

“Nossa intenção é ter uma coleção representativa, principalmente, da região da Zona da Mata. Mas que também possua de outros lugares da Floresta Atlântica, do Cerrado, da Amazônia, como já temos”, explica Menini. No Brasil, existem cerca de 2.500 espécies de orquídeas, sendo 1.392 catalogadas na Floresta Atlântica.

“Recebemos com muita felicidade essa doação. Um ato que a gente reconhece como de amor às plantas, à biodiversidade, ao Jardim Botânico, que vem contribuir muito com as estratégias que temos traçado e com as ações de conservação e de educação ambiental”, afirma o diretor do Jardim, Gustavo Soldati. A doadora preferiu não se identificar publicamente. 

Manutenção da biodiversidade

Alguns dos objetivos do acervo do Jardim, conforme o professor Luiz Menini Neto, é a conservação ex-situ, ou seja, fora do local natural de origem, como em um orquidário, e a reintrodução de espécies no local de origem quando for o caso. O Jardim torna-se assim um grande banco da diversidade de orquídeas, onde é possível conhecer, estudar e conservá-las. 

Se houver necessidade de reflorestar ou recompor a pluralidade da flora de um local, pesquisadores encontrarão no Jardim exemplares e informações que podem contribuir para esse manejo. Assim a função de um orquidário vai além da exposição de suas espécies. 

Essa função de um jardim botânico é reforçada pelo diretor local, Gustavo Soldati: “Com essa doação, conseguimos fortalecer uma estratégia, uma atividade-fim do Jardim, que talvez seja uma das mais importantes para a conservação da biodiversidade, que são as coleções botânicas. Permite-se um processo de educação ambiental – quando a gente as disponibiliza para visitação e a partir delas tem diálogo com a sociedade – e ao mesmo tempo, a pesquisa com essas famílias botânicas, suas importâncias ecológicas, evolutivas. E também a manutenção dessas espécies”. 

Desafio

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Campanha on-line alerta contra retirada de plantas do Jardim  (Arte: Devanir Alves/UFJF)

A exposição no orquidário, no entanto, enfrenta um desafio: alguns visitantes têm retirado mudas ou danificado os exemplares. Essa atitude além de causar danos à flora, inibe uma exposição mais frequente das espécies, ainda mais em se tratando daquelas de porte pequeno ou raras.

Nas redes sociais do Jardim, há a campanha “Retirar plantas acaba com o Jardim”, visando conscientizar sobre a manutenção da flora. 

 

 

Funcionamento

Jardim Botânico UFJF _ Foto _ Raul Mourão UFJF

Jardim Botânico foi reaberto em setembro, incluindo o sábado como dia de visitação (Foto: Raul Mourão/UFJF)

O Jardim Botânico funciona de terça a domingo, das 8h às 17h, com a última entrada às 16h. A visitação é gratuita, sem agendamento, com 150 pessoas por vez. 

O Jardim  dispõe de cerca de 500 espécies vegetais identificadas, em aproximadamente 85 hectares de Floresta Atlântica. Possui dois lagos com deck, Trilha da Juçara, além de orquidário e bromeliário em implantação. A Casa-sede, com galerias de arte, está aberta ao público para visitas guiadas à mostra “Maxakali – a Resistência de um Povo”, aos sábados, das 14h às 16h, e aos domingos, das 9h às 11h. No momento, estão suspensas a visitação de grupos escolares, a entrada no Laboratório Casa Sustentável e a realização de ensaios fotográficos.

Para visitar o Jardim, é necessário apresentar o cartão de vacinação ou o comprovante emitido pelo aplicativo Conecte SUS. As doses contra Covid-19 devem estar em dia. É obrigatório o uso de máscara durante toda a visita, com distanciamento social e o atendimento a outras normas de biossegurança.

O Jardim Botânico está localizado na Rua Coronel Almeida Novais s/nº, no Bairro Santa Terezinha. 

Outras informações:
(32) 3224-6725
jardimbotanico@ufjf.edu.br
ufjf.br/jardimbotanico

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