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De Brasil a Cuba e de Aracaju a JF: público diverso visita Jardim Botânico em 1º dia de reabertura

jardim botânico UFJF _ Foto Carolina de Paula UFJF

Família de moradores de Aracaju (SE) incluiu o Jardim no roteiro de viagem antes de ir a Ibitipoca (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Com protocolos de biossegurança aprovados, o Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) voltou a receber visitantes nesta sexta-feira, 17, após fechamento temporário devido a restrições da pandemia. Demonstrando que não só de biodiversidade se vive um jardim, mas também de pessoas, este primeiro dia teve visitas de brasileiros, venezuelana e cubano, vindos de Juiz de Fora, Aracaju (SE) e Cabo Frio (RJ). 

Em uma série de coincidências, a visitante Graça Maya tem vindo sempre nos primeiros dias de abertura ao público. “Vim na inauguração e também depois quando reabriu após a captura da onça. É a sexta vez que visito aqui”, conta. Com a saudade transformada em reencontro com esse espaço natural, Graça percorreu todas as principais áreas livres do Jardim. Ela queria ter visto mais animais, mas eles tendem a ir para o interior da Mata quando há mais movimento. “Isso é no tempo deles, né? Uma vez quando vim aqui, mais à tarde, vi mais coisas. Gosto muito de natureza, desse silêncio. Aqui merece ficar aberto”, comenta a moradora de Cabo Frio (RJ) e Juiz de Fora.

jardim botânico UFJF _ Foto Carolina de Paula UFJF

“Já cansei de nadar no lago”, rememora Alemar de Oliveira, de quando era criança (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

A memória emocional vinculada à Mata do Krambeck, área verde à qual o Jardim se integra, também é um atrativo. Morador do bairro Alto Eldorado, vizinho ao Jardim, o visitante Alemar de Oliveira disse que já cansou de nadar no lago, chupou jabuticabas e mangas a cada estação quando era “moleque”. Sabe em detalhes as trilhas da Mata e quer vir ao Jardim um dia bem cedo especialmente para ouvir e gravar os sons de pássaros. “Adoro natureza, adoro mesmo”, sintetiza, planejando trazer a esposa e a sogra em nova visita.

A busca por natureza também guiou a vinda de uma família de Aracaju (SE). Karina Carvalho, Mauro Teodoro, Maitê e Maria Clara têm o Parque Estadual de Ibitipoca, em Lima Duarte (MG), como destino principal da viagem de férias, mas aproveitaram para conhecer Juiz de Fora. Já passaram pelo campus da UFJF e pelo Parque da Lajinha. Hoje incluíram o Jardim. “Minha filha sentou aqui sozinha no silêncio e disse que parecia o paraíso, na hora que fica em silêncio e dá para ouvir os pássaros”, comenta Karina. Agrônomo, Teodoro identificou espécies de árvores que são pouco usuais de serem vistas, principalmente em ambiente urbano, como cedro e palmito juçara, destacando o risco de extinção dessa palmeira que dá nome a uma trilha no Jardim.   

jardim botânico UFJF _ Foto Carolina de Paula UFJF

A venezuelana Maite Fernandez e o cubano Guido Carmenati, moradores de Juiz de Fora, conheceram o Jardim pela primeira vez (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Este espaço público, vinculado à Pró-reitoria de Extensão da UFJF, foi trilhado ou percorrido pela primeira vez por dois conterrâneos latinos que moram em Juiz de Fora há um ano e meio: o cubano Guido Carmenati e a venezuelana Maite Fernandez. “Recomendo a visita aqui, já tinha ouvido falar, é maior do que eu imaginava, muito legal e lindo”, afirma Carmenati, que considerou como necessárias as medidas de biossegurança, como uso de máscara e álcool gel durante toda a visita. 

“Estou bastante feliz e satisfeito com a reabertura, percebemos que os protocolos estabelecidos funcionam. E os visitantes estão colaborando com as normas. O ambiente está muito bonito, nossa equipe está bem preparada e não houve até o momento nenhuma intercorrência. O retorno por parte dos visitantes tem sido muito satisfatório”, relata o diretor do Jardim, Breno Moreira. Mesmo com o dia nublado, o local recebeu, na manhã desta sexta, 49 visitas. É esperada uma presença maior neste fim de semana e em dias ensolarados. 

O Jardim Botânico é um equipamento de extensão, um espaço importante de aproximação da Universidade com a comunidade. A extensão universitária é um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político, responsável por promover a articulação entre o ensino, a pesquisa e as demandas da sociedade.

“A população vai encontrar aqui, no Jardim, além de um grande fragmento florestal de Mata Atlântica, ações de educação ambiental, discussões sobre agroecologia, oficinas e troca de saberes com a comunidade local e outras tradicionais, como indígenas e quilombolas”, explica a pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra.

Funcionamento

jardim botânico UFJF _ Foto Carolina de Paula UFJF

Jardim possui dois lagos onde visitante pode avistar aves, como o frango d’água (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Com a reabertura, o Jardim Botânico incluiu mais um dia de funcionamento: os sábados. Assim, passa a abrir de terça a domingo, das 8h às 17h, com última entrada às 16h. Não há agendamento e todo o acesso é gratuito. 

Como medida de biossegurança, são permitidas 150 visitantes simultaneamente. Para que haja rotatividade, o tempo recomendado de visitação é de duas horas. 

Todos os visitantes devem usar máscara, cobrindo nariz e boca, e álcool gel. Deve ainda levar a própria garrafa d’água, evitando contato com bebedouros, a não ser para enchê-la.

Com a reabertura, o visitante tem à disposição um ambiente natural conservado, com mais de 500 espécies vegetais identificadas. Pode percorrer a Trilha da Juçara, permeada por palmeiras-juçaras e uma alameda de jabuticabeiras. O acesso é após o lago maior à direita ou perto da lateral esquerda do Laboratório Casa Sustentável. Durante a visita, é possível também contemplar dois lagos com deck, sob o olhar de tucanos, guapos, jacus e outras aves. Além disso, o público tem a oportunidade de observar e conhecer a diversidade da flora e de visitar o bromeliário e o orquidário em implantação.

Neste momento, estão suspensos: piquenique, ensaios fotográficos, visitas escolares e de grupos acima de seis pessoas, bem como a entrada na Casa-sede e no Laboratório Casa Sustentável. A entrada de animais de estimação não é permitida porque pode haver interação prejudicial com animais silvestres, inclusive peçonhentos, e o risco de transmissão mútua de parasitas, como carrapatos. Veja todas as orientações no site ufjf.br/jardimbotanico

O Jardim fica localizado na Rua Coronel Almeida Novais s/nº, no Bairro Santa Terezinha.

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Jardim Botânico volta a receber visitantes a partir desta sexta, 17

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