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Dia do Meio Ambiente: veja 14 filmes sobre povos indígenas, desmatamento e mais temas

Para lembrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, o diretor do Jardim Botânico da UFJF, professor Gustavo Soldati, apresenta uma lista com 12 documentários, um drama e uma entrevista sobre a temática ambiental.

A primeira referência para a elaboração da lista, conforme Soldati, “é o ‘Projeto Político Pedagógico do Jardim Botânico’, documento que orienta as ações de educação ambiental e que se alicerça nos conceitos de ‘justiça ambiental’ e ‘ecologia dos saberes’; também favorecemos produções nacionais que demonstram a nossa realidade”.

 

Estamira
(Marcos Prado, 2006)
“Tendo como recorte a vida de Estamira, uma mulher que vive em um lixão, o filme é capaz de explicitar as chagas de uma sociedade que não deu certo. A lucidez de Estamira, porventura confundida como loucura, sintetiza um projeto civilizatório marcado pelo machismo, opressão, expropriação do homem pelo homem. Se tivéssesmos que escolher apenas um filme para a temática ambiental, este seria Estamira.”

 

Ilha das flores
(Jorge Furtado, 1989)
“Um dos mais premiados documentários nacionais não poderia ficar de fora. O filme busca responder o que coloca os seres humanos da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade de escolha de alimentos. Discute, assim, como os diferentes atores de nossa sociedade não acessam a biodiversidade de forma igualitária, sendo esta uma grande questão ambiental.”

https://youtu.be/KAzhAXjUG28

 

O veneno está na mesa
(Silvio Tendler, 2011)
“Outro conhecido clássico que não poderia ficar de fora. Fruto de um histórico de concentração de renda e terra, apropriação dos recursos genéticos e uso exacerbado de agrotóxicos, as monoculturas e os grandes rebanhos são uma das principais atividades que comprometem a biodiversidade e adoecem a nossa sociedade. O filme ainda anuncia a agroecologia como saída para a crise ambiental.”

 

Chico Mendes, a Preservação da Floresta Amazônica
(Associação dos Geógrafos do Brasil, 1988)
“A convite do professor Carlos Walter Porto Gonçalves, um dos maiores pensadores sobre as temáticas ambientais do país, Chico Mendes explica sua luta e como a preservação da biodiversidade é condição de sobrevivência dos povos dos campos, das florestas e das águas. Há muitos filmes sobre um dos maiores símbolos da luta ambiental do Sul Global, escolhemos este relato histórico e pouco conhecido. Se para o ministro do Meio Ambiente não importa quem é Chico Mendes, para nós sim.”

 

Mataram Irmã Dorothy
(Daniel Junge, 2009)
Sinopse: Em fevereiro de 2005, a irmã Dorothy Stang, de 73 anos, foi brutalmente assassinada. Ativista na defesa do meio ambiente e das comunidades exploradas por madeireiros e donos de terra na Amazônia, a freira foi morta com seis tiros no interior do Pará. O documentário revela os bastidores do julgamento dos assassinos de Dorothy e investiga as razões de sua morte.

https://youtu.be/RFVXtvNZpA4

 

No Rio e no Mar
(Jan Willem Den Bok e Floor Koomen, 2016)
“Das águas vêm a luta e a fala das pescadoras e dos pescadores da Ilha de Maré, Bahia, contra a poluição química causada pela Petrobras e outros empreendimentos que destroem a Baía de Todos os Santos, colocando em risco o modo de vida tradicional pesqueiro.”

 

Sempre Viva
(Tiago Carvalho, 2015)
“Na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, comunidades tradicionais defendem seu direito de manejar as campinas onde há séculos colhem flores sempre-vivas e criam gado. Nos últimos anos, a criação de parques de conservação integral na região interditou o acesso dos apanhadores de flores a seus territórios, comprometendo a conservação da sociobiodiversidade.”

 

O Mundo segundo a Monsanto
(Marie-Monique Robin, 2008)
“Vivemos um período de consolidação de grandes corporações que definem o que comemos, vestimos, fazemos e pensamos. Comprada pela Bayer em 2016, a Monsanto é a líder mundial na produção do glifosato, o agrotóxico mais consumido no mundo. Este filme documenta o ‘modus operandis’ da Monsanto, que é apenas uma peça do império agroalimentar a que estamos submetidos.”

https://youtu.be/J22coHHotpw

 

Belo Monte: o Anúncio de uma Guerra
(André D’Elia, 2012)
“O filme destaca o processo de implementação da Usina de Belo Monte, a terceira maior do mundo, um exemplo de grandes empreendimentos que afetam a biodiversidade. O filme relata a luta dos Kaiapós contra a construção e evidencia um dos episódios mais marcantes da luta ambiental brasileira, quando Tuira aponta um facão para o rosto do presidente da Eletronorte.”

 

Rachel Carson
(Michelle Ferrari, 2017)
“Documentário norte-americano sobre a vida e a obra da bióloga Rachel Carson. O filme retrata como a paixão de uma mulher pelo mar mudou completamente os rumos da humanidade. O seu livro ‘Primavera Silenciosa’ (1962) é tido como um divisor de águas na compreensão da relação entre a sociedade industrial e os recursos naturais.”

 

A Lei da Água
(André D’Elia, 2015)
“Este filme discute a geopolítica mundial que sustentou a construção do Novo Código Florestal Brasileiro. Os depoimentos explicitam as nuances de diferentes discursos ambientalistas e projetos de sociedade. É um ótimo material para evidenciar como a biodiversidade é um eixo transversal em muitas discussões atuais.”

 

Para Onde Foram as Andorinhas?
(Mari Corrêa, 2016)
“O filme mostra de forma sensível como os povos que habitam o Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, estão percebendo e sentindo em seu dia a dia os impactos das mudanças do clima: seja em sua base alimentar, em seus sistemas de orientação no tempo, em sua cultura material e em seus rituais. Eles estão preocupados com futuro de seus netos, das novas gerações. Com o mundo que vão deixar de herança para eles.”

 

Índio, Cidadão?
(Rodrigo Siqueira, 2014)
“Documentário que retrata a ‘guerra sem fim’ vivenciada pelas nações indígenas do nosso país, na luta pelos seus direitos, especialmente ao território. O filme evidencia como nossos povos originários são tratados pelo Estado.”

 

O Abraço da Serpente
(Ciro Guerra, 2016)
“Belíssimo filme que explora diversas questões sobre o encontro das sociedades indígenas e europeias. Este filme evidencia que outras formas de estar no mundo e se relacionar com a biodiversidade são possíveis.”

 

Outras informações:

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